terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Muros ou pontes? Assim, pergunta 2017.

Muros ou pontes? Assim, pergunta 2017.


Por Alessandra Leles Rocha


Nem concluímos a segunda década do século XXI e o mundo já deu sinais claros sobre a sua necessidade de mudanças. Se avanços têm existido no campo da ciência e da tecnologia, no que diz respeito a sermos humanos o retrocesso parece evidente. O desequilíbrio paira no ar, enquanto buscamos uma compreensão sobre tais descaminhos e até aonde eles irão nos conduzir.
2016 é um marco nesse processo. A desordem, o caos, a incompreensão,... o mundo pareceu estar sob a total inversão da lógica, do bom senso, dos valores humanos. De repente, a humanidade estranhou a si e aos seus comportamentos, em um movimento impactante e de alto valor de ressignificação.  Uma insatisfação tomou conta da ordem social, na medida em que a consciência sobre a perda do protagonismo humano começou a incomodar.  
Sim, 2016 refletiu a verdadeira realidade do homem pós-moderno. A raça humana permitiu a si mesma chegar até o Terceiro Milênio dilapidando os alicerces dos direitos fundamentais da sua gente, em detrimento da loucura desmedida de alguns de seus membros. O espelho do cotidiano refletiu o que não se gostaria de ver: o homem algoz do homem. Dessa forma, retrocedemos aos velhos hábitos e voltamos a construir muros ao invés de pontes.
Distante da paz, 2016 foi tempo de guerra. De todos os tipos. Com todas as armas. Certamente, com o mesmo resultado mórbido e perverso de aniquilação da vida e da própria espécie. Uma exaltação da barbárie, do primitivismo, da incapacidade de coexistir e construir o bem comum. Na escala de prioridades, o ser humano encontra-se no final da fila.
Por isso foi tão difícil. A verdade sofrida e doída não se cansa de repetir pelos 366 dias de 2016. A própria geografia é incapaz de amenizar o impacto, oferecendo a sensação do distanciamento; afinal, é o ser humano na sua dor, na sua angústia, na sua luta pela sobrevivência e dignidade. Então, não dá para ser indiferente, frio, quando poderia ser você a “bola da vez”. Não, não dá para fingir que nada disso está acontecendo.
2016 foi como um rolo compressor que passou por cima das nossas ilusões, dos nossos sonhos, das nossas esperanças. Nua e crua, a verdade esbofeteou nosso rosto até nos tirar da zona de conforto. Não foi um ano daqueles para guardar na memória pelos feitos e conquistas, que se traduziram em alegrias e satisfação.  Fomos sugados até a última gota e depois lançados num pântano movediço. Perdemos o viço, a coragem, o entusiasmo, enquanto nos tornávamos desorientados ou apáticos diante dos acontecimentos.  Algo comparável a um tsunami.
Portanto, 2017 chega com a missão de catarmos nossos cacos e digerirmos tantas lições. O ser humano está de volta ao centro das discussões, buscando resgatar o seu protagonismo social, o que não significa, em absoluto, um mero exercício de poder. O protagonismo nesse caso é viver em razão do e para o ser humano, rompendo com rótulos e distinções que não passam de arbitrariedades e violências improducentes.
Até aqui vivemos nos protegendo uns dos outros, construindo muros que só conseguiram visibilizar cada vez mais a nossa ignorância, a nossa estupidez, a nossa mediocridade; já que, historicamente nenhuma barreira conseguiu impedir a disseminação da violência e da guerra. Cabe a nós, nesse ano que se anuncia, rever esses conceitos e redimensionar nossa visão de mundo, de sociedade, de humanidade.
Então, como estopim dessa reflexão eu compartilho a Fábula do Porco-espinho: Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor. Por isso decidiram se afastar uns dos outros e começaram de novo a morrer congelados. Então precisaram fazer uma escolha: ou desapareciam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros. Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. E assim sobreviveram. Moral da História: O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e a valorizar suas qualidades.
Pense nisso e faça de 2017 um intenso construir de pontes que unam corações e mentes em favor de um mundo mais justo, mais belo e mais humano. Salve, Salve 2017! 

Salve, Salve 2017!!!


quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

É Natal...

