quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Grandes Clássicos e Preços Populares - Osesp e Sala São Paulo


OSESP APRESENTA SÉRIE GRANDES CLÁSSICOS COM PREÇOS POPULARES E REGÊNCIA DE ISAAC KARABTCHEVSKY

Série especial traz quatro dias de concertos com repertórios variados e ingressos a R$50,00

Na última semana de setembro, o maestro Isaac Karabtchevsky rege a Osesp na série especial Grandes Clássicos. Serão quatro dias seguidos de concertos que trazem algumas das peças favoritas do público e popularmente conhecidas mesmo por quem não é frequentador assíduo das salas de concerto. Os ingressos de todas as apresentações possuem o valor único de R$ 50,00 (R$ 25,00 a meia).
Começando no dia 26, uma noite dedicada a Beethoven traz duas obras do alemão: a Abertura Leonora nº 3, Op.72b e a Sinfonia nº 6 em Fá Maior, Op.68 – Pastoral. Já no dia 27, a Noite Tchaikovsky traz três obras do compositor russo, entre elas Romeu e Julieta - Abertura-fantasia, composição inspirada na tragédia de Shakespeare e uma das peças mais executadas por orquestras em todo o mundo.
O dia 28 traz o tema “Uma Noite na Ópera”, com apresentações orquestradas de reconhecidos trechos de diversas obras operísticas, como a Suíte da ópera Carmen, de Bizet, e as aberturas de O Guarany, de Carlos Gomes; e A Força do Destino, de Verdi. E encerrando a série de concertos, no dia 29 a Orquestra passeia pelo repertório do século XX, apresentando três obras consideradas atemporais: o Uirapuru, de Villa-Lobos, O Pássaro de Fogo [Suíte], de Stravinsky, e o Bolero, de Ravel.
Sobre o maestro
Parceiro da Osesp de longa data, Isaac Karabtchevsky já esteve à frente da Osesp em diversas ocasiões, inclusive na Temporada 2018, no Festival Viva-Villa. O maestro já foi diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, do Theatro Municipal de São Paulo, da Orchestre National Des Pays de la Loire, na França, e da Orquestra Tonkünstler, em Viena. Ele já recebeu a medalha do Mérito Cultural do governo austríaco e a comenda Chevalier Des Arts e Des Lettres do governo francês, além de condecorações de praticamente todos os estados brasileiros. Em 2009, foi indicado pelo jornal inglês The Guardian como um dos ícones vivos do Brasil.

PROGRAMA

OSESP
ISAAC KARABTCHEVSKY regente

26 SET quarta 19h30
LUDWIG VAN BEETHOVEN
Abertura Leonora nº 3, Op.72b
Sinfonia nº 6 em Fá maior, Op.68 – Pastoral AS NOVE SINFONIAS

27 SET quinta 19h30
PYOTR I. TCHAIKOVSKY
Capricho Italiano, Op.45
Sinfonia nº 4 em fá menor, Op.36: 3º Movimento (Scherzo)
Romeu e Julieta - Abertura-fantasia

28 SET sexta 19h30
RICHARD WAGNER
Tannhäuser: Abertura
CARL MARIA VON WEBER
O Franco-Atirador, Op.77: Abertura
GEORGES BIZET
Carmen: Suíte nº 1
ANTONIO CARLOS GOMES
Il Guarany: Abertura
GIUSEPPE VERDI
La Forza del Destino: Abertura

29 SET sábado 19h30
HEITOR VILLA-LOBOS
Uirapuru
IGOR STRAVINSKY
O Pássaro de Fogo: Suíte (versão 1919) STRAVINSKY ESSENCIAL
MAURICE RAVEL
Bolero
Ingressos (inteira): R$ 50,00.

SALA SÃO PAULO | SERVIÇO
Praça Júlio Prestes, 16
Bilheteria: (11) 3223-3966 (Sala São Paulo: 1484 lugares)
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: (11) 3777-9721; https://osesp.byinti.com
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express, Diners e Elo.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) | 611 vagas, sendo 20 para portadores de necessidades especiais e 33 para idosos.


