domingo, 30 de setembro de 2018
quinta-feira, 20 de setembro de 2018
Grandes Clássicos e Preços Populares - Osesp e Sala São Paulo
OSESP APRESENTA SÉRIE GRANDES CLÁSSICOS COM PREÇOS POPULARES E REGÊNCIA DE ISAAC KARABTCHEVSKY
Série especial traz quatro dias de concertos com repertórios variados e ingressos a R$50,00
Na última semana de setembro, o maestro Isaac Karabtchevsky rege a Osesp na série especial Grandes Clássicos. Serão quatro dias seguidos de concertos que trazem algumas das peças favoritas do público e popularmente conhecidas mesmo por quem não é frequentador assíduo das salas de concerto. Os ingressos de todas as apresentações possuem o valor único de R$ 50,00 (R$ 25,00 a meia).
Começando no dia 26, uma noite dedicada a Beethoven traz duas obras do alemão: a Abertura Leonora nº 3, Op.72b e a Sinfonia nº 6 em Fá Maior, Op.68 – Pastoral. Já no dia 27, a Noite Tchaikovsky traz três obras do compositor russo, entre elas Romeu e Julieta - Abertura-fantasia, composição inspirada na tragédia de Shakespeare e uma das peças mais executadas por orquestras em todo o mundo.
O dia 28 traz o tema “Uma Noite na Ópera”, com apresentações orquestradas de reconhecidos trechos de diversas obras operísticas, como a Suíte da ópera Carmen, de Bizet, e as aberturas de O Guarany, de Carlos Gomes; e A Força do Destino, de Verdi. E encerrando a série de concertos, no dia 29 a Orquestra passeia pelo repertório do século XX, apresentando três obras consideradas atemporais: o Uirapuru, de Villa-Lobos, O Pássaro de Fogo [Suíte], de Stravinsky, e o Bolero, de Ravel.
Sobre o maestro
Parceiro da Osesp de longa data, Isaac Karabtchevsky já esteve à frente da Osesp em diversas ocasiões, inclusive na Temporada 2018, no Festival Viva-Villa. O maestro já foi diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, do Theatro Municipal de São Paulo, da Orchestre National Des Pays de la Loire, na França, e da Orquestra Tonkünstler, em Viena. Ele já recebeu a medalha do Mérito Cultural do governo austríaco e a comenda Chevalier Des Arts e Des Lettres do governo francês, além de condecorações de praticamente todos os estados brasileiros. Em 2009, foi indicado pelo jornal inglês The Guardian como um dos ícones vivos do Brasil.
PROGRAMA
OSESP
ISAAC KARABTCHEVSKY regente
26 SET quarta 19h30
LUDWIG VAN BEETHOVEN
Abertura Leonora nº 3, Op.72b
Sinfonia nº 6 em Fá maior, Op.68 – Pastoral AS NOVE SINFONIAS
27 SET quinta 19h30
PYOTR I. TCHAIKOVSKY
Capricho Italiano, Op.45
Sinfonia nº 4 em fá menor, Op.36: 3º Movimento (Scherzo)
Romeu e Julieta - Abertura-fantasia
28 SET sexta 19h30
RICHARD WAGNER
Tannhäuser: Abertura
CARL MARIA VON WEBER
O Franco-Atirador, Op.77: Abertura
GEORGES BIZET
Carmen: Suíte nº 1
ANTONIO CARLOS GOMES
Il Guarany: Abertura
GIUSEPPE VERDI
La Forza del Destino: Abertura
29 SET sábado 19h30
HEITOR VILLA-LOBOS
Uirapuru
IGOR STRAVINSKY
O Pássaro de Fogo: Suíte (versão 1919) STRAVINSKY ESSENCIAL
MAURICE RAVEL
Bolero
Ingressos (inteira): R$ 50,00.
