sábado, 26 de maio de 2018

"Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder". Abraham Lincoln

Esticando a corda...




Por Alessandra Leles Rocha




Vivemos tempos em que as pessoas não medem esforços para testar os limites do outro. Esticando uma corda até vê-la se partir com satisfação. E os que fazem isso, certamente encontrarão quem os submeterá a mesma prática, sem o mínimo de cerimônia ou piedade.
Dentro e fora do nosso pequeno mundinho essa realidade se dissemina e aponta para uma das mais importantes razões de adoecimento populacional. As conjunturas do cotidiano por si só são repletas de desafios, atribuições, etc.etc.etc. e, por isso, não deveriam ser acrescidas de comportamentos desnecessários, cruéis e perversos, de pessoas que têm problemas com a sua percepção social e precisam se reafirmar sob pilares de arrogância, de prepotência, de narcisismo...
Especialistas na área de recursos humanos e psicologia, já perceberam que um profissional saudável, satisfeito no ambiente de trabalho, produz muito mais, ou em termos qualitativos um melhor relacionamento, atendimento ao cliente, clareza mental e na comunicação, motivação e confiança, e em termos quantitativos a redução de desperdícios, cumprimento de metas e menores índices de acidentes de trabalho. Então, por que se age na contramão desse conhecimento?
Infelizmente, em cada círculo social existente o que se percebe é a opressão no limite mais alto. Pode-se dizer que há uma tendência de mecanização humana que extrai das pessoas as suas qualidades naturais e lhes impinge a execução de habilidades e capacidades próprias das máquinas. Nada de emoções. Nada de sentimentos. Esforço até o limite. Ora, mas se as máquinas se desgastam, o que dizer de uma estrutura tão delicada quanto o ser humano?
Aos que ainda não entenderam, o descanso é vital para o desenvolvimento. Aristóteles e seus contemporâneos, já compreendiam que o trabalho em excesso era um obstáculo ao pleno desenvolvimento intelectual. Afinal, o tempo livre é um tempo de autoanálise, para que as pessoas possam liberar o seu subconsciente e perceber a vida de forma mais realista e isenta. Mas, cada vez mais, poucos são os que podem se dar ao luxo desse “ócio criativo”.
A princípio eu pensava se tratar de uma obsessão calcada nos resquícios do ideário Fordista da Revolução Industrial, principalmente no que dizia respeito a extrair o máximo da mão de obra de cada trabalhador; mas, com o tempo, percebi que a relação de poder de uns sobre outros é o fator preponderante nessa questão. Assim, segundo Michel Foucault (1999) 1, o poder está em toda parte; não porque englobe tudo, e sim, porque provém de todos os lugares. E se há poder, a resistência a ele também existe e se configura como um grito do descontentamento, um exercício da liberdade.
A grande questão é que nem sempre a resistência obtém êxito, e quanto mais se estabelece o acirramento dessas forças, mais se consolidam os prejuízos no campo do desenvolvimento social. Por isso é tão fácil perceber como essa instituição de autoridade e obediência massacra a capacidade de construção de uma sociedade  livre, criativa, saudável, rica em habilidades e competências.
No fundo, a verdade é que grande parte desse “poder” é tão somente uma Síndrome do Pequeno Poder, ou seja, alguém que por meio de atitudes opressoras diante de um poder adquirido (ou não), utiliza-o de modo autoritário, mostrando a total escassez de equilíbrio e bom senso, abusando dos limites da autoridade. Assim, com tantos “novos tiranos” se revestindo dela, em muito pouco tempo serão muitos “caciques” para nenhum “índio”.



1 FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975/1976). Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

sábado, 12 de maio de 2018

"Nenhuma influência é tão poderosa quanto a de mãe". Sarah Josepha Hale (1788 - 1879, foi uma escritora estadunidense)

