Desde 2000, os
empréstimos do organismo para projetos de gestão de resíduos sólidos atingiu
4,5 bilhões de dólares, apoiando 329 programas do tipo em todo o mundo.
Para os moradores de
Rosario, Argentina, o gerenciamento adequado de resíduos sólidos significa mais
do que apenas uma cidade limpa. A abordagem do lixo em Rosario melhorou a
economia e o meio ambiente, de acordo com a prefeita da cidade, tendo “impacto
direto sobre o que mais importa: a qualidade de vida dos residentes urbanos”.
“Nós tentávamos
estar um passo à frente, assumindo o desafio de inovar enquanto procurávamos
soluções”, disse a prefeita de Rosario, Monica Fein. “Nossa introdução de
serviços de coleta modernizados resultou em uma mudança profunda na paisagem da
cidade”.
Uma geração atrás, muitas cidades pelo mundo não tinham programas
abrangentes de gerenciamento de resíduos sólidos. Os resíduos orgânicos eram
alimentos para animais e resíduos de embalagens quase não existiam. Hoje,
devido ao crescimento populacional, a rápida urbanização e desenvolvimento
econômico, a gestão do lixo tornou-se um dos problemas mais urgentes do
planeta.
Em 2012, o Banco
Mundial alertou no seu relatório “What a Waste”, prevendo um aumento de 70% do
lixo urbano até o ano de 2025. Nesse mesmo ano, o documentário aclamado pela
crítica “Trashed” olhou com profundidade a crise global de lixo.
Cidades no centro
Uma vez que a
responsabilidade pela gestão de resíduos sólidos cai normalmente sobre os
municípios, não é nenhuma surpresa que a questão está no topo da agenda de
prefeitos em países ricos e pobres, de acordo com Ede Ijjasz-Vasquez, Diretor
Sênior de Prática Global Social, Urbana, Rural e de Resiliência do Banco
Mundial:
“Sem uma boa gestão
de resíduos sólidos, você não pode construir uma cidade sustentável e
habitável”, disse. “Não é apenas sobre soluções técnicas. Existem impactos
climáticos, de saúde e os de segurança, bem como considerações sociais
importantes, a partir da mudança de comportamento para inclusão de catadores,
para que as pessoas e as sociedades sejam encorajadas a reduzir e reciclar o
lixo.
Desde 2000, os
empréstimos do Banco Mundial para projetos de gestão de resíduos sólidos
atingiram 4,5 bilhões de dólares, apoiando 329 programas de resíduos sólidos em
todo o mundo. Os projetos combinam o financiamento de infraestrutura e serviços
de consultoria, e abrangem desde a coleta básica de lixo e disposição final até
programas sofisticados de mudança de comportamento, reutilização e reciclagem.
Soluções inovadoras
para desafios de longa data
Especialistas
urbanos, sociais e de meio ambiente do Banco Mundial estão trabalhando para
desbloquear soluções para alguns dos desafios no setor de resíduos sólidos.
Operações são caras.
Em muitos países em desenvolvimento, a gestão de resíduos sólidos pode consumir
de 20 a 50% do orçamento de uma cidade. Países em transição do status de baixa
renda para renda média são particularmente atingidos, sem estrutura de imposto
ou taxa para sustentar programas de resíduos sólidos e uma população acostumada
a usar gratuitamente os lixões a céu aberto.
A Colômbia, um país
que coloca 96% dos seus resíduos em aterros, resolveu esta questão através de
um programa nacional que cobra taxas com base na capacidade da pessoa para
pagar.
Mas se exigir
pagamento, é necessário entregar. Os cidadãos não estão dispostos a pagar por
coleta de lixo de baixa qualidade, no entanto, é impossível executar um
programa de coleta de resíduos profissional sem uma base de receita sólida. O
Banco Mundial está trabalhando em programas inovadores para estimular as
receitas e, onde as instituições governamentais são fortes, parcerias
público-privadas para aumentar a eficiência.
Os trabalhadores
informais desempenham um papel importante na maioria dos países em
desenvolvimento, onde de 15 a 20% dos resíduos são gerenciados informalmente
por indivíduos ou microempresas que não são registados ou reconhecidos. Eles
coletam, separam, reciclam e reutilizam os resíduos. “Nós desenvolvemos alguns
modelos muito promissores para garantir que os trabalhadores informais de
resíduos tenham oportunidades formais de emprego”, disse Frank Van Woerden, um
engenheiro ambiental chefe do Banco Mundial.
A instituição está
desenvolvendo e testando várias abordagens nas regiões em todo o mundo:
África: Depois de uma guerra civil de décadas
na Libéria, lixões irregulares dominavam a paisagem de sua capital, Monrovia,
com lixo transbordando para as estradas, canais e vias navegáveis. O Banco
Mundial começou a apoiar Monrovia com a gestão de resíduos sólidos como uma
intervenção de emergência em 2010, com um forte foco no fortalecimento da
gestão financeira, aquisições, gestão de contratos e recuperação de custos. Um
aterro sanitário e duas estações de transferência de resíduos já foram
construídos, lixões ilegais foram removidos, e a coleta de lixo aumentou de 13
para 50%.
Leste da Ásia e
Pacífico: Na China, a coleta
municipal de resíduos sólidos aumentou de 31 milhões de toneladas em 1980, para
157 milhões de toneladas em 2009, com estimativa de 585 milhões de toneladas em
2030, desencadeada pela rápida urbanização e crescimento populacional sem
precedentes. O Banco Mundial está financiando um novo projeto de resíduos sólidos
em Ningbo, introduzindo a separação de resíduos no âmbito familiar para mais de
2 milhões de pessoas, e uma parceria público-privada para financiar a
construção de uma estação de tratamento para processar resíduos de cozinha
provenientes de habitações e mercados.
Europa e Ásia
Central: Países como
Azerbaijão estão no processo de lançamento de programas para capturar materiais
recicláveis e reduzir o uso de matérias-primas. Esses países também estão
mudando abordagens municipais em favor das regionais em tratamento e eliminação
de resíduos, aproveitando as economias de escala.
América Latina e
Caribe: Em três cidades da
Argentina – Mar del Plata, Rosario, e Salta – os alimentos constituem de 15 a
30% dos resíduos em seus aterros. Estratégias para reduzir o desperdício de
alimentos têm sido desenvolvidas para estas cidades, incluindo parcerias com a
indústria alimentícia para a conscