Nova iniciativa da ONU
vai proteger milhões de meninas do casamento infantil
Programa do UNICEF e do UNFPA vai mobilizar governos,
comunidades, famílias e jovens para combater o casamento precoce em 12 países
da África, Ásia e Oriente Médio. Dados indicam que, se nada for feito, o número
de mulheres e meninas casadas durante a infância poderá chegar a 1 bilhão em
2030.
O número de
mulheres e meninas que terão casado durante suas infâncias poderá chegar a 1 bilhão em 2030. A previsão é do Fundo de População
das Nações Unidas (UNFPA) e do Fundo da ONU para a Infância (UNICEF), que anunciaram
nesta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher, uma nova iniciativa para
combater o matrimônio infantil em 12 países da África, Ásia e Oriente Médio.
O Programa
Global UNFPA-UNICEF para Acelerar as Ações para Acabar com o Casamento Infantil
faz parte de um esforço amplo para evitar que meninas se casem muito jovens e
para apoiar aquelas que já se casaram. O projeto conta com o apoio do Canadá,
União Europeia, Itália, Holanda e Reino Unido.
“Escolher
quando e com quem se casar é uma das decisões mais importantes da vida. O
casamento infantil nega esta escolha a milhões de meninas todos os anos”, disse
o diretor executivo do UNFPA, Babatunde Osotimehin.
De acordo
com o chefe do organismo, “quase 14 milhões de meninas são forçadas a se casar
a cada ano, ou seja, direitos humanos fundamentais são negados a 37 mil meninas
diariamente. Todos os dias, nascem 7,3 milhões de bebês de mães com 17 anos de
idade ou menos”.
Segundo o UNICEF e o UNFPA, o casamento infantil é uma
violação dos direitos das adolescentes e mulheres. As meninas que são casadas
quando ainda são crianças estão mais propensas a deixar a escola, a sofrer
violência doméstica, a contrair HIV/AIDS e a morrer devido a complicações
durante a gravidez e o parto. O casamento infantil também prejudica as
economias, levando a ciclos intergeracionais de perpetuação da pobreza.
Iniciativa
vai mobilizar autoridades, comunidades, famílias e juventude
“Como parte
deste programa global, vamos trabalhar com os governos dos países com uma alta
prevalência de casamento infantil para defender os direitos das adolescentes,
de modo que elas possam alcançar seu potencial e os países possam atingir suas
metas de desenvolvimento social e econômico”, afirmou Osotimehin.
O novo
programa global vai se concentrar em estratégias comprovadas, como o aumento do
acesso das adolescentes à educação e a serviços de saúde, a conscientização dos
pais e suas comunidades sobre os perigos do casamento precoce, o aumento do
apoio econômico para as famílias e o fortalecimento e cumprimento de leis que
estabeleçam 18 anos como idade mínima para o casamento.
A iniciativa
também vai enfatizar a importância do uso de dados robustos para orientar as
políticas relacionadas com as adolescentes.
“O mundo
despertou para os danos que o casamento precoce causa às meninas, para seus
futuros filhos e para suas sociedades”, disse o diretor executivo do UNICEF,
Anthony Lake. “Este novo programa global vai ajudar a direcionar a ação para
alcançar as meninas em maior risco – e ajudar mais meninas e mulheres jovens a
realizarem o seu direito de escolher seus próprios destinos.”
A comunidade
global demonstrou um forte compromisso em acabar com o casamento de crianças ao
incluir, nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a meta de
eliminá-lo, juntamente com outras práticas nocivas. O UNICEF e o UNFPA fazem um
apelo aos governos e organizações parceiras para que apoiem o novo Programa
Global que ajudará a acabar com o casamento infantil até 2030.
Fonte:
https://nacoesunidas.org/nova-iniciativa-da-onu-vai-proteger-milhoes-de-meninas-do-casamento-infantil/