domingo, 1 de janeiro de 2023

Que o mundo seja PAZ


Que o mundo seja PAZ

 

Por Alessandra Leles Rocha

 

Dizia Mahatma Gandhi que “Não há caminho para a paz. A paz é o caminho”. E tomada por essa consciência e sentimento, a Igreja Católica, na figura do Papa Paulo VI, em 1967, proclamou uma mensagem com o objetivo de pacificação global, dadas as circunstâncias belicosas advindas da Guerra Fria, dando origem assim, a celebração do Dia Mundial da Paz. O que posteriormente foi acolhido, em 1981, pela a Organização das Nações Unidas (ONU), tornando o primeiro dia do ano como Dia Internacional da Paz.  

Ora, sem paz a vida é GUERRA, CONFLITO, COMBATE, CONFRONTO, DESAVENÇA, DISCÓRDIA, DESACORDO, DESENTENDIMENTO, INDISPOSIÇÃO, AFLIÇÃO, ANGÚSTIA, ANSIEDADE, AGONIA, DESASSOSEGO, INQUIETUDE, PREOCUPAÇÃO, PERTURBAÇÃO, MEDO, PANICO, CRISE. E qualquer ser humano tem plena consciência do que é viver em uma situação assim. Sem paz não há progresso. Não há desenvolvimento.  Não há evolução. É só agitação, alvoroço, confusão, gritaria, ruído.

Afinal, como somos feitos de energia, esse tipo de conjuntura é altamente extenuante; pois, nos consome em uma velocidade e intensidade absurdamente impactantes. Experimente discutir com alguém para perceber como ao final do embate você está esgotado, cansado, sem disposição para mais nada. É uma consumição tão profunda que exaure corpo, mente e alma simultaneamente.

Daí o fato da paz não ser apenas uma baliza da convivência e da coexistência humana, no que diz respeito a ACORDO, AMIZADE, CONCILIAÇÃO, CONCÓRDIA, ENTENDIMENTO, HARMONIA, TRÉGUA, UNIÃO. Paz é antes de tudo uma necessidade biológica, tendo em vista de que é através dela que se consegue a calma, a serenidade, o equilíbrio, a tranquilidade, a calmaria, a quietude, o repouso, o silêncio e o sossego. Tão vitais para o exercício das nossas atividades humanas.

O grande problema é que os seres humanos vivem tentando transferir a responsabilidade da paz entre si. Entretanto, o próprio Dalai Lama alerta que “Nunca poderemos obter paz no mundo exterior até que consigamos estar em paz com nós próprios”, porque “Sem paz interior, sem calma interior, é difícil encontrar uma paz duradoura”. De modo que essa é uma questão de caráter muito mais individual do que coletivo.

Segundo Prem Rawat, “A paz está dentro de você. Onde quer que você vá, a paz vai com você. Quando você subir em um ônibus, a paz vai com você. Quando você está lutando, a paz vai com você. Quando você está dormindo, a paz está dentro de você. Quando você está frustrado além imaginação, a paz está em você. Não importa o que você faz, não há lugar que você pode ir para onde a paz não irá com você”.

Desse modo, quaisquer caminhos na direção da inação, da espera pelo mundo, estabelece um movimento contínuo de andar em círculos sem sair do lugar, o qual acaba por se traduzir em uma intenção subliminar belicosa. Pois, “Não se pode conseguir uma paz verdadeira, se se basear a conduta na eventualidade de um futuro conflito” (Albert Einstein). Isso explica porque a história do mundo acaba sempre sendo marcada pela estratégia dos armistícios, contrariando a premissa de que “A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos” (Albert Einstein).

Celebrar a paz no primeiro dia do ano é, então, uma oportunidade indescritível de escrever a história por uma perspectiva melhor para você e para o mundo. Pois, “Não é suficiente falar sobre a paz. É preciso acreditar nela. E não basta acreditar nela. É preciso trabalhar para alcançá-la” (Eleanor Anna Roosevelt). Afinal, “Enquanto estivermos entregues à multidão dos desejos com suas esperanças e temores constantes nunca obteremos a felicidade ou a paz duradoura” (Arthur Schopenhauer). Portanto, aproveite o dia para refletir, tomando como ponto de inspiração, as palavras de Madre Teresa de Calcutá, quando ela disse “Ontem foi embora. Amanhã ainda não veio. Temos somente hoje, comecemos! Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz”.