Mãe é mãe: mentira
Martha Medeiros


Vamos esclarecer alguns pontos sobre mães, ok?
Desconstruir alguns mitos.
Não, não precisa se preocupar.
Não é nada ofensivo, eu também sou mãe... e avó!
Vamos lá:
Mãe é mãe: mentira !!!
Mãe foi mãe, mas já faz um tempão!
Agora mãe é um monte de coisas:
é atleta, atriz, é superstar.
Mãe agora é pediatra, psicóloga, motorista.
Também é cozinheira e lavadeira.
Pode ser política, até ditadora, não tem outro jeito.
Mãe às vezes também é pai.
Sustenta a casa, toma conta de tudo, está jogando um bolão.
Mãe pode ser irmã: empresta roupa, vai a shows de rock e pra desespero de algumas filhas, entra na briga por um namorado.
Mãe é avó (oba, esse é o meu departamento!):
moderníssima, antenadíssima, não fica mais em cadeira de balanço, se quiser também namora, trabalha, adora dançar.
Mãe pode ser destaque de escola de samba, guarda de trânsito, campeã de aeróbica, mergulhadora.
Só não é santa, a não ser que você acredite em milagres.
Mãe já foi mãe, agora é mãe também.
Mãe é uma só: mentira !!!
Sabe por quê?
Claro que sabe!
Toda criança tem uma avó que participa, dá colo, está lá quando é preciso.
De certa forma, tem duas mães.
Tem aquela moça, a babá, que mima, brinca, cuida.
Uma mãe de reserva, que fica no banco, mas tem seus dias de titular.
E outras mulheres que prestam uma ajuda valiosa.
Uma médica que salva uma vida, uma fisioterapeuta que corrige uma deficiência, uma advogada que liberta um inocente, todas são um pouco mães.
Até a maga do feminismo, Camille Paglia, que só conheceu instinto maternal por fotografia, admitiu uma vez que lecionar não deixa de ser uma forma de exercer a maternidade.
O certo então, seria dizer: mãe, todos têm pelo menos uma.
Ser mãe é padecer no paraíso: mentira!
Que paraíso, cara-pálida?
Paraíso é o Taiti, paraíso é a Grécia, é Bora-Bora, onde crianças não entram. 
Cara, estamos falando da vida real, que é ótima muitas vezes, e aborrecida outras tantas, vamos combinar.
Quanto a padecer, é bobagem.
Tem coisas muito piores do que acordar de madrugada no inverno pra amamentar o bebê, trocar a fralda e fazer arrotar.
Por exemplo?
Ficar de madrugada esperando o filho ou filha adolescente voltar da festa na casa de um amigo que você nunca ouviu falar, num sítio que você não tem a mínima ideia de onde fica.
Aí a barra é pesada, pode crer...
Maternidade é a missão de toda mulher: mentira !!!
Maternidade não é serviço militar obrigatório, caraca!
Deus nos deu um útero, mas o diabo nos deu poder de escolha.
Como já disse o Vinicius: filhos, melhor não tê-los, mas se não tê-los, como sabê-los?
Vinicius era homem e tinha as mesmas dúvidas.
Não tê-los não é o problema, o problema é descartar essa experiência.
Como eu preferi não deixar nada pendente pra a próxima encarnação, vivi e estou vivendo tudo o que eu acho que vale a pena nesta vida mesmo, que é pequena, mas tem bastante espaço.
Mas acredito piamente que uma mulher pode perfeitamente ser feliz sem filhos, assim como uma mãe padrão, dessas que têm umas seis crianças na barra da saia, pode ser feliz sem nunca ter conhecido Paris, sem nunca ter mergulhado no Caribe, sem nunca ter lido um poema de Fernando Pessoa.
É difícil, mas acontece.
Mamãe, eu quero: verdade!
Você pode não querer ser uma, mas não conheço ninguém que não queira a sua.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Brasil e ONU lançam redes para combater consumo de sódio e de alimentos processados

Apresentadas em Brasília nesta semana, na sede nacional da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), iniciativas buscam cumprir compromissos da Década de Ação das Nações Unidas para a Nutrição, observada de 2016 a 2025.