FONTE: Alexandre Felix
Fundação Osesp | Imprensa

Vencedor do Concurso Rainha Elizabeth toca com a Osesp


OSESP RECEBE LUKÁS VONDRÁCEK

Pianista se apresenta sob regência de Arvo Volmer e realiza um recital solo

Em setembro, a Osesp recebe o pianista tcheco Lukás Vondrácek. Entre os dias 20 e 22, ele se apresenta com a Orquestra em três concertos sob regência do maestro Arvo Volmer, sendo o solista noConcerto nº 3 para Piano em dó menor, Op.37. O repertório das apresentações se completa com a Sinfonia nº 4, Op.29 - A Inextinguível, do compositor Carl Nielsen. E no dia 23, Vondrácek volta ao palco da Sala São Paulo para um recital solo, onde ele interpreta obras de destacados compositores, como Chopin e Brahms.
O pianista fez sua estreia em 2002, aos quinze anos de idade, com a Filarmônica Tcheca, e desde então tem se apresentado com grupos como a Orquestra Nacional Real Escocesa, a Sinfônica de Baltimore e a própria Osesp. Em 2016, ele foi o vencedor do concorrido Concurso Rainha Elisabeth, na Bélgica.
O maestro estoniano Arvo Volmer já atuou como Regente Titular e Diretor Artístico da Sinfônica de Oulu, na Finlândia, e foi Diretor Musical e Regente da Sinfônica de Adelaide (Austrália). Já esteve à frente da Filarmônica da BBC e das orquestras de Birmingham, Singapura e Taiwan, entre outras, além da própria Osesp.
Os concertos da Osesp são uma realização do Ministério da Cultura, Governo Federal e Fundação Osesp e contam com o patrocínio do Itaú Personnalité, Banco Votorantim, BBMapfre, Facebook, Ultra, Via Varejo, Mattos Filho e Deloitte.
Informações sobre os concertos
20 SET quinta 10h00 Ensaio Geral Aberto
20 SET quinta 20h30
21 SET sexta 20h30
22 SET sábado 16h30
OSESP
ARVO VOLMER regente
Lukás Vondrácek piano
CARL NIELSEN
Sinfonia nº 4, Op.29 - A Inextinguível
LUDWIG VAN BEETHOVEN
Concerto nº 3 Para Piano em Dó Menor, Op.37
Ingressos (inteira): entre R$ 50,00 e R$ 222,00. Ensaio Aberto: R$ 12


23 SET domingo 19h00
LUKÁS VONDRÁCEK piano
FRÉDÉRIC CHOPIN
Polonaise-Fantasia em Lá bemol maior, Op.61
ROBERT SCHUMANN
Carnaval, Op.9
ALEXANDER SCRIABIN
Fantasia em si menor, Op.28
JOHANNES BRAHMS
Sonata nº 1 para Piano em Dó maior, Op.1
Ingressos (inteira): entre R$ 50,00 e R$ 122,00.

SALA SÃO PAULO | SERVIÇO
Praça Júlio Prestes, 16
Bilheteria: (11) 3223-3966 (Sala São Paulo: 1484 lugares)
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: (11) 3777-9721; https://osesp.byinti.com
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express, Diners e Elo.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) | 611 vagas, sendo 20 para portadores de necessidades especiais e 33 para idosos.


FONTE: Imprensa Imprensa@osesp.art.br

PROEX/ ILEEL/ UFU - V COLÓQUIO SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

ILEEL/UFU - PROJETO ALLONS AU CINÉMA

"Não é preciso entrar para a história para fazer um mundo melhor". Mahatma Gandhi


terça-feira, 18 de setembro de 2018

Reflexões cotidianas...