SALA SÃO PAULO | SERVIÇO
Praça Júlio Prestes, 16
Bilheteria: (11) 3223-3966 (Sala São Paulo: 1484 lugares)
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: (11) 3777-9721; https://osesp. byinti.com
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express, Diners e Elo.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) | 611 vagas, sendo 20 para portadores de necessidades especiais e 33 para idosos.
FONTE: Alexandre Felix
Fundação Osesp | Imprensa
Fundação Osesp | Imprensa
Vencedor do Concurso Rainha Elizabeth toca com a Osesp
OSESP RECEBE LUKÁS VONDRÁCEK
Pianista se apresenta sob regência de Arvo Volmer e realiza um recital solo
Em setembro, a Osesp recebe o pianista tcheco Lukás Vondrácek. Entre os dias 20 e 22, ele se apresenta com a Orquestra em três concertos sob regência do maestro Arvo Volmer, sendo o solista noConcerto nº 3 para Piano em dó menor, Op.37. O repertório das apresentações se completa com a Sinfonia nº 4, Op.29 - A Inextinguível, do compositor Carl Nielsen. E no dia 23, Vondrácek volta ao palco da Sala São Paulo para um recital solo, onde ele interpreta obras de destacados compositores, como Chopin e Brahms.
O pianista fez sua estreia em 2002, aos quinze anos de idade, com a Filarmônica Tcheca, e desde então tem se apresentado com grupos como a Orquestra Nacional Real Escocesa, a Sinfônica de Baltimore e a própria Osesp. Em 2016, ele foi o vencedor do concorrido Concurso Rainha Elisabeth, na Bélgica.
O maestro estoniano Arvo Volmer já atuou como Regente Titular e Diretor Artístico da Sinfônica de Oulu, na Finlândia, e foi Diretor Musical e Regente da Sinfônica de Adelaide (Austrália). Já esteve à frente da Filarmônica da BBC e das orquestras de Birmingham, Singapura e Taiwan, entre outras, além da própria Osesp.
Os concertos da Osesp são uma realização do Ministério da Cultura, Governo Federal e Fundação Osesp e contam com o patrocínio do Itaú Personnalité, Banco Votorantim, BBMapfre, Facebook, Ultra, Via Varejo, Mattos Filho e Deloitte.
Informações sobre os concertos
20 SET quinta 10h00 Ensaio Geral Aberto
20 SET quinta 20h30
21 SET sexta 20h30
22 SET sábado 16h30
OSESP
ARVO VOLMER regente
Lukás Vondrácek piano
CARL NIELSEN
Sinfonia nº 4, Op.29 - A Inextinguível
LUDWIG VAN BEETHOVEN
Concerto nº 3 Para Piano em Dó Menor, Op.37
Ingressos (inteira): entre R$ 50,00 e R$ 222,00. Ensaio Aberto: R$ 12
23 SET domingo 19h00
LUKÁS VONDRÁCEK piano
FRÉDÉRIC CHOPIN
Polonaise-Fantasia em Lá bemol maior, Op.61
ROBERT SCHUMANN
Carnaval, Op.9
ALEXANDER SCRIABIN
Fantasia em si menor, Op.28
JOHANNES BRAHMS
Sonata nº 1 para Piano em Dó maior, Op.1
Ingressos (inteira): entre R$ 50,00 e R$ 122,00.
SALA SÃO PAULO | SERVIÇO
Praça Júlio Prestes, 16
Bilheteria: (11) 3223-3966 (Sala São Paulo: 1484 lugares)
Recomendação etária: 7 anos
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express, Diners e Elo.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) | 611 vagas, sendo 20 para portadores de necessidades especiais e 33 para idosos.
FONTE: Imprensa <Imprensa@osesp.art.br>
terça-feira, 18 de setembro de 2018
Reflexões cotidianas...
As
tramas da Rede
Por
Alessandra Leles Rocha
Escorada nas tecnologias da
informação a humanidade perdeu o bom senso na hora de delimitar os espaços
entre o público e o pessoal. Reflexos da
pós-modernidade? Sim. Mas, nada que uma boa dose de reflexão particular não traga
de volta aos caminhos da Razão.