O ESPÍRITO DA COISA


Martha Medeiros


VOCÊ SEMPRE PEGA O ESPÍRITO DA COISA? Geralmente o espírito da coisa é algo que fica subentendido, só as almas atentas conseguem captá-lo. A verdade é que, em um mundo cada vez mais pragmático, é difícil pegar o espírito da coisa, seja que coisa for esta.
O que dizer então do espírito do Natal? Antes ele entrava no ar assim que dezembro iniciava. O espírito deste mês, para quem foi criança em outros tempos, era de pura magia. O Natal, que demorava tanto para chegar, estava batendo à porta. “Quantos dias faltam, mãe?” “Agora falta pouco, querida.” “Quanto?” “Uns 20 dias.” “Tudo isso?!!”
Mas a gente sabia que era pouco se comparado à longa espera de um ano inteiro. Em maio, junho, julho, o Natal ainda estava a perder de vista. Natal era o arremate do calendário, era a compensação por tanto estudo e provas na escola, era o prêmio por termos nos comportado bem, era a hora de colocar uma roupa bonita e ter algum desejo atendido, era hora de comer umas delícias diferentes, de rezar, de acreditar em todos os sonhos. O céu ficava mais azul, as estrelas se multiplicavam e nunca, nunca chovia em dezembro. Então finalmente chegava o dia 24. A empregada era liberada logo depois do almoço, o pai voltava mais cedo pra casa e nenhum moleque reclamava de ir pro chuveiro, até gostava. Já de banho tomado, era hora de esperá-lo. Ele. O verdadeiro deus de toda criança, Papai Noel.
Hoje mal entra dezembro — e com ele, trovoadas — e os shoppings lotam, o trânsito entope, os filhos pedem coisas caríssimas e ganham antes mesmo da noite feliz. Comprar, comprar, comprar. Você, meio sem grana, faz o que pode. Os outros, meio sem nada, você faz que não vê. Mas eles estão entre nós: crianças pedindo um lápis de presente, pedindo colchão de presente, sonhando com o primeiro iogurte de suas vidas. E a gente voando de um lado para o outro, sem tempo pra eles.
Isso tudo foi até ontem, quando dezembro acabou. Ao menos este dezembro insensato, ansioso, consumista, ateu, que dura 24 dias febris, onde todos correm, todos estão atrasados, todos têm compromissos inadiáveis. Uma amiga me escreveu no auge do estresse: “Pensar que o próximo será só daqui a um ano é a melhor parte da história”.
Antes de começar a contagem regressiva para o próximo, temos hoje. Temos este hiato, o dia 25. Um feriado, um domingo, uma trégua. As lojas estão todas, todinhas, fechadas. Sobrou alguma coisa da ceia para beliscar na geladeira. Você vai sentir sede de suco natural, de água gelada. Vai colocar música pra tocar, vai vestir uma camiseta limpa. Você não tem nada pra fazer, nenhum motivo pra tirar o carro da garagem, nenhuma razão para procurar vaga para estacionar. Hoje você vai andar a pé, no máximo de bicicleta. Vai falar mais pausadamente. Não vai ligar a TV, prometa. Nem sei por que abriu o jornal. Hoje é dia de caminhar devagar, de chinelo ou pés descalços. Dia de olhar bem fundo nos olhos do porteiro que está trabalhando, do motorista de ônibus que está trabalhando, e desejar a eles um feliz Natal pra valer. Com sentimento. Um sentimento que não seja medo nem angústia.
Paz.
É hoje o dia que nos restou pra isso. Um dia para sairmos de casa apenas para ir até alguém que nada possui e ofertar um pedaço de bolo, uma barra de chocolate, um travesseiro, um sabonete, uma bola, qualquer coisa que signifique uma verdadeira extravagância diante de tanta miséria. Terminou a histeria coletiva, terminou a festa, terminou a semana. É hoje, antes que tudo reinicie, que você poderá encontrar o verdadeiro espírito da coisa. Não deixe que ele escape.

Fonte: http://semeaduradeluz.blogspot.com.br/2008/11/o-esprito-da-coisamartha-medeiros.html 

Problemas globais exigem soluções coletivas, diz chefe da ONU no Dia Internacional da Solidariedade

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou que a solidariedade é essencial para preencher as lacunas de desenvolvimento sustentável. Ele lembrou que “não deixar ninguém para trás”, promover prosperidade e garantir a inclusão e igualdade são princípios fundamentais da Agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentável.


Poluição do ar, um assassino invisível!