As tramas da Rede



Por Alessandra Leles Rocha



Escorada nas tecnologias da informação a humanidade perdeu o bom senso na hora de delimitar os espaços entre o público e o pessoal.  Reflexos da pós-modernidade? Sim. Mas, nada que uma boa dose de reflexão particular não traga de volta aos caminhos da Razão.
A desculpa que as ferramentas tecnológicas vieram trazer mais comodidade e velocidade as relações não me parece nada consistente. Se fosse assim, milhões de pessoas não reclamariam em coro a carência de tempo no seu cotidiano. Basta ver o trânsito congestionado nos grandes centros urbanos, por exemplo. Carros cada vez mais velozes que não conseguem imprimir mais do que faria uma carroça.
A própria internet. São tantas as informações por segundo que o ser humano é “soterrado” sem ler ao menos um quarto delas na velocidade vigente. Sem contar o tempo desperdiçado por milhões de seres humanos no acesso a Rede. Pessoas estão ficando doentes, inclusive mentalmente, por horas dispensadas diante de celulares, tablets, notebooks e computadores. Deixam de dormir, de se alimentar, de cuidar das prioridades cotidianas em nome da compulsão tecnológica motivada especialmente pelas redes sociais.
Por isso essa análise sobre o uso público e pessoal da tecnologia é tão importante. Não é porque existem que os tais “modernismos tecnológicos” podem ser utilizados sem critérios e objetivos. O descontrole na utilização parece ser bem mais um fruto da necessidade de pertencimento e ostentação social do que realmente uma necessidade ou comodidade do momento.
As redes sociais são um bom exemplo dessa “euforia desmedida”. As pessoas extrapolam a tal ponto que colocam em risco a sua privacidade e sua segurança. Fazem dessas plataformas um diário de vida público, no qual estranhos dispõem de informações que deveriam ser particulares. Algumas excedem no exibicionismo e são capazes de fazer montagens para dizer que esteve nesse ou naquele lugar, frequentou essa ou aquela festa, enfim... Sem contar no sentimento de “território livre” que muitas pessoas ainda acreditam quando o assunto é internet e, por isso, pensam que podem transgredir quaisquer limites em nome da impunidade; embora, a verdade seja outra e as leis de crimes cibernéticos estão aí para provar.
Na ótica do uso público da tecnologia, ou seja, quando essa visa atender as demandas profissionais ou interesses de empresas e corporações é preciso ainda mais atenção. O cuidado com as ferramentas e seus propósitos de utilização precisa ser definido, de modo que não transgridam o respeito, a intimidade, os valores éticos e morais vigentes na sociedade.
Por isso, nem todas as ferramentas tecnológicas são escolhidas para esse fim. Geralmente, a opção é por aquelas que construam um registro formal e confiável da comunicação estabelecida, tais como o e-mail, o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) (ou os tradicionais Call Centers), formulários online.
Embora a tecnologia já seja parte integrante da sociedade do século XXI, a adesão a ela não é um fator de obrigatoriedade intransigente. Principalmente, se pensarmos que a população mundial está em franco envelhecimento e muitos desses indivíduos ainda não têm acesso nem mesmo ao celular.
Além disso, a questão da desigualdade social é um desafio concreto no processo da inclusão digital para milhões de brasileiros, por exemplo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2017, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, sigla em inglês), o acesso digital no Brasil precisa ser sustentável e equitativo. Cerca de 3,5 milhões de crianças e adolescentes brasileiros nunca acessaram a internet.
Sob outro viés não menos importante, questões sobre intolerância e discursos de ódio na rede, também, são fomentadores contrários ao uso da tecnologia, por pessoas de diferentes faixas etárias.  Em nome da sanidade mental e do equilíbrio físico-emocional que tem se mostrado frágil diante dos números da Depressão e do Suicídio em todo o mundo, a opção de muitas pessoas em limitar ou abolir as tecnologias também não pode ser questionado e/ou desrespeitado.  
A ideia de se preservar, de estabelecer prioridades, limites e ritmos de organização menos estressantes é um direito do cidadão no amplo contexto da sua qualidade de vida. Como diz o dito popular, “cada um sabe aonde lhe apertam os calos” e não há verdade maior do que essa. A imposição em relação ao uso das tecnologias e suas repercussões são muito prejudiciais à sociedade, na medida em que cerceiam a liberdade e a autonomia das pessoas e apontam para o desequilíbrio dos cerceadores.
Sim. Essa preocupação em ser aceito, em pertencer socialmente, é tão confusa que faz com que as pessoas se satisfaçam com a aprovação ou a desaprovação de gente que elas nem conhecem. Elas estão se satisfazendo em relações sociais altamente frágeis e insustentáveis, como quem se apega a uma boia para não se afogar. E tudo isso não deixa de ser um indicativo de solidão, de carência por relações melhor fundamentadas, por algo mais real e menos virtual.
Então, cuidado! Parafraseando uma frase que eu li há algum tempo, as tramas da Rede andam dando corda, o problema é que alguns fazem laços e outros se enforcam. Pense nisso! 