A desculpa que as ferramentas tecnológicas
vieram trazer mais comodidade e velocidade as relações não me parece nada
consistente. Se fosse assim, milhões de pessoas não reclamariam em coro a carência
de tempo no seu cotidiano. Basta ver o trânsito congestionado nos grandes
centros urbanos, por exemplo. Carros cada vez mais velozes que não conseguem
imprimir mais do que faria uma carroça.
A própria internet. São tantas as
informações por segundo que o ser humano é “soterrado” sem ler ao menos um
quarto delas na velocidade vigente. Sem contar o tempo desperdiçado por milhões
de seres humanos no acesso a Rede. Pessoas estão ficando doentes, inclusive mentalmente,
por horas dispensadas diante de celulares, tablets, notebooks e computadores. Deixam
de dormir, de se alimentar, de cuidar das prioridades cotidianas em nome da
compulsão tecnológica motivada especialmente pelas redes sociais.
Por isso essa análise sobre o uso
público e pessoal da tecnologia é tão importante. Não é porque existem que os
tais “modernismos tecnológicos” podem ser utilizados sem critérios e objetivos.
O descontrole na utilização parece ser bem mais um fruto da necessidade de pertencimento
e ostentação social do que realmente uma necessidade ou comodidade do momento.
As redes sociais são um bom exemplo
dessa “euforia desmedida”. As pessoas extrapolam a tal ponto que colocam em
risco a sua privacidade e sua segurança. Fazem dessas plataformas um diário de
vida público, no qual estranhos dispõem de informações que deveriam ser
particulares. Algumas excedem no exibicionismo e são capazes de fazer montagens
para dizer que esteve nesse ou naquele lugar, frequentou essa ou aquela festa,
enfim... Sem contar no sentimento de “território livre” que muitas pessoas
ainda acreditam quando o assunto é internet e, por isso, pensam que podem
transgredir quaisquer limites em nome da impunidade; embora, a verdade seja
outra e as leis de crimes cibernéticos estão aí para provar.
Na ótica do uso público da
tecnologia, ou seja, quando essa visa atender as demandas profissionais ou
interesses de empresas e corporações é preciso ainda mais atenção. O cuidado
com as ferramentas e seus propósitos de utilização precisa ser definido, de
modo que não transgridam o respeito, a intimidade, os valores éticos e morais
vigentes na sociedade.
Por isso, nem todas as ferramentas tecnológicas
são escolhidas para esse fim. Geralmente, a opção é por aquelas que construam
um registro formal e confiável da comunicação estabelecida, tais como o e-mail,
o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) (ou os tradicionais Call Centers), formulários online.
Embora a tecnologia já seja parte integrante
da sociedade do século XXI, a adesão a ela não é um fator de obrigatoriedade
intransigente. Principalmente, se pensarmos que a população mundial está em
franco envelhecimento e muitos desses indivíduos ainda não têm acesso nem mesmo
ao celular.
Além disso, a questão da
desigualdade social é um desafio concreto no processo da inclusão digital para
milhões de brasileiros, por exemplo. Segundo a Organização das Nações Unidas
(ONU), em 2017, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento (UNCTAD, sigla em inglês), o acesso digital no Brasil precisa
ser sustentável e equitativo. Cerca de 3,5 milhões de crianças e adolescentes brasileiros
nunca acessaram a internet.
Sob outro viés não menos importante,
questões sobre intolerância e discursos de ódio na rede, também, são
fomentadores contrários ao uso da tecnologia, por pessoas de diferentes faixas etárias.
Em nome da sanidade mental e do equilíbrio
físico-emocional que tem se mostrado frágil diante dos números da Depressão e
do Suicídio em todo o mundo, a opção de muitas pessoas em limitar ou abolir as
tecnologias também não pode ser questionado e/ou desrespeitado.
