Apresentadas em
Brasília nesta semana, na sede nacional da Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS), iniciativas buscam cumprir compromissos da Década de Ação das Nações
Unidas para a Nutrição, observada de 2016 a 2025.
O
Brasil se comprometeu a deter o crescimento da obesidade entre adultos, reduzir
o consumo regular de bebidas adoçadas com açúcar em pelo menos 30% no mesmo
grupo etário e ampliar em no mínimo 17,8% o percentual de adultos que consomem
frutas e hortaliças regularmente.
O Ministério da Saúde
do Brasil, agências da ONU e delegações de nove países da América Latina e
Caribe lançaram nesta semana, em Brasília, duas redes para combater o consumo
de alimentos processados e a ingestão de sódio. Apresentadas em Brasília, na sede
nacional da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), iniciativas buscam
cumprir compromissos da Década
de Ação das Nações Unidas para a Nutrição, observada de 2016 a 2025.
Na
abertura do evento na capital federal, na quinta-feira (3), Joaquín Molina,
representante da OPAS
no Brasil, lembrou que a nutrição aparece claramente em seis dos 17
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, os ODS. “A má nutrição, em
todas as suas formas, afeta todos os países, e as diferentes formas de má
nutrição, como a fome e a obesidade, convivem dentro dos mesmos países”, disse.
Participaram
do lançamento delegações da Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica,
Equador, México, Peru e Uruguai. Também presente, Daniel Balaban, diretor do
Centro de Excelência contra a Fome e representante do Programa Mundial de
Alimentos das Nações Unidas (PMA) no Brasil, ressaltou que “a nutrição é hoje o
mais importante tema de saúde pública a ser discutido pelo mundo”.
Segundo o
especialista, os recursos gastos para combater os males causados pela má
nutrição deveriam ser utilizados para promover a nutrição adequada — e
portanto, prevenir problemas de saúde. “O Guia Alimentar brasileiro serve de
exemplo para vários países do mundo porque mostra claramente quais alimentos
são benéficos e quais são maléficos para a nossa saúde e o que precisamos fazer
para ter uma alimentação saudável.”
Os dois
projetos inaugurados pelo governo brasileiro são a Rede sobre difusão de Guias
Alimentares baseados no nível de processamento dos alimentos e a Rede sobre
estratégias para redução do consumo de sódio e prevenção e controle de doenças
cardiovasculares.
A
estratégia do Ministério da Saúde faz parte dos compromissos assumidos pelo
Brasil junto à Década para a Nutrição da ONU. Entre as promessas, está a
criação de outras três redes, com atuação prioritária nas Américas. Programas
visam promover a alimentação escolar sustentável, prevenir obesidade e doenças
crônicas, garantir a governança em segurança alimentar e nutricional e
estimular as compras públicas de produtos alimentícios da agricultura familiar.
As redes
são coligações de países que trabalham pelo fortalecimento de políticas e
legislação, fomentando iniciativas de cooperação técnica e compartilhando boas
práticas em temas específicos. A expectativa do Brasil é de que esses
organismos sejam catalisadores para o cumprimento dos objetivos de cada nação
junto à Década de Nutrição.
Além de
instituir esses espaços institucionais de diálogo, o Brasil se comprometeu a
deter o crescimento da obesidade entre adultos, reduzir o consumo regular de
bebidas adoçadas com açúcar em pelo menos 30% no mesmo grupo etário e ampliar
em no mínimo 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças
regularmente.
Alan
Bojanic, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO) no Brasil, afirmou que “é importante atuar nos territórios
onde estão os grupos vulneráveis à má nutrição”. O dirigente lembrou que a
Década da Nutrição teve início em 2016 e que, portanto, ainda existem oito anos
de trabalho pela frente para alcançar as metas.
Fonte: https://nacoesunidas.org/brasil-e-onu-lancam-redes-para-combater-consumo-de-sodio-e-de-alimentos-processados/