sábado, 15 de setembro de 2018

Reflexões cotidianas...

As quatro estações... da alma humana



Por Alessandra Leles Rocha



Depois de alguns meses de estiagem as primeiras chuvas anunciam que a Primavera se aproxima. Na filosofia da Natureza é tempo de recapitular as lições da metamorfose.
Na aridez dos campos e das almas nada floresce. É preciso água para regar as sementes, os sonhos, às esperanças. Não importa se vinda dos céus, rios, mares ou olhos. Importa que seja água capaz de banhar e nutrir.
Só assim a metamorfose, a grande transformação natural acontece. O que os tempos áridos souberam queimar, para matar as pragas, enfermidades e deformidades, agora têm a oportunidade de ressurgir das cinzas que se misturam as águas e moldam esse barro sagrado e profícuo.
Assim ensina a Natureza. Deveríamos aprender tais princípios porque se trata da vida em todas as suas instâncias, o que nos inclui pobres mortais. Tantas folhas mortas cobrem nosso corpo e espírito. Quantos galhos secos interrompem os nossos fluxos vitais. Parecemos mais áridos do que na verdade somos, na medida em que não deixamos resplandecer o viço. Mas, ele ainda resiste!
Quantas primaveras deixamos passar sem perceber tamanha lição? Mas, a Natureza é sabia e persistente, insiste a nossa displicência se repetindo.  Algum dia haveremos de nos dar conta do que ela diz. A própria rudeza da vida, também, nos impõe essa repetição. Afinal de contas, ano a ano a estiagem se torna mais rigorosa e as bênçãos das águas mais necessárias, como se a nossa aridez humana se refletisse no meio ambiente.
Sim. Absortos pelas maravilhas do nosso mundinho, não raras às vezes, esquecemo-nos de nos alimentar, nos hidratar,... dormir. Semelhantes às plantas negligenciadas em um jardim. Mas, ao contrário delas, disfarçamos o viço com recursos artificiais e, nem sempre, eficazes. Apenas tentativas de se parecer apresentável e agradável aos olhos do mundo.
Diante disso, dessa perda lenta e gradual da capacidade de cuidar-se, a opção foi substituir, também, a Natureza. Jardins artificiais nos rodeiam. Luz artificial nos ilumina. Espaços cada vez menores para viver impossibilitam desfrutar da presença mais íntima e pessoal com o ambiente natural. E, sem nos darmos conta, distanciados do ciclo biológico das estações do ano.
Apesar de todos os pesares, ele ainda existe. Talvez, não didaticamente como proposto nos livros e nas teorias; afinal, as metamorfoses impostas pelas próprias ações antrópicas já impactaram a Natureza de alguns modos irreversíveis. Mas, com um pouco de lucidez e sensibilidade ainda é possível ver a mágica sutil das estações acontecer.  
Cientes ou não permanecemos ligados à Natureza. Somos parte integrante e integrada de Gaia; portanto, no mais profundo de nossas entranhas sentimos o fluxo da vida em pulsante transformação. Transpiramos mais ou menos. Respiramos com mais facilidade ou menos. Alimentamo-nos melhor ou pior. Sentimos mais ou menos preguiça. Enfim...  Enquanto lá fora, entre calmarias e ventanias a natureza se faz e desfaz, sob a nossa impaciência cotidiana.  
Para cumprir a saga da vida, ou seja, nascer crescer envelhecer e morrer, a regra básica é a transformação.  Quem sabe nessa Primavera você, então, preste mais atenção ao que acontece dentro e fora de você? Como disse lindamente a poetisa Cecília Meireles, “Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira” 1.  E ela está certa; pois sem passar pelas quatro estações... a alma humana jamais consegue a metamorfose da existência capaz de torná-la plena inteira e  verdadeiramente interessante.  