A ideia de se preservar, de
estabelecer prioridades, limites e ritmos de organização menos estressantes é
um direito do cidadão no amplo contexto da sua qualidade de vida. Como diz o
dito popular, “cada um sabe aonde lhe apertam os calos” e não há verdade maior
do que essa. A imposição em relação ao uso das tecnologias e suas repercussões
são muito prejudiciais à sociedade, na medida em que cerceiam a liberdade e a
autonomia das pessoas e apontam para o desequilíbrio dos cerceadores.
Sim. Essa preocupação em ser
aceito, em pertencer socialmente, é tão confusa que faz com que as pessoas se
satisfaçam com a aprovação ou a desaprovação de gente que elas nem conhecem. Elas
estão se satisfazendo em relações sociais altamente frágeis e insustentáveis,
como quem se apega a uma boia para não se afogar. E tudo isso não deixa de ser
um indicativo de solidão, de carência por relações melhor fundamentadas, por
algo mais real e menos virtual.
Então, cuidado! Parafraseando uma
frase que eu li há algum tempo, as tramas da Rede andam dando corda, o problema
é que alguns fazem laços e outros se enforcam. Pense nisso!
sábado, 15 de setembro de 2018
Reflexões cotidianas...
As
quatro estações... da alma humana
Por
Alessandra Leles Rocha
Depois de alguns
meses de estiagem as primeiras chuvas anunciam que a Primavera se aproxima. Na filosofia
da Natureza é tempo de recapitular as lições da metamorfose.
Na aridez dos campos
e das almas nada floresce. É preciso água para regar as sementes, os sonhos, às
esperanças. Não importa se vinda dos céus, rios, mares ou olhos. Importa que
seja água capaz de banhar e nutrir.
Só assim a
metamorfose, a grande transformação natural acontece. O que os tempos áridos souberam
queimar, para matar as pragas, enfermidades e deformidades, agora têm a
oportunidade de ressurgir das cinzas que se misturam as águas e moldam esse
barro sagrado e profícuo.
Assim ensina a
Natureza. Deveríamos aprender tais princípios porque se trata da vida em todas
as suas instâncias, o que nos inclui pobres mortais. Tantas folhas mortas
cobrem nosso corpo e espírito. Quantos galhos secos interrompem os nossos
fluxos vitais. Parecemos mais áridos do que na verdade somos, na medida em que
não deixamos resplandecer o viço. Mas, ele ainda resiste!
Quantas primaveras
deixamos passar sem perceber tamanha lição? Mas, a Natureza é sabia e persistente,
insiste a nossa displicência se repetindo. Algum dia haveremos de nos dar conta do que
ela diz. A própria rudeza da vida, também, nos impõe essa repetição. Afinal de
contas, ano a ano a estiagem se torna mais rigorosa e as bênçãos das águas mais
necessárias, como se a nossa aridez humana se refletisse no meio ambiente.
Sim. Absortos pelas
maravilhas do nosso mundinho, não raras às vezes, esquecemo-nos de nos
alimentar, nos hidratar,... dormir. Semelhantes às plantas negligenciadas em um
jardim. Mas, ao contrário delas, disfarçamos o viço com recursos artificiais e,
nem sempre, eficazes. Apenas tentativas de se parecer apresentável e agradável aos
olhos do mundo.
Diante disso, dessa
perda lenta e gradual da capacidade de cuidar-se, a opção foi substituir,
também, a Natureza. Jardins artificiais nos rodeiam. Luz artificial nos
ilumina. Espaços cada vez menores para viver impossibilitam desfrutar da
presença mais íntima e pessoal com o ambiente natural. E, sem nos darmos conta,
distanciados do ciclo biológico das estações do ano.