A poluição do ar é um assassino invisível que pode nos afetar em uma simples caminhada ou até mesmo em nossas casas. Isso precisa mudar.
https://nacoesunidas.org/video-poluicao-do-ar-um-assassino-invisivel/

Tráfico de pessoas teve 63 mil vítimas no mundo entre 2012 e 2014, diz agência da ONU

Um total de 63,2 mil vítimas de tráfico de pessoas foram detectadas em 106 países e territórios entre 2012 e 2014, de acordo com novo relatório publicado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
As mulheres têm sido a maior parte das vítimas — frequentemente destinadas à exploração sexual — desde que a agência da ONU iniciou a coleta de dados sobre esse crime, em 2003. No entanto, essa participação caiu de 84% em 2004 para 71% em 2014, com o aumento do número de homens traficados para trabalhos forçados.
Um total de 63,2 mil vítimas de tráfico de pessoas foram detectadas em 106 países e territórios entre 2012 e 2014, de acordo com novo relatório publicado nesta quarta-feira (21) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
As mulheres têm sido a maior parte das vítimas — frequentemente destinadas à exploração sexual — desde que a agência da ONU iniciou a coleta de dados sobre esse crime, em 2003. No entanto, essa participação caiu de 84% em 2004 para 71% do total em 2014, segundo o documento.
Por outro lado, o percentual de homens traficados para trabalho forçado aumentou. Cerca de quatro em cada dez vítimas detectadas entre 2012 e 2014 foram destinadas ao trabalho forçado, enquanto 63% dessas vítimas eram homens, de acordo com o relatório.
As crianças permanecem como o segundo grupo mais afetado pelo crime depois das mulheres, representando de 25% a 30% do total no período analisado. Isso representa uma queda de 5 pontos percentuais em relação a 2011 devido a reduções do número de meninos vítimas desse crime em 17 países.
“A exploração sexual e o trabalho forçado permanecem como as formas mais proeminentes desse crime, mas as vítimas também estão sendo traficadas para serem usadas como pedintes, para casamentos forçados, fraudes ou produção de pornografia”, disse o diretor-executivo do UNODC, Yury Fedotov, no documento.
O relatório concluiu que enquanto as mulheres e meninas tendem a ser traficadas para casamentos e exploração sexual, homens e meninos são frequentemente explorados em trabalhos forçados no setor de mineração, como carregadores, soldados e escravos.
Enquanto globalmente, em média, 28% das vítimas desse crime são crianças, em regiões como África Subsaariana, América Central e Caribe, elas chegam a representar de 62% a 64% das vítimas, respectivamente.
Fedotov enfatizou a ligação entre grupos armados e o tráfico de pessoas, explicando como esses grupos frequentemente se engajam no tráfico de pessoas em seus territórios, coagindo mulheres e meninas a casamento ou escravidão sexual, e pressionando homens e meninos a atuar como trabalhadores forçados ou combatentes.
“Pessoas que escapam de guerras e perseguições são particularmente vulneráveis a se tornar vítimas do tráfico de pessoas”, disse Fedotov. “A urgência da situação dessas pessoas pode levá-las a tomar decisões perigosas de migração. O rápido aumento do número de sírios vítimas de tráfico de pessoas após o início do conflito parece ser um exemplo do papel dessas vulnerabilidades”, acrescentou.
O relatório também mostrou que o tráfico de pessoas e a migração regular têm fluxo semelhante em alguns países de destino em diferentes partes do mundo. Fatores que aumentam a vulnerabilidade ao tráfico humano durante o processo migratório incluem a presença de crime organizado transnacional no país de origem.
“Cerca de 158, ou 88%, dos países criminalizaram o tráfico de pessoas, em linha com o Protocolo” Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, disse Fedotov. “É um enorme avanço desde 2003, quando apenas 18% dos países tinham tais leis. No entanto, como enfatizado no último relatório, as taxas de condenações permanecem muito baixas, e as vítimas nem sempre recebem proteção e serviços nos países que são obrigados a fornecê-los”.
O chefe do UNODC também enfatizou que mais recursos são necessários para identificar e ajudar as vítimas de tráfico de pessoas, assim como melhorar as respostas jurídicas para detectar, investigar e processar os criminosos.
Mais de 500 fluxos de tráfico de pessoas foram detectados entre 2012 e 2014. Países no Oeste e Sudeste da Europa detectaram vítimas de 137 diferentes nacionalidades. Áreas afluentes — como Oeste e Sudeste da Europa, América do Norte e Oriente Médio — detectaram vítimas de um grande número de países do mundo todo.
As vítimas de países na África Subsaariana e Leste da Ásia são traficadas para uma ampla gama de destinos. Um total de 69 países reportou ter detectado vítimas da África Subsaariana entre 2012 e 2014, principalmente em nações da África, do Oriente Médio e no Oeste e Sudeste da Europa. Há também registros de fluxos de tráfico de pessoas da África para o Sudeste da Ásia e para as Américas.