O Brasil se comprometeu a deter o crescimento da obesidade entre adultos, reduzir o consumo regular de bebidas adoçadas com açúcar em pelo menos 30% no mesmo grupo etário e ampliar em no mínimo 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente.
O Ministério da Saúde do Brasil, agências da ONU e delegações de nove países da América Latina e Caribe lançaram nesta semana, em Brasília, duas redes para combater o consumo de alimentos processados e a ingestão de sódio. Apresentadas em Brasília, na sede nacional da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), iniciativas buscam cumprir compromissos da Década de Ação das Nações Unidas para a Nutrição, observada de 2016 a 2025.
Na abertura do evento na capital federal, na quinta-feira (3), Joaquín Molina, representante da OPAS no Brasil, lembrou que a nutrição aparece claramente em seis dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, os ODS. “A má nutrição, em todas as suas formas, afeta todos os países, e as diferentes formas de má nutrição, como a fome e a obesidade, convivem dentro dos mesmos países”, disse.
Participaram do lançamento delegações da Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Peru e Uruguai. Também presente, Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência contra a Fome e representante do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) no Brasil, ressaltou que “a nutrição é hoje o mais importante tema de saúde pública a ser discutido pelo mundo”.
Segundo o especialista, os recursos gastos para combater os males causados pela má nutrição deveriam ser utilizados para promover a nutrição adequada — e portanto, prevenir problemas de saúde. “O Guia Alimentar brasileiro serve de exemplo para vários países do mundo porque mostra claramente quais alimentos são benéficos e quais são maléficos para a nossa saúde e o que precisamos fazer para ter uma alimentação saudável.”
Os dois projetos inaugurados pelo governo brasileiro são a Rede sobre difusão de Guias Alimentares baseados no nível de processamento dos alimentos e a Rede sobre estratégias para redução do consumo de sódio e prevenção e controle de doenças cardiovasculares.
A estratégia do Ministério da Saúde faz parte dos compromissos assumidos pelo Brasil junto à Década para a Nutrição da ONU. Entre as promessas, está a criação de outras três redes, com atuação prioritária nas Américas. Programas visam promover a alimentação escolar sustentável, prevenir obesidade e doenças crônicas, garantir a governança em segurança alimentar e nutricional e estimular as compras públicas de produtos alimentícios da agricultura familiar.
As redes são coligações de países que trabalham pelo fortalecimento de políticas e legislação, fomentando iniciativas de cooperação técnica e compartilhando boas práticas em temas específicos. A expectativa do Brasil é de que esses organismos sejam catalisadores para o cumprimento dos objetivos de cada nação junto à Década de Nutrição.
Além de instituir esses espaços institucionais de diálogo, o Brasil se comprometeu a deter o crescimento da obesidade entre adultos, reduzir o consumo regular de bebidas adoçadas com açúcar em pelo menos 30% no mesmo grupo etário e ampliar em no mínimo 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente.
Alan Bojanic, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, afirmou que “é importante atuar nos territórios onde estão os grupos vulneráveis à má nutrição”. O dirigente lembrou que a Década da Nutrição teve início em 2016 e que, portanto, ainda existem oito anos de trabalho pela frente para alcançar as metas.
Fonte: https://nacoesunidas.org/brasil-e-onu-lancam-redes-para-combater-consumo-de-sodio-e-de-alimentos-processados/

No Rio, UNICEF lança na quinta-feira (10) Comitê para Prevenção de Homicídios de Adolescentes

Na próxima quinta-feira (10), será lançado o Comitê para Prevenção de Homicídios de Adolescentes no Rio de Janeiro. Com a presença já confirmada de diversas autoridades públicas e representantes da sociedade civil, o evento acontece das 10h às 12h, no Centro Cultural da Justiça Federal, na Cinelândia. Ao todo, serão 22 instituições signatárias do ato de lançamento, que contará com o depoimento de familiares de adolescentes assassinados, bem como de meninos e meninas de diferentes comunidades da cidade falando sobre o impacto da violência em suas vidas.

