Que
o mundo seja PAZ
Por
Alessandra Leles Rocha
Dizia Mahatma Gandhi que “Não há caminho para a paz. A paz é o
caminho”. E tomada por essa consciência e sentimento, a Igreja Católica, na
figura do Papa Paulo VI, em 1967, proclamou uma mensagem com o objetivo de
pacificação global, dadas as circunstâncias belicosas advindas da Guerra Fria,
dando origem assim, a celebração do Dia Mundial da Paz. O que posteriormente
foi acolhido, em 1981, pela a Organização das Nações Unidas (ONU), tornando o
primeiro dia do ano como Dia Internacional da Paz.
Ora, sem paz a vida é GUERRA,
CONFLITO, COMBATE, CONFRONTO, DESAVENÇA, DISCÓRDIA, DESACORDO, DESENTENDIMENTO,
INDISPOSIÇÃO, AFLIÇÃO, ANGÚSTIA, ANSIEDADE, AGONIA, DESASSOSEGO, INQUIETUDE, PREOCUPAÇÃO,
PERTURBAÇÃO, MEDO, PANICO, CRISE. E qualquer ser humano tem plena consciência do
que é viver em uma situação assim. Sem paz não há progresso. Não há
desenvolvimento. Não há evolução. É só
agitação, alvoroço, confusão, gritaria, ruído.
Afinal, como somos feitos de
energia, esse tipo de conjuntura é altamente extenuante; pois, nos consome em
uma velocidade e intensidade absurdamente impactantes. Experimente discutir com
alguém para perceber como ao final do embate você está esgotado, cansado, sem
disposição para mais nada. É uma consumição tão profunda que exaure corpo,
mente e alma simultaneamente.
Daí o fato da paz não ser apenas
uma baliza da convivência e da coexistência humana, no que diz respeito a
ACORDO, AMIZADE, CONCILIAÇÃO, CONCÓRDIA, ENTENDIMENTO, HARMONIA, TRÉGUA, UNIÃO.
Paz é antes de tudo uma necessidade biológica, tendo em vista de que é através dela
que se consegue a calma, a serenidade, o equilíbrio, a tranquilidade, a calmaria,
a quietude, o repouso, o silêncio e o sossego. Tão vitais para o exercício das
nossas atividades humanas.
O grande problema é que os seres
humanos vivem tentando transferir a responsabilidade da paz entre si. Entretanto,
o próprio Dalai Lama alerta que “Nunca
poderemos obter paz no mundo exterior até que consigamos estar em paz com nós
próprios”, porque “Sem paz interior, sem
calma interior, é difícil encontrar uma paz duradoura”. De modo que essa é
uma questão de caráter muito mais individual do que coletivo.
Segundo Prem Rawat, “A paz está dentro de você. Onde quer que você
vá, a paz vai com você. Quando você subir em um ônibus, a paz vai com você. Quando
você está lutando, a paz vai com você. Quando você está dormindo, a paz está
dentro de você. Quando você está frustrado além imaginação, a paz está em você.
Não importa o que você faz, não há lugar que você pode ir para onde a paz não
irá com você”.
Desse modo, quaisquer caminhos na
direção da inação, da espera pelo mundo, estabelece um movimento contínuo de
andar em círculos sem sair do lugar, o qual acaba por se traduzir em uma intenção
subliminar belicosa. Pois, “Não se pode
conseguir uma paz verdadeira, se se basear a conduta na eventualidade de um
futuro conflito” (Albert Einstein). Isso explica porque a história do mundo
acaba sempre sendo marcada pela estratégia dos armistícios, contrariando a premissa
de que “A paz é a única forma de nos
sentirmos realmente humanos” (Albert Einstein).
Celebrar a paz no primeiro dia do ano é, então, uma oportunidade indescritível de escrever a história por uma perspectiva melhor para você e para o mundo. Pois, “Não é suficiente falar sobre a paz. É preciso acreditar nela. E não basta acreditar nela. É preciso trabalhar para alcançá-la” (Eleanor Anna Roosevelt). Afinal, “Enquanto estivermos entregues à multidão dos desejos com suas esperanças e temores constantes nunca obteremos a felicidade ou a paz duradoura” (Arthur Schopenhauer). Portanto, aproveite o dia para refletir, tomando como ponto de inspiração, as palavras de Madre Teresa de Calcutá, quando ela disse “Ontem foi embora. Amanhã ainda não veio. Temos somente hoje, comecemos! Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz”.