América do Sul

A maior parte das 5,8 mil vítimas detectadas na América do Sul cujo gênero e idade foram informados entre 2012 e 2014 eram mulheres. Enquanto a maior parte era adulta (45%), as meninas também foram vítimas frequentes. Cerca de um quarto das vítimas eram homens, com maior frequência de adultos.
Além disso, mais da metade das 4,5 mil vítimas que tiveram a forma de exploração informada no período foi traficada para exploração sexual na região. Cerca de um terço foi traficada para trabalho forçado.
O Brasil reportou um grande número de vítimas, cerca de 3 mil por ano, por crimes como trabalho escravo e forçado. No entanto, segundo o UNODC, não está claro quantas dessas vítimas estavam em situação de exploração como resultado do tráfico de pessoas.
O país também é citado no relatório com um caso de um português que traficou mulheres brasileiras para serem exploradas sexualmente no país europeu. As vítimas foram enganadas por um esquema de dívida conectado a uma suposta “taxa de migração” que teriam que pagar pela viagem, uma prática frequente nesse tipo de crime.
Os fluxos de tráfico entre fronteiras na América do Sul ocorrem principalmente entre países vizinhos. Entre 2012 e 2014, vítimas traficadas da Bolívia foram detectadas na Argentina e no Chile, e vítimas do Paraguai foram registradas na Argentina. Cidadãos de Paraguai, Peru e Bolívia também foram registrados ou repatriados do Brasil. Vítimas colombianas foram detectadas no Equador e no Peru.

Conselho de Segurança aprova resolução

Na terça-feira (20), o Conselho de Segurança da ONU aprovou resolução para combater o tráfico de pessoas, condenando a prática que enfraquece o Estado de direito e contribui para outras formas de crimes organizados transnacionais que aumentam a insegurança e a instabilidade.
Em pronunciamento aos integrantes do Conselho, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou a necessidade de garantir justiça às vítimas e assegurar a responsabilização dos criminosos. “Se o conflito dá oxigênio ao traficantes de pessoas, os direitos humanos e a estabilidade os sufocam”, disse Ban.
“Precisamos de uma liderança estratégica para acabar com a guerra, para a prevenção de conflitos e para a manutenção da paz”, acrescentou, observando o compromisso da ONU em apoiar os Estados-membros através de ações precoces e diplomacias preventivas.
O dirigente máximo da ONU também sublinhou a necessidade de diminuir o financiamento do terrorismo, de modo a promover a segurança para todos. “O Estado Islâmico do Iraque e do Levante [ISIL / Da’esh], o Boko Haram, Al Shabaab e outros grupos estão usando tráfico e a violência sexual como armas de terror — e como importantes fontes de receita”, disse.
Atualmente, vítimas desse tipo de crime na Síria, junto com mulheres e meninas do Iraque, da Somália e de outros países em conflito, são encontradas na Europa, na Ásia e no Oriente Médio.
A resolução aprovada pelo Conselho de Segurança pede aos países que ainda não o fizeram que ratifiquem e implementem a Convenção da ONU Contra o Crime Organizado Transnacional e o protocolo para prevenir, impedir e punir os responsáveis por tráfico humano.