Na próxima quinta-feira (10), será lançado o Comitê para Prevenção de Homicídios de Adolescentes no Rio de Janeiro. Com a presença já confirmada de diversas autoridades públicas e representantes da sociedade civil, o evento acontece das 10h às 12h, no Centro Cultural da Justiça Federal, na Cinelândia. Ao todo, serão 22 instituições signatárias do ato de lançamento, que contará com o depoimento de familiares de adolescentes assassinados, bem como de meninos e meninas de diferentes comunidades da cidade falando sobre o impacto da violência em suas vidas.
Somente na capital fluminense, 335 meninos e meninas foram assassinados em 2016, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. No ano anterior, foram 278 vidas interrompidas – quase todos meninos, negros, moradores das favelas. Segundo estimativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), no Brasil, a cada dia, cerca de 29 meninos e meninas são assassinados. Diante de um desafio tão extremo e complexo, o Comitê nasce para promover o compromisso de ação convergente de diversas instituições para evitar que novas vidas de adolescentes sejam interrompidas.
Com foco inicial de atuação na capital, o Comitê terá linhas de ação complementares, inspiradas na experiência do Comitê Cearense para Prevenção de Homicídios na Adolescência, existente desde 2016. Já em 2018, o Comitê do Rio inicia sua atuação com uma pesquisa sobre as trajetórias de vida de adolescentes assassinados na capital e as dinâmicas de suas mortes, com o objetivo de compreender o que poderia ter sido diferente e como novas mortes podem ser prevenidas.
Outra prioridade, ainda este ano, será incidir no orçamento público estadual para garantir recursos para programas específicos de prevenção, como o PPCAM – Programa de Proteção à Criança Ameaçada de Morte. Outra ação central será aprimorar fluxos e procedimentos para garantir a responsabilização pelas mortes. Em médio prazo, o Comitê buscará propor um plano estadual para a prevenção de homicídios de adolescentes com políticas públicas integradas.
Articulado pelo UNICEF, o Comitê reúne Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro; Comissões de Direitos Humanos, da Segurança Pública e da Criança, Adolescente e Idoso da ALERJ; Secretaria Estadual de Segurança Pública, Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e Instituto de Segurança Pública (ISP); Secretaria Estadual de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos; Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDCA-RJ); Casa Civil da Prefeitura do Rio de Janeiro e Instituto Pereira Passos (IPP); além de atores da sociedade civil, como Centro de Defesa dos Direitos da Criança do Adolescente (CEDECA), Centro de Promoção da Saúde (CEDAPS), Instituto de Estudos da Religião (ISER), Laboratório de Análise da Violência da UERJ (LAV/UERJ), Luta pela Paz, Movimento Moleque e Observatório de Favelas.
SERVIÇO
O que: Lançamento do Comitê para Prevenção de Homicídios de Adolescentes no Rio de Janeiro
Quando: Dia 10/maio (quinta-feira), 10h às 12h.
Onde: Centro Cultural da Justiça Federal (Salão de Sessões), Cinelândia, Rio de Janeiro.
Fonte: https://nacoesunidas.org/no-rio-unicef-lanca-na-quinta-feira-10-comite-para-prevencao-de-homicidios-de-adolescentes/

OMS passa a recomendar vacina contra febre amarela para viajantes internacionais na região Sul


A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar a vacinação contra febre amarela para todos os viajantes internacionais que visitem qualquer área dos estados da região Sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Até então, algumas partes desses estados não eram consideradas de risco para a doença.
A agência da ONU avalia que a medida mais importante para prevenir a febre amarela é a imunização. Quem se desloca para as áreas de risco deve estar com as vacinas em dia e se proteger de picadas de mosquitos. Apenas uma dose da vacina é suficiente para garantir imunidade e proteção ao longo da vida. Efeitos secundários graves são extremamente raros. [...]

Samba mineiro - Dé Lucas e Edson Cruz lançam o álbum “Mãos”

Show conta com as participações de Fabiana Cozza , Douglas Din  e Marcos Sacramento

Nascidos no Aglomerado da Serra, Zona Sul de Belo Horizonte, os músicos Dé Lucas e Edson Cruz reuniram suas composições no novo trabalho, o álbum “Mãos” Além de ser o título de uma das canções, “Mãos” faz referência ao espírito colaborativo e de companheirismo que deu origem ao trabalho.  Músico desde e a adolescência,  Dé Lucas é um velho conhecido do cenário do samba mineiro com um histórico de apresentações ao lado de grandes nomes do gênero. Edson Cruz, por sua vez, iniciou sua carreira como compositor em 2013, quando resolveu dedicar-se ao trabalho artístico após anos atuando no mercado financeiro e, embora tenha lançado um disco que foi muito bem recebido ele se considera um “iniciante”. Mãos conta com 11 faixas e terá show de lançamento no dia 26 de maio,  às 21h, no SESC Palladium (Rua  Rio de Janeiro, 1046 - Centro, Belo Horizonte).  O show conta com as participações de Douglas DinMarcos Sacramento e Fabiana Cozza. Os ingressos custam R$ 30,00.