Apesar de todos os
pesares, ele ainda existe. Talvez, não didaticamente como proposto nos livros e
nas teorias; afinal, as metamorfoses impostas pelas próprias ações antrópicas já
impactaram a Natureza de alguns modos irreversíveis. Mas, com um pouco de
lucidez e sensibilidade ainda é possível ver a mágica sutil das estações acontecer.
Cientes ou não
permanecemos ligados à Natureza. Somos parte integrante e integrada de Gaia; portanto,
no mais profundo de nossas entranhas sentimos o fluxo da vida em pulsante
transformação. Transpiramos mais ou menos. Respiramos com mais facilidade ou
menos. Alimentamo-nos melhor ou pior. Sentimos mais ou menos preguiça. Enfim...
Enquanto lá fora, entre calmarias e
ventanias a natureza se faz e desfaz, sob a nossa impaciência cotidiana.
Para cumprir a saga
da vida, ou seja, nascer crescer envelhecer e morrer, a regra básica é a
transformação. Quem sabe nessa Primavera
você, então, preste mais atenção ao que acontece dentro e fora de você? Como disse
lindamente a poetisa Cecília Meireles, “Aprendi com as primaveras a deixar-me
cortar e a voltar sempre inteira” 1. E ela está certa; pois sem passar pelas quatro
estações... a alma humana jamais consegue a metamorfose da existência capaz de torná-la
plena inteira e verdadeiramente
interessante.
1
MEIRLES, C. Antologia Poética. Rio de Janeiro:
Editora Nova Fronteira, 2001. Trecho do poema “Desenho”.
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
PNLD Literário 2018
Professor, é
hora de escolher os livros do PNLD Literário 2018! Na categoria 6, da 1ª à 3ª
série do Ensino Médio, um dos finalistas é o clássico "O Sol é para
todos" (código 0934L18603), de Harper Lee.
Na categoria 6, da 1ª à 3ª série
do Ensino Médio, um dos finalistas é "Doze contos peregrinos" (código
0028L18602), de Gabriel García Márquez. O livro reúne doze contos
protagonizados por latino-americanos vivendo na Europa, mas sem deixar de
sonhar com a terra natal. Gabriel García Márquez usa como pano de fundo
Barcelona, Genebra, Roma e Paris para retratar a solidão através de histórias
de amor, poder e morte.
"O Circo"
de Ivan Zigg é uma das obras aprovadas no PNLD Literário 2018.
Saiba mais em http://www.fnde.gov.br/programas/programas-do-livro/consultas/editais-programas-livro/item/11568-edital-pnld-liter%C3%A1rio
FCRB - "130 anos de abolição da escravidão no Brasil"
Fundação Casa de Rui Barbosa
Rua São Clemente 134, Botafogo
22260-000, Rio de Janeiro, RJ
Telefone 55.21.3289-4600
E-mail: fcrb@rb.gov.br
Rua São Clemente 134, Botafogo
22260-000, Rio de Janeiro, RJ
Telefone 55.21.3289-4600
E-mail: fcrb@rb.gov.br
FCRB - Programação Semanal
Fundação Casa de Rui Barbosa
Rua São Clemente 134, Botafogo
22260-000, Rio de Janeiro, RJ
Telefone 55.21.3289-4600
E-mail: fcrb@rb.gov.br
terça-feira, 11 de setembro de 2018
sábado, 8 de setembro de 2018
quinta-feira, 6 de setembro de 2018
Reflexões...
Mundo
novo. Velhas práticas.
Por
Alessandra Leles Rocha
Não importam ideologias. A
verdade é que na história mundial não faltam episódios de atentados políticos
de gravidade, muitas vezes letal. Abraham Lincoln (1865), Prudente de Morais
(1897), o Arquiduque Francisco Ferdinando (1914), João Pessoa (1930), Mahatma
Gandhi (1940), Leon Trótsky (1940), Carlos Lacerda (1954), John F. Kennedy
(1963), Malcom X (1965), Martin Luther King (1968), Robert F. Kennedy (1968),
Fidel Castro (entre 1959 e 2006), João Goulart (1976), Juscelino Kubitschek de
Oliveira (1977), Ronald Reagan (1981), Silvio Berlusconi (2009), Marielle Franco
(2018) são alguns desses exemplos 1. Sem
contar Nicolas Sarkozy (1997), George W. Bush (2008), José Serra (2010) e François
Hollande (2012), agredidos por atos mais constrangedores do que propriamente
violentos.