IBC lança o 1º Concurso Nacional do Livro Tátil

Modelo criado na USP auxilia aprendizado de deficientes visuais


Seguindo a proposta de software livre, o Model2gether é uma ferramenta que pode ser utilizada como apoio a atividades de qualquer disciplina que envolva o uso de modelos gráficos
Por  - Editorias: Universidade
As tecnologias da informação e comunicação promoveram, nas últimas décadas, um avanço importante no acesso de deficientes visuais a serviços, entretenimento e educação. O que pesquisadores da USP observaram é que a evolução dessas interações acabou privilegiando o trabalho individual em prejuízo do trabalho coletivo.
Há várias ferramentas para que pessoas cegas ou com deficiência visual possam usar o computador sozinhas, mas poucas alternativas para promover o trabalho colaborativo com pessoas de visão normal. Pensando nisso, um grupo da Escola Politécnica (Poli) desenvolveu um sistema que converte desenhos gráficos, frequentes na área da computação, em sons. Dessa forma, uma pessoa que não enxerga consegue acompanhar, por exemplo, as alterações que um professor faz numa tela para explicar determinado conceito. 
Batizada de Model2gethera ferramenta levou o prêmio de melhor protótipo no quinto Congresso Brasileiro de Informática na Educação, realizado em outubro. “Recebemos o prêmio na categoria de protótipo porque este ainda não é nosso projeto final. Ainda pretendemos fazer algumas alterações, mas basicamente ele está próximo do que desejamos neste momento”, conta Leandro Luque, um dos envolvidos na iniciativa..
O estudante cursa doutorado em Engenharia Elétrica e também foi selecionado no Google Research Awards in Latin America 2016, prêmio que incentiva o desenvolvimento de novas tecnologias com bolsas para estudantes e orientadores. [...]

Biossensor criado na USP poderá detectar predisposição ao câncer

Dissertação do Instituto de Física de São Carlos buscou desenvolver um sensor eletroquímico para propósitos medicinais
Um biossensor é um sensor eletroquímico que funciona com bases biológicas: enzimas, anticorpos, proteínas, DNA, entre outros. Um biossensor à base de anticorpos, por exemplo, reconheceria alguma mudança no sistema imunológico do paciente, ou seja, se o sensor está preparado para identificar a presença de anticorpos contra o vírus da gripe e o corpo do paciente começa a produzir esses anticorpos, isso gera uma resposta no sensor, que aponta a presença do vírus. O biossensor mais conhecido é o utilizado em pacientes com diabete para medir a quantidade de açúcar no sangue.
Já o biossensor criado em São Carlos funciona à base de DNA. Em sua pesquisa de mestrado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, Laís Ribovski buscou desenvolver um sensor para detectar a predisposição de pacientes ao surgimento dos cânceres de mama e ovário. O trabalho foi orientado pelo então pós-doutorando, Bruno Campos Janegitz, com supervisão do professor Valtencir Zucolotto. 
O dispositivo, já testado com amostras sintéticas de DNA, pretende identificar a presença da mutação c.68_69del, que é específica dos cânceres de mama e ovário.
O DNA humano é composto de fitas duplas, as chamadas dupla-hélices, que são complementares entre si, ou seja, a base nitrogenada de uma fita se liga à sua correspondente na outra fita. No protótipo em questão, um pedaço da fita correspondente aos genes da mutação é colocado no eletrodo, e em seguida são testadas várias fitas de DNA. Apenas aquela que possuir a mutação será capaz de se ligar ao eletrodo. [...]

Programação Museu Correios - Dezembro| Janeiro

Os Sinais e As Coisas – Das Fogueiras à Internet
A exposição “Os Sinais e As Coisas – Das Fogueiras à Internet” conta a história das telecomunicações no Brasil e exibe um panorama da evolução dos sistemas de comunicação. Os Sinais e As Coisas – Das Fogueiras à Internet” é um convite a uma viagem no tempo. A mostra expõe várias preciosidades que fazem parte do acervo do Museu, como, dentre outros, os telégrafos Bréguet, Morse, Baudot, telefones antigos, além do “Ford de Bigodes” usado em 1927 pelo Marechal Rondon na sua última missão: a demarcação de fronteiras no extremo-oeste do Brasil.

O Fotógrafo Viajante
A mostra coletiva une o trabalho de 31 fotógrafos que percorreram lugares do mundo acompanhados de uma câmera. Os fotógrafos percorreram grandes distâncias e entraram em lugares onde dificilmente entrariam se não fosse pela fotografia. A montagem da exposição conclui um percurso de experiência com o ato da viagem, com imagens entremeadas por textos de Italo Calvino e Alain de Botton, que escreveram textos sobre registros imagéticos. 

Vida Artificial II
A exposição apresenta por meio das artes a sociedade contemporânea e sua transformação com o avanço da tecnologia. Uma oportunidade de apreciar um pouco do que se produz no Brasil e no mundo, com obras de artistas da Romênia, Itália, Suíça, São Paulo, Paraiba, Pernambuco.