CONEXÕES E TRABALHO EM CONJUNTO

Primeiro disco em parceria de Dé Lucas e Edson Cruz, “Mãos” é um autêntico representante do ritmo que melhor traduz a identidade múltipla do país de dimensões continentais que é o Brasil, o samba. Belos arranjos se encontram com letras que falam sobre superações, transformações, despedidas, amores, encontros e desencontros. Ambos os artistas realizam neste disco o segundo trabalho de estúdio de suas carreiras.  Dé Lucas lançou em novembro de 2016 o álbum  “Clarear”, CD que marcou sua estréia fonográfica após anos dedicados à música. Edson Cruz lançou em 2013 o CD que levava seu nome. Apesar do início relativamente recente tem uma produção profícua de composições.

Uma das ilustrações do álbum foi feita pelo artista plástico Sergio da silva, amigo de infância de Dé Lucas que ficou tetraplégico em decorrência da violência urbana e encontrou na arte sua forma de expressão e superação. Sergio da Silva, assim como Dé Lucas e Edson Cruz,  são “crias” do Aglomerado da Serra o que fortalece ainda mais o aspecto de colaboração da vizinhança que o disco apresenta. O disco Mãos traduz muito bem as conexões e os laços que se estabelecem através da música e como essa comunicação encurta distância e reúne linguagens distintas  fortalecendo a filosofia “ubuntu” (sou porquê todos nós somos) que permeia a construção do álbum. Fabiana CozzaDouglas Din e Marcos Sacramento são convidados especiais da noite de lançamento. O fato de não participarem do CD reforça o conceito de colaboração do trabalho, trazendo outras linguagens e olhares para o show.

SOBRE OS CONVIDADOS

Fabiana Cozza, nome reconhecido nacionalmente, a artista paulistana chega aos 20 anos de carreira com solidez. Considerada por críticos e público uma das importantes intérpretes da música brasileira contemporânea, sua caminhada passa pelo teatro, pela dança e pela música. Vencedora do Prêmio da Música Brasileira 2012 – Melhor Cantora de Samba, Cozza atuou em musicais com temática brasileira no início da vida artística, aprimorando sua expressão cênica e interpretação, qualidades que saltam aos olhos de qualquer expectador.

Marcos Sacramento é cantor, compositor e, desde 2010, atua também no teatro musical brasileiro. Em mais de 30 anos de carreira lançou dezesseis álbuns, sendo seis solo e dez em duos com Soraya Ravenle, Luís Filipe de Lima, Clara Sandroni, Nilze Carvalho, Zé Paulo Becker e Carlos Fucs além de dezessete participações em coletâneas.
Douglas Din é um dos mais proeminentes nomes do cenário rap brasileiro atual. Seu caminho se confunde com a história do “Duelo de MCs”, Sua performance em batalhas de freestyle ganhou cartaz Brasil afora. Din já dividiu palcos com nomes como Emicida e Racionais MCs, entre outros. Causa Mor”, com destaque para a faixa que dá nome ao disco. Em 2015 lançou seu segundo álbum, o experimental “Ensurdecedor” e mais à frente, no mesmo ano, lançou os singles “Ah mah” e “Preto”  o lançamento mais recente é o single “Vida nova”, que é mais um fruto da parceria com o beatmaker Enece.

SERVIÇO
Lançamento do álbum “Mãos” de Dé Lucas e Edson Cruz
Participações de Douglas Din,  Marcos Sacramento e Fabiana Cozza
Quando: 26 de maio, às 21h
Onde: SESC Palladium (Rua  Rio de Janeiro, 1046 - Centro, Belo Horizonte)
Ingressos: R$ 30,00

Fonte: Rogério Dias – Aclive Comunicação e Projetos

TEMPORADA OSESP 2018 - Artista em Residência

EMMANUEL PAHUD, PRIMEIRA FLAUTA DA FILARMÔNICA DE BERLIM, É O ARTISTA EM RESIDÊNCIA DA OSESP
Com a Orquestra fará três concertos, além de um recital, uma apresentação com o Quarteto Osesp e uma masterclass gratuita para flautistas e interessados

Desde 2012, a cada nova temporada, a Osesp convida um músico reconhecido internacionamente para ser seu “Artista em Residência”. Ao longo do ano, o convidado faz dois programas diferentes com a orquestra, além de apresentações de música de câmara, recitais e masterclasses.