Como se vê o mundo busca o
novo; mas, as velhas práticas nunca morrem.
A questão é que elas expõem o nível de tensão que paira sobre os
cinturões de poder, independentemente se aqui, ali ou acolá. É algo que parece intrínseco
as relações humanas. Quaisquer que seja o desconforto sentido a reação imediata
se modula pela violência, no chamado “olho por olho, dente por dente”, o qual o
próprio Mahatma Gandhi afirmava que acabaríamos todos cegos.
E ele tinha razão. Estamos cegos.
Perdemos a capacidade de enxergar a vida na sua pluralidade, na sua
diversidade; mas, também, a capacidade de ouvir e de falar. Cada indivíduo
parece centrado na sua verdade, na sua ideologia, na sua convicção, como se
isso resumisse o mundo. E assim nos tornamos membros de uma grande e nova Babel
2, onde todos falam ninguém se entende e todos
têm a sua própria razão.
Se estamos presos a ler o mundo apenas pela ótica das nossas
convicções nos tornamos efetivamente limitados para coexistir. Isso significa,
portanto, mais vulneráveis às investidas temerárias de uma intolerância desmedida,
que no fim das contas culmina na violência. Desse modo, o mundo perde e se
perde, tentando corrigir “erros”. E não há nada mais relativo do que apontar
erros e acertos, quando tudo depende de como se lê o mundo.
Enquanto cada um se permite
afrontar o outro, o mundo patina sem sair do lugar, sem encontrar um
denominador comum que satisfaça os anseios e as demandas coletivas por uma
agenda social mais positiva. Atentados são iniciativas que atacam bem mais do
que a vida de um ou de alguns. Eles atentam contra toda a subjetividade que se
reveste a vida humana. Atentam contra a cidadania, a paz, o desenvolvimento, a
igualdade, a liberdade, enfim...
É inadmissível que em pleno
século XXI ainda se assista a atentados políticos, ou de quaisquer naturezas. Há
uma necessidade urgente de se reencontrar o ponto de partida, quando
ainda não estávamos cegos, quando ainda sabíamos pensar, refletir e dialogar; porque para isso não precisamos de nada nas mãos.
MCB - Oficinas de desenho com Jerusa Messina
Museu da Casa Brasileira
Av. Brg. Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano, São Paulo - SP, 01451-000
(11) 3032-3727
HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS SP – Centro Cultural Banco do Brasil
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 - CentroCEP: 01012-000 | São Paulo (SP)(11) 3113-3651
terça-feira, 4 de setembro de 2018
"A pior cegueira é a mental, que faz com que não reconheçamos o que temos a frente". José Saramago
Do barro às cinzas
Por Alessandra Leles
Rocha
A cultura é um
processo contínuo em que se acumulam conhecimentos e também práticas que
resultam da interação social entre indivíduos. Esse processo é mediado pela
língua, que permite que a cultura seja transmitida e difundida entre as
gerações, daí compreendermos que a cultura de um povo constitui-se como um todo
que é realizado por cada indivíduo, afinal, cada um é uma peça importante na
construção cultural, uma vez que é portador, disseminador, mas também criador
de cultura. O homem é, portanto, um ser cultural e é a cultura que o permite
adaptar-se aos diferentes ambientes. (COELHO; MESQUITA, 2013, p. 27)1
O mesmo fogo que alimenta a vida também a destrói; labaredas que
consomem a matéria e toda a subjetividade nela contida, de modo que não reste
mais nada além de cinzas.