Poteiro Por Inteiro
A exposição é composta por 5 esculturas e 30 pinturas de Antonio Poteiro. O artista, que completaria 101 anos em 2016, é um dos artistas brasileiros de maior repercussão dentro e fora do país, notadamente no domínio da arte naïf, popular, ingênua, ínsita, na qual se firmou, em seus últimos anos de vida, como o número 1 no Brasil.

Museu Correios
Endereço: SCS quadra 4, bloco A, 256, - Asa Sul, Brasília - DF, 70304-915
Horários de funcionamento: terça a sexta, das 10 às 19h. Sábados, domingos e feriados das 14h às 18h.
Informações: (61) 2141-9276
Entrada Franca | Acesso para pessoas com deficiência


Importante:
O Museu Correios estará fechado nos dias 24, 25, 31 de dezembro e 01 de janeiro.

Fonte: Marta Ribeiro de Souza / ANALISTA DE CORREIOS JR - JORNALISTA

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Colocando os pingos nos is...

Colocando os pingos nos is


Por Alessandra Leles Rocha



Para mim, mudanças repentinas de atitude só se justificam em razão de algum distúrbio psicoemocional. Caso contrário, o bom e velho diálogo, ou como dizem por aí “colocar os pingos nos is”, é a postura mais digna para harmonizar o que eventualmente possa estar em desarmonia.
No mundo em que vivemos não é raro quem confunda “alhos com bugalhos” e acabe saindo por aí, destilando o veneno da ira contra uns e outros. Parecem até que gostam de remoer as diferenças, os mal entendidos, as divergências... para não dar o braço a torcer e buscar em um bom “dedo de prosa” o esclarecimento para uma dada situação. Um pretexto sem noção para, no fundo, tornarem-se vitimas dos próprios ruídos da comunicação.
É; eu sei que comunicar não é lá tarefa muito fácil. Nem sempre conseguimos nos fazer entender completamente.  Precisa paciência, boa vontade, clareza, etc.etc.etc. e, ainda sim, incorre-se no risco da coisa não funcionar muito bem. Mas, não há outra forma de coexistir pacífica e harmonicamente se não for assim; afinal de contas, não dá para ficar no meio do caminho de cara amarrada com o beiço dependurado, o nariz torcido e a cachola fervendo em caraminholas diversas. Isso só serve para causar estresse, infarto, e outras doenças mais.
Ora, sejamos uma vez sensatos e reconheçamos nossas diferenças. Não somos cópia de carbono! Cada um é um; pensa diferente, sente diferente, entende diferente. Não é possível, então, tirar conclusões precipitadas e, em muitos momentos, descontextualizadas. Nem tampouco fazê-las embasadas pelos olhares de terceiros.
Se algo te incomoda, fale. Não deixa para amanhã, sob a fervura do tempo, que nesses casos não costuma ser bom conselheiro.  Passe a limpo a história; retire toda e qualquer dúvida que paire, como nuvem de tempestade, sobre sua cabeça. É conversando que nós, seres humanos, nos entendemos. A vida é breve e não se deve desperdiça-la com coisas tão desnecessárias.
Temos tido tão maus exemplos por aí, de gente que não sabe, ou não se permite, ou não quer mesmo conversar, dialogar, com o semelhante. É assim, simples assim, que começam os conflitos, as guerras, as barbáries. Pura ausência de palavras verbalizadas, ditas olhos nos olhos, para se chegar a um denominador comum.
É por isso que eu prefiro a franqueza, as cartas na mesa, o diálogo aberto e sem meias palavras, sem desculpas para deixar para amanhã. Aí, se tiver que discutir brigar contestar,... esse é o momento. Como uma tempestade que depois de deixar fluir toda a água represada permite que o céu se abra em estio. Assim, preserva-se o melhor da vida, do ser humano, das relações. Como diz a canção, “Sentimento ilhado / morto, amordaçado / volta a incomodar” 1. Então, não se esconda atrás de máscaras, subterfúgios ou silêncios. Palavras não ditas podem sufocar.  


1 Revelação – Fagner. 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Para refletir...

10 de Dezembro: Dia Internacional dos Direitos Humanos. Em 10 de dezembro de 1948, a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou, em Paris (França), a Declaração Universal dos Direitos Humanos.



Aula Aberta: A Reinvenção da Família

A aula aberta é gratuita e destinada a apresentar um novo professor ao público da Casa do Saber e, para os novos alunos, é também uma oportunidade de ter contato com o ambiente e a dinâmica das aulas. O tema, geralmente panorâmico, serve como uma porta de entrada para assuntos a serem aprofundados em um futuro curso ministrado pelo professor da aula aberta. 