Para 2018, receberemos o suiço Emmanuel Pahud, que há muitos anos ocupa a função de primeira flauta da Filarmônica de Berlim. Pahud tocará nada menos do que seis programas diferentes, divididos entre maio e setembro.

De 10 a 12 de maio, participa dos concertos da Osesp, sob a regência da Diretora Musical e Regente Titular Marin Alsop. Pahud será solista naFantasia sobre A Flauta Mágica, de Robert Fobbes; e em Halil, de Leonard Bernstein. O programa se completa com A Flauta Mágica, KV 620: Abertura, de Mozart; e Sheherazade, Op.35, de Rimsky-Korsakov.

Também no dia 12 [sábado], cerca de duas horas antes do concerto com a Osesp, o flautista apresentará um recital solo, com repertório barroco que inclui obras de Telemann, Widmann e Bach. Já no domingo, dia 13, faz um concerto ao lado do Quarteto Osesp, com Mozart e Dvórak, entre outros. No mesmo dia, o Quarteto Osesp fará a estreia de uma obra encomendada ao compositor Caio Facó.

Em meio a essa agenda repleta de atividades, Pahud ainda ministrará uma masterclass gratuita no dia 11 [sexta]. As inscrições devem ser feitas através do e-mail academia@osesp.art.br até as 18h do dia 27 de abril de 2018.

SERVIÇOS / CONCERTOS
Recital Emmanuel Pahud: 12/mai (sáb), às 14h45. Ingressos: R$ 57,00.

Concerto Osesp, Alsop e Pahud: 10/mai (qui) e 11/mai (sex), às 20h30; 12/mai (sáb), às 16h30. Ingressos: R$ 50,00 a R$ 222,00.
Ensaio Aberto: 10/abr (qui), às 10h00. Ingressos: R$ 12,00.

Concerto Quarteto Osesp e Pahud: 13/mai (dom), às 19h. Ingressos: R$ 50,00 a R$ 222,00.

MASTERCLASS
11 MAI sexta (10h30 às 13h)
Emmanuel Pahud (flauta)
Inscrições (gratuitas) abertas para executantes e ouvintes através do e-mail academia@osesp.art.br.  Mais informações


EMMANUEL PAHUD - BIO
Começou a estudar flauta aos oito anos. Pouco tempo depois, venceu o Concurso Nacional da Bélgica e fez seu primeiro concerto com a Orquestra Nacional desse país. Estudou, entre outros, com Peter-Lukas Graaf, Michel Debost, Aurèle Nicolet.  Aos 19 anos foi primeira flauta na Sinfônica de Basel e, posteriormente, aos 22 anos, ganhou a posição de primeiro flautista da Filarmônica de Berlim. Também foi vencedor nos concursos de Kobe e Genebra.

MARIN ALSOP - BIO
Regente Titular da Osesp desde 2012, e também a diretora musical da Sinfônica de Baltimore, desde 2007. Apresenta-se regularmente com orquestras como as sinfônicas de Londres e de Chicago e as filarmônicas de Nova York e Los Angeles. À frente da Osesp apresentou-se nos principais centros musicais da Europa, como Berlim, Salzburg, e Amsterdam, além dos festivais de Lucerne e BBC Proms. A partir de 2020, quando termina seu mandato, ela será Regente de Honra da Osesp.

Os concertos da Osesp são uma realização do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura, e contam com o patrocínio do Itaú Personnalité, Banco Votorantim, Ultra, Mattos Filho e Deloitte.


SALA SÃO PAULO | SERVIÇO
Praça Júlio Prestes, 16
Bilheteria: (11) 3223-3966 (Sala São Paulo: 1484 lugares)
Recomendação etária: 7 anos
Ingresso Rápido: (11) 4003-1212; www.ingressorapido.com.br 
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 16,00 (sábado e domingo de manhã) | 611 vagas, sendo 20 para portadores de necessidades especiais e 33 para idosos.


Fonte: Alexandre Félix – Imprensa OSESP

terça-feira, 1 de maio de 2018

1º de Maio...

