Dissertação do Instituto de Física de São Carlos buscou desenvolver um sensor eletroquímico para propósitos medicinais
Um biossensor é um sensor eletroquímico que funciona com bases biológicas: enzimas, anticorpos, proteínas, DNA, entre outros. Um biossensor à base de anticorpos, por exemplo, reconheceria alguma mudança no sistema imunológico do paciente, ou seja, se o sensor está preparado para identificar a presença de anticorpos contra o vírus da gripe e o corpo do paciente começa a produzir esses anticorpos, isso gera uma resposta no sensor, que aponta a presença do vírus. O biossensor mais conhecido é o utilizado em pacientes com diabete para medir a quantidade de açúcar no sangue.
Já o biossensor criado em São Carlos funciona à base de DNA. Em sua pesquisa de mestrado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, Laís Ribovski buscou desenvolver um sensor para detectar a predisposição de pacientes ao surgimento dos cânceres de mama e ovário. O trabalho foi orientado pelo então pós-doutorando, Bruno Campos Janegitz, com supervisão do professor Valtencir Zucolotto.
O dispositivo, já testado com amostras sintéticas de DNA, pretende identificar a presença da mutação c.68_69del, que é específica dos cânceres de mama e ovário.
O DNA humano é composto de fitas duplas, as chamadas dupla-hélices, que são complementares entre si, ou seja, a base nitrogenada de uma fita se liga à sua correspondente na outra fita. No protótipo em questão, um pedaço da fita correspondente aos genes da mutação é colocado no eletrodo, e em seguida são testadas várias fitas de DNA. Apenas aquela que possuir a mutação será capaz de se ligar ao eletrodo. [...]