Diante dos horrores que o mundo teima em nos exibir
diariamente, devo confessar que o incêndio no Museu Nacional 2, na cidade do Rio de Janeiro, não me
causou espanto. Afinal, tragédias anunciadas não deveriam ser causa de nenhum
grau de perplexidade. O que elas geram em mim é um foco a mais de análise em
relação à displicência com que tratamos a vida.
Nada, absolutamente nada é o que significa a nossa existência.
Somos cotidianamente mortos, em doses homeopáticas ou não. Mortos na matéria e
na essência vemos esvair pelos dedos a nossa trama identitária, porque não há
nenhum tipo de constrangimento ou preocupação sobre quem, ou o que somos e
fazemos.
De tanto contar o hoje, o agora, esquecemos de que o nosso
alicerce existencial é bem mais multifacetado. Somos parte integrante e
integrada do passado, presente e futuro. Por isso o pesar diante das chamas a
engolirem com voracidade esse pedaço de nós, o qual passamos absortos sem
perceber.
Portanto, o caso pede acordar a consciência. Afinal, ele nos
mostra que precisamos nos cuidar, nos responsabilizar por nossa existência; na
medida em que, se não fizermos não haverá quem faça. A cômoda posição de
beneficiário das “benesses” é um risco em tempos pós-modernos; pois, cada um
está tão preocupado consigo mesmo que não enxerga o entorno. Enquanto custeamos
a peso de ouro a sobrevivência de nosso provedor maior, o Estado, ele próprio nos
invisibiliza frente a tamanho fastio: para ele nada falta.
O Museu Nacional se perdeu em chamas; mas, o mesmo acontece
todos os dias com a educação, a saúde, a segurança,... onde o fogo arde sem se
ver na síntese mais perversa do desamor coletivo, da anticidadania, que mata
lenta e vagarosamente. E assim, morremos sem ao menos saber quem somos o que somos ou fizemos, no mais puro exemplo de “morte matada”. Sim, aquela que não
veio natural no curso da vida; mas, pelas mãos ardilosas e ofensivas do mal
querer.
Sabe, o fogo não tem consciência da malvadeza que é capaz de
produzir; mas, o ser humano tem. Ele sabe
o preço da vida e do viver. Ele tem a dimensão dos prejuízos. Só se esquece de
que para toda ação há uma reação na mesma intensidade... Já dizia Zygmunt
Bauman (2005) 3, “as
decisões que o próprio indivíduo toma, os caminhos que percorre, a maneira como
age – e a determinação de se manter firme a tudo isso – são fatores cruciais
tanto para o “pertencimento” quanto para a “identidade””.
Portanto, estamos sendo condescendentes com a incineração da
nossa identidade, do nosso pertencimento, ao aceitar as coisas como são ou por esperar
medidas milagreiras de última hora pelas mãos de salvadores da pátria ou por
nos contentarmos com a reincidência das reconstruções... Até quando submeteremos nosso
barro às cinzas?
Domingo foi o Museu Nacional, amanhã só Deus sabe. Enquanto isso,
nossas cinzas vão se acumulando, voando com os ventos gélidos e nefastos da
pós-modernidade, porque nossa incapacidade de entender que “O social e o simbólico referem-se a dois
processos diferentes, mas cada um deles é necessário para a construção e a manutenção
das identidades” (Woodward, 2000, p. 14) 4,
ainda nos paralisa.
1 COELHO, L. P.; MESQUITA, D. P. C. de. Língua, Cultura e Identidade:
Conceitos intrínsecos e interdependentes. ENTRELETRAS, Araguaína/TO, v.4, n.1, p.24-34,
jan./jul.2013.
3 BAUMAN, Z. Identidade:
entrevista a Benedetto Vecchi. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.
4 SILVA, T.
T. da (Org.). Identidade e diferença – A perspectiva dos estudos
culturais. Petrópolis: Vozes, 2000, 133p.
Assinar:
Postagens (Atom)