1º de maio



Por Alessandra Leles Rocha



Com 13,1% de desempregados no primeiro trimestre deste ano, o que significa 13,7 milhões de cidadãos procurando emprego no país nesse período, é que eu inicio a minha reflexão no 1º de maio.
Enquanto nos indignamos, milhões de vidas estão perdendo a sua dignidade cidadã e reescrevendo na prática o contrário do previsto no artigo 6º da Lei Magna de 1988:
“São direitos sociais a educação, a saúde, o TRABALHO, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.  
Para algumas pessoas isso tudo pode não passar de mera estatística, como tantas outras publicadas diariamente; mas, na verdade, a frieza desses números deveria sim impactar a todos nós, na medida do senso de coexistência coletiva.
Infelizmente, fechar os olhos para a realidade cotidiana não é, e nem nunca foi, a solução. O que acontece com o outro, ainda que este nos seja um desconhecido, nos atinge socialmente. No fundo, a grande massa de empregados e desempregados no Brasil vive o infortúnio da indignidade. É cada vez menor o contingente de cidadãos que conseguem com seus salários serem “capazes de atender as suas necessidades vitais básicas e as de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social” 1.  Inclusive, porque os tais “reajustes periódicos” oferecidos deixam, e muito, a desejar em termos de preservar o seu poder aquisitivo.
Então, como trivializar essa desigualdade e tentar justificá-la de maneira vil, quase leviana? Onde está o nosso apreço pelo ser humano, alguém como nós?  Talvez, fosse mais sensato pensar que cidadãos nós queremos para o país antes de pensar “que futuro você quer para o Brasil”, não é mesmo?
Há um ciclo cruel e perverso, que contempla a carência de estruturação social e familiar, a precariedade da educação nacional e a escassez de oportunidades e melhores salários, precisando ser efetivamente rompido. Só poderemos apostar nas crianças e jovens como esperança de futuro, se tivermos a certeza de que foram constituídos verdadeiros cidadãos, ou seja, pessoas capazes de compreender que os direitos e deveres estão interligados, e o respeito e o cumprimento de ambos contribuem para uma sociedade mais equilibrada e justa.
Mas, vivendo a injustiça diária da desigualdade como é possível pensar que exista no Brasil um contingente de cidadãos? Diante de uma prática que contradiz a teoria constitucional, só poderíamos nos sentir, no mínimo, envergonhados. O pior é que isso não acontece. Vivemos sob o inconsciente coletivo de quem já foi colonizado, escravocrata; mas, em pleno século XXI, ainda, não se sente incomodado contra os constantes abusos aos Direitos Humanos.
No meu ponto de vista, o cerne da questão do emprego/desemprego não está necessariamente na velocidade de transformação dos modos de produção; mas, na maneira com que lidamos com a manutenção da dignidade humana a partir do trabalho. É fundamental abolir os preconceitos e os estereótipos em relação às atividades laborais, como se pudéssemos ranqueá-las em mais ou menos importantes, ou em merecedoras ou não de um salário digno. Ainda que relutantes em admitir, a verdade é que as relações de trabalho têm sim, se amparado na hierarquização do status e essa é uma forma degradante de estabelecermos linhas divisórias de apartação social.  
Ao contrário de no alienarmos com a notícia de que o salário mínimo do próximo ano deve ultrapassar a casa dos R$1 mil, o conveniente é questionarmos a insuficiência desse valor e os inúmeros desdobramentos que ela causa no âmbito da sociedade. Portanto, ele continua a ser o mais visível atestado da pobreza nacional; sem contar que, desse parco valor, ainda se desconta entre 8% e 11% de INSS, imposto de renda – IR (dependendo da faixa salarial), contribuição sindical (o desconto é anual no valor de um dia de trabalho) e, dependendo da empresa, alguns “benefícios”, tais como Vale Transporte (6% do salário base), Seguro de Vida, Ticket Alimentação e/ou Refeição, empréstimos consignados e outros.
Como se vê, mais um 1º de maio e estamos cada vez mais distantes de “construir uma sociedade livre, justa e igualitária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e regionais, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação2, pelo simples fato de permanecermos negando que a dignidade cidadã passa pela dignidade laboral.



1 CF 1988, art. 7º, inciso 4.
2 CF 1988, art. 3º.