1 MEIRLES, C. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001. Trecho do poema “Desenho”. 

CECLE/UFU - Minicurso de Língua Inglesa – 2018/2

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

"Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância que podemos solucioná-los". Isaac Asimov

PNLD Literário 2018

Professor, é hora de escolher os livros do PNLD Literário 2018! Na categoria 6, da 1ª à 3ª série do Ensino Médio, um dos finalistas é o clássico "O Sol é para todos" (código 0934L18603), de Harper Lee.

Na categoria 6, da 1ª à 3ª série do Ensino Médio, um dos finalistas é "Doze contos peregrinos" (código 0028L18602), de Gabriel García Márquez. O livro reúne doze contos protagonizados por latino-americanos vivendo na Europa, mas sem deixar de sonhar com a terra natal. Gabriel García Márquez usa como pano de fundo Barcelona, Genebra, Roma e Paris para retratar a solidão através de histórias de amor, poder e morte.

"O Circo" de Ivan Zigg é uma das obras aprovadas no PNLD Literário 2018.

FCRB - "130 anos de abolição da escravidão no Brasil"

Fundação Casa de Rui Barbosa 
Rua São Clemente 134, Botafogo 
22260-000, Rio de Janeiro, RJ 
Telefone 55.21.3289-4600
E-mail: fcrb@rb.gov.br 

FCRB - Programação Semanal

Fundação Casa de Rui Barbosa 
Rua São Clemente 134, Botafogo 
22260-000, Rio de Janeiro, RJ 
Telefone 55.21.3289-4600
E-mail: fcrb@rb.gov.br 

Centro Cultural São Paulo - LABFOTO ABERTO


Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro, 1000 - Liberdade, São Paulo - SP, 01504-000
(11) 3397-4002

Shimano Fest 2018 - SP

#LançamentoLiterário

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Reflexões...


Mundo novo. Velhas práticas.


