Publicado por Fernando Freitas- 4 de janeiro
de 2018.
Sistema de escrita
e leitura em relevo criado há quase dois séculos continua sendo imprescindível
para a inclusão de pessoas cegas em todo o mundo!
No dia 4 de janeiro é celebrado o Dia
Mundial do Braille! O sistema de escrita e leitura em relevo criado pelo
francês Louis Braille no início do século XIX mudou para sempre a história das
pessoas com deficiência visual e continua sendo imprescindível até hoje!
Mesmo
com o avanço de recursos de acessibilidade como o livro digital acessível (como
o ePUB3) ou audiolivro, o braile continua sendo uma ferramenta indispensável
para a educação e inclusão social das pessoas cegas, principalmente na
alfabetização das crianças.
Isso
porque o aprendizado dos pequenos depende da representação tátil dos símbolos
da Matemática, Química, Física, Música, entre outras disciplinas. Além disso,
os livros em braile trazem gráficos, mapas, figuras geométricas e outras
ilustrações em relevo para que as crianças cegas tenham acesso às mesmas
informações que os alunos que enxergam.
A
Ana Carolina, por exemplo, é uma das centenas de crianças atendidas pela
Fundação Dorina que usam o sistema braile para estudar todas as matérias
escolares e acompanhar o ritmo dos outros colegas de classe.
“Toda criança que nasce cega ou perde a
visão na primeira infância deveria ter garantido o direto de ser alfabetizada e
de ter acesso a livros didáticos em braile. Ele é o único sistema natural de
leitura e escrita que permite a representação do alfabeto, além de números e
simbologias científica, fonética, musicografia e informática”, explica a
coordenadora de revisão em braile da Fundação Dorina, Regina de Oliveira. Ela é
cega desde o 7 anos de idade e hoje integra os Conselhos Iberoamericano e
Mundial do Braille.
Autonomia
Entrar
sozinho em um elevador, encontrar seus produtos preferidos no supermercado, ler
com tranquilidade os cardápios nos restaurantes, consultar contas bancárias com
privacidade e ingerir seus remédios com segurança são apenas algumas das
situações em que o braile garante às pessoas cegas o direito de viver com
independência e exercer sua cidadania plena.
É
por isso que a Fundação Dorina produz e distribui milhares de livros em braile
gratuitamente todos os anos, além de oferecer soluções em acessibilidade para
empresas e órgãos públicos que desejam tornar seus serviços e produtos
acessíveis.
Há
quem diga que não existe uma pessoa cega alfabetizada no País que não tenha
tido pelo menos um livro em braile produzido pela Fundação Dorina em seus mais
de 70 anos de atuação.
Hoje,
quase 200 anos depois, o método criado por Louis Braille continua evoluindo
transformando a vida de milhares de pessoas em todo o mundo! “A escrita foi uma
das maiores invenções da humanidade, mas por muito tempo as pessoas cegas
ficaram afastadas dessa conquista. Até que, dois séculos atrás, veio o braile.
A data de hoje deve ser muito celebrada sim! É um dia em que eu me sinto muito
feliz e igual às outras pessoas”, completa Regina.