O encontro coloca em discussão os rumos das configurações familiares daqui para frente, fazendo um resgate sobre as mudanças na noção de “família” ao longo da história. Novas práticas sociais e regulamentações jurídicas surgiram nas últimas décadas, acompanhadas de expressões como família mosaico, reconstituída, parental, monoparental, polifamília, homoafetiva, entre outras, deixando o debate público – e a cabeça de todos - em ebulição. No entanto, a ideia de família se encontra hoje entre dois movimentos opostos: de um lado, os ideais da cultura de liberação sexual e dos costumes; de outro, a tentativa nostálgica de retorno ao modelo tradicional.
Data 15/12/2016
Duração: 1 encontro
Dia: Quinta-Feira
Horário: das 20h às 22h
Valor: R$ 0,00
Observações: Inscrições gratuitas pelo site, exclusivamente. Vagas limitadas e sujeitas à lotação do espaço.

Produções de cinema de animação serão exibidas na fachada digital do Espaço do Conhecimento

Pelo terceiro ano consecutivo, o Espaço do Conhecimento UFMG vai exibir, em sua fachada digital, produções da Mostra Udigrudi Mundial de Animação (Mumia). Quarenta curtas-metragens de diferentes gêneros serão mostrados a partir de hoje, 8, até o próximo domingo, 11, e novamente de 15 a 18 de dezembro, sempre das 19h30 às 20h30.
A Mumia, que busca alcançar públicos que, em geral, não têm acesso a filmes com esse perfil no circuito comercial, é considerada a segunda maior mostra dedicada à animação no Brasil. As produções vêm de diversas partes do mundo – países como Estônia, Bélgica, Japão, Rússia e Venezuela. Outras atividades, como oficinas, também compõem a mostra, sediada também por espaços como Sesc Palladium e Cine Humberto Mauro.
O Espaço do Conhecimento fica na Praça da Liberdade, 700.

Curso de educação ambiental em unidade de conservação está com inscrições abertas

Disciplina do Instituto de Biociências e do Parque Cientec é oferecida como optativa para alunos de graduação da USP e curso de extensão para outras pessoas

O Projeto Ecossistemas Costeiros abriu as inscrições para o Curso Teoria e prática de Educação Ambiental em Unidades de Conservação Marinhas e Costeiras 2017 (BIB-0443)A atividade é oferecida como disciplina optativa para os estudantes de graduação da USP e curso de extensão para outras pessoas. Há vagas especiais para funcionários de Unidades de Conservação.
O projeto é um programa do Instituto de Biociências (IB) e do Parque CienTec, ambos da USP. As inscrições se encerram dia 12 de dezembro e tanto estudantes da USP quanto de fora da Universidade devem se inscrever no site do IB, e não no sistema JúpiterWeb.
Os principais temas abordados no curso serão: bases da Educação Ambiental (EA); embasamento filosófico da EA como processo de transformação individual e social; conceitos de transdisciplinaridade, transversalidade e contextualização do ensino aplicados a protocolos de EA; Educação Ambiental marinha e costeira no Brasil e no mundo, entre outros.
O curso terá conteúdo teórico on-line e prática de monitoria na Unidade de Conservação Parque Estadual de Ilha Anchieta no litoral paulista, previsto para os dias 8 a 13 de abril.
Alunos da USP receberão os créditos da disciplina (6 créditos). Além disso, todos os aprovados no exame prático final receberão certificado e carteira de Monitor Ambiental Básico.
A divulgação dos selecionados será em 16 de dezembro, neste site e no e-mail de cada candidato. Eventuais alterações de data estarão informadas no site do projeto. A confirmação de interesse por e-mail deverá ser feita individualmente por cada aluno entre 16 e 18 de dezembro. Estudantes que não confirmarem serão excluídos dessa lista. Divulgação de turma definitiva, com eventual chamada para vagas remanescentes, será no dia 18 de dezembro.
O material para as aulas virtuais a distância estarão disponível a partir de 10 de março, mesma data da aula inaugural no Instituto de Biociências, na Cidade Universitária, em São Paulo.
Mais informações: ecosteiros.ibusp@gmail.com, site https://goo.gl/UM4adl

VÍDEO EXCLUSIVO: As violações no sistema prisional brasileiro

Na contramão da tendência mundial de redução do número de pessoas em privação de liberdade, o Brasil aumenta, a cada ano, 7% a sua população carcerária. O país já é o quarto no ranking global de encarceramento.
Na semana do Dia Internacional dos Direitos Humanos – 10 de dezembro –, o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) apresenta um especial sobre abusos no sistema prisional brasileiro, como o encarceramento de inocentes, superlotação, maus-tratos e tortura.