Por Alessandra Leles Rocha


Não importam ideologias. A verdade é que na história mundial não faltam episódios de atentados políticos de gravidade, muitas vezes letal. Abraham Lincoln (1865), Prudente de Morais (1897), o Arquiduque Francisco Ferdinando (1914), João Pessoa (1930), Mahatma Gandhi (1940), Leon Trótsky (1940), Carlos Lacerda (1954), John F. Kennedy (1963), Malcom X (1965), Martin Luther King (1968), Robert F. Kennedy (1968), Fidel Castro (entre 1959 e 2006), João Goulart (1976), Juscelino Kubitschek de Oliveira (1977), Ronald Reagan (1981), Silvio Berlusconi (2009), Marielle Franco (2018) são alguns desses exemplos 1. Sem contar Nicolas Sarkozy (1997), George W. Bush (2008), José Serra (2010) e François Hollande (2012), agredidos por atos mais constrangedores do que propriamente violentos.
Como se vê o mundo busca o novo; mas, as velhas práticas nunca morrem.  A questão é que elas expõem o nível de tensão que paira sobre os cinturões de poder, independentemente se aqui, ali ou acolá. É algo que parece intrínseco as relações humanas. Quaisquer que seja o desconforto sentido a reação imediata se modula pela violência, no chamado “olho por olho, dente por dente”, o qual o próprio Mahatma Gandhi afirmava que acabaríamos todos cegos.
E ele tinha razão. Estamos cegos. Perdemos a capacidade de enxergar a vida na sua pluralidade, na sua diversidade; mas, também, a capacidade de ouvir e de falar. Cada indivíduo parece centrado na sua verdade, na sua ideologia, na sua convicção, como se isso resumisse o mundo. E assim nos tornamos membros de uma grande e nova Babel 2, onde todos falam ninguém se entende e todos têm a sua própria razão.
Se estamos presos a ler o mundo apenas pela ótica das nossas convicções nos tornamos efetivamente limitados para coexistir. Isso significa, portanto, mais vulneráveis às investidas temerárias de uma intolerância desmedida, que no fim das contas culmina na violência. Desse modo, o mundo perde e se perde, tentando corrigir “erros”. E não há nada mais relativo do que apontar erros e acertos, quando tudo depende de como se lê o mundo.
Enquanto cada um se permite afrontar o outro, o mundo patina sem sair do lugar, sem encontrar um denominador comum que satisfaça os anseios e as demandas coletivas por uma agenda social mais positiva. Atentados são iniciativas que atacam bem mais do que a vida de um ou de alguns. Eles atentam contra toda a subjetividade que se reveste a vida humana. Atentam contra a cidadania, a paz, o desenvolvimento, a igualdade, a liberdade, enfim...  
É inadmissível que em pleno século XXI ainda se assista a atentados políticos, ou de quaisquer naturezas. Há uma necessidade urgente de se reencontrar o ponto de partida, quando ainda não estávamos cegos, quando ainda sabíamos pensar, refletir e dialogar; porque para isso não precisamos de nada nas mãos.  

Literarum - Tradução & Revisão

UFF - Mostra Nelson Pereira dos Santos

MCB - Oficinas de desenho com Jerusa Messina

Museu da Casa Brasileira
Av. Brg. Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano, São Paulo - SP, 01451-000
(11) 3032-3727

UFF - Mostra Bergman

UFF - Exposição CARTAZES DE CINEMA Para além da Tela

Prêmio Fandango Caiçara

MAC USP - Seminário Internacional

Festival da Sustentabilidade - Nova Friburgo/RJ

HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS SP – Centro Cultural Banco do Brasil


Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 - CentroCEP: 01012-000 | São Paulo (SP)(11) 3113-3651
Funcionamento: de quarta a segunda, das 9h às 21 horas

Bienal de Quadrinhos de Curitiba 2018 - Convite da Editora Draco

Museu Palácio Rio Negro - Petrópolis/RJ

Samba Sampa 2018 - O Samba pede passagem

Pç. Cívica do MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA
22 e 23/09
Das 11h às 22h

Curso - FOTOLIVRO: projeto fotográfico no livro

UFF - Bibliotecas Prisionais (Conferência com Catia Lindemann)

Centro Cultural São Paulo - NOITES BACANEZA

Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro, 1000 - Liberdade, São Paulo - SP, 01504-00
(11) 3397-4002

VII Simpósio de Hepatites Virais de Minas Gerais

terça-feira, 4 de setembro de 2018

"A pior cegueira é a mental, que faz com que não reconheçamos o que temos a frente". José Saramago

Do barro às cinzas




Por Alessandra Leles Rocha


A cultura é um processo contínuo em que se acumulam conhecimentos e também práticas que resultam da interação social entre indivíduos. Esse processo é mediado pela língua, que permite que a cultura seja transmitida e difundida entre as gerações, daí compreendermos que a cultura de um povo constitui-se como um todo que é realizado por cada indivíduo, afinal, cada um é uma peça importante na construção cultural, uma vez que é portador, disseminador, mas também criador de cultura. O homem é, portanto, um ser cultural e é a cultura que o permite adaptar-se aos diferentes ambientes. (COELHO; MESQUITA, 2013, p. 27)1



O mesmo fogo que alimenta a vida também a destrói; labaredas que consomem a matéria e toda a subjetividade nela contida, de modo que não reste mais nada além de cinzas.
Diante dos horrores que o mundo teima em nos exibir diariamente, devo confessar que o incêndio no Museu Nacional 2, na cidade do Rio de Janeiro, não me causou espanto. Afinal, tragédias anunciadas não deveriam ser causa de nenhum grau de perplexidade. O que elas geram em mim é um foco a mais de análise em relação à displicência com que tratamos a vida.  
Nada, absolutamente nada é o que significa a nossa existência. Somos cotidianamente mortos, em doses homeopáticas ou não. Mortos na matéria e na essência vemos esvair pelos dedos a nossa trama identitária, porque não há nenhum tipo de constrangimento ou preocupação sobre quem, ou o que somos e fazemos.
De tanto contar o hoje, o agora, esquecemos de que o nosso alicerce existencial é bem mais multifacetado. Somos parte integrante e integrada do passado, presente e futuro. Por isso o pesar diante das chamas a engolirem com voracidade esse pedaço de nós, o qual passamos absortos sem perceber.
Portanto, o caso pede acordar a consciência. Afinal, ele nos mostra que precisamos nos cuidar, nos responsabilizar por nossa existência; na medida em que, se não fizermos não haverá quem faça. A cômoda posição de beneficiário das “benesses” é um risco em tempos pós-modernos; pois, cada um está tão preocupado consigo mesmo que não enxerga o entorno. Enquanto custeamos a peso de ouro a sobrevivência de nosso provedor maior, o Estado, ele próprio nos invisibiliza frente a tamanho fastio: para ele nada falta.
O Museu Nacional se perdeu em chamas; mas, o mesmo acontece todos os dias com a educação, a saúde, a segurança,... onde o fogo arde sem se ver na síntese mais perversa do desamor coletivo, da anticidadania, que mata lenta e vagarosamente. E assim, morremos sem ao menos saber quem somos o que somos ou fizemos, no mais puro exemplo de “morte matada”. Sim, aquela que não veio natural no curso da vida; mas, pelas mãos ardilosas e ofensivas do mal querer.
Sabe, o fogo não tem consciência da malvadeza que é capaz de produzir; mas, o ser humano tem.  Ele sabe o preço da vida e do viver. Ele tem a dimensão dos prejuízos. Só se esquece de que para toda ação há uma reação na mesma intensidade... Já dizia Zygmunt Bauman (2005) 3, as decisões que o próprio indivíduo toma, os caminhos que percorre, a maneira como age – e a determinação de se manter firme a tudo isso – são fatores cruciais tanto para o “pertencimento” quanto para a “identidade””.
Portanto, estamos sendo condescendentes com a incineração da nossa identidade, do nosso pertencimento, ao aceitar as coisas como são ou por esperar medidas milagreiras de última hora pelas mãos de salvadores da pátria ou por nos contentarmos com a reincidência das reconstruções... Até quando submeteremos nosso barro às cinzas?
Domingo foi o Museu Nacional, amanhã só Deus sabe. Enquanto isso, nossas cinzas vão se acumulando, voando com os ventos gélidos e nefastos da pós-modernidade, porque nossa incapacidade de entender que “O social e o simbólico referem-se a dois processos diferentes, mas cada um deles é necessário para a construção e a manutenção das identidades” (Woodward, 2000, p. 14) 4, ainda nos paralisa.




1 COELHO, L. P.; MESQUITA, D. P. C. de. Língua, Cultura e Identidade: Conceitos intrínsecos e interdependentes. ENTRELETRAS, Araguaína/TO, v.4, n.1, p.24-34, jan./jul.2013.  
3 BAUMAN, Z. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.
4 SILVA, T. T. da (Org.). Identidade e diferençaA perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000, 133p.