Na contramão da tendência mundial de redução do número de pessoas em privação de liberdade, o Brasil aumenta, a cada ano, 7% a sua população carcerária. Atualmente, há 300 presos para 100 mil habitantes; no mundo, essa média é de 144.
Na semana do Dia Internacional dos Direitos Humanos – 10 de dezembro –, o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) apresenta um especial sobre abusos no sistema prisional brasileiro, como o encarceramento de inocentes, superlotação, maus-tratos e tortura.
“Os casos de tortura, maus-tratos e racismo são práticas institucionalizadas nas cadeias brasileiras. Por mais que diferentes organizações denunciem, elas permanecem”, disse Isabel Lima, psicóloga da organização não governamental Justiça Global.
Em março deste ano, o então especialista de direitos humanos da ONU sobre tortura, Juan E. Méndez, criticou a prática frequente de tortura e maus-tratos nos presídios e delegacias brasileiras, apontando ainda o que classificou como “racismo institucional” no sistema carcerário do país.
“Eu vi muita gente cuspir sangue porque uma autoridade mandava a gente estufar o peito para bater com uma pá de ferro. Muitas vezes, eu era acordado com choque. Tenho marcas no pênis dos choques que eu levava”, contou Robson Borges da Silva, que ficou no sistema prisional por quase cinco anos e hoje é diretor da ONG ‘Eu quero Liberdade’.

Prisões provisórias

Nos últimos anos, a população carcerária brasileira saltou de 90 mil (na década de 90) para 622 mil (em 2014), de acordo com o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen). Dentre os presos, 40% são provisórios, ou seja, que ainda não foram julgados e permanecem encarcerados.
Nos Estados Unidos, que possuem mais de 2,3 milhões de presos – a maior população carcerária do mundo –, o percentual de presos provisórios não supera os 17%. Em alguns estados brasileiros, como no Piauí, essa realidade é ainda mais alarmante: 70% dos presos são provisórios.
“Em todo o Brasil esse é um problema estrutural, o que mostra para nós que a grande parcela do problema se deve ao fato de que o nosso sistema de justiça não aplica a lei de forma adequada”, afirmou Taiguara Souza, diretor do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH).

Política de drogas

O endurecimento da política de combate às drogas é apontada como uma das causas do encarceramento em massa, que também reforça a seletividade nas prisões condenando, em muitos casos, quem é usuário.
Segundo o Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça, mais de 27% dos presos respondem por tráfico de drogas. Apenas no Rio de Janeiro, o número de mulheres presas por tráfico em 2013 foi de 64. No ano seguinte, esse número saltou para 643, um aumento de mais de 1000%.

Racismo

Apenas 13% dos presos que estão no sistema prisional brasileiro são brancos; os demais são negros e pardos, majoritariamente pobres.
Formado em psicologia, Vinícius Romão foi preso acusado de assalto a mão armada. As características físicas de Vinícius correspondiam às informações que a vítima havia repassado à polícia. Ele foi levado para um presídio, onde ficou por 16 dias.
“O meu caso foi um claro exemplo de racismo. Eu não tinha nenhum pertence da vítima, não estava armado. Só porque eu sou negro, eu era o responsável pelo assalto? Então, se um branco de olhos verdes assaltar alguém, quer dizer que o primeiro branco de olhos verdes que passar será o culpado?”, questionou Vinícius, que foi libertado após uma campanha de repercussão nacional nas redes sociais.
Preso injustamente e com uma série de direitos violados, Vinícius recorre à sentença: uma surpreendente indenização de 5 mil reais.
“Em meio a tantos abusos, é preciso fazer com que a sociedade perceba que, ao defender que ‘direitos humanos são direitos para bandidos’, quem perde é toda a sociedade. É preciso que a sociedade tenha percepção de lutar e afirmar seus direitos”, completou Taiguara.
Os dados mencionados na reportagem do UNIC Rio estão presentes no relatório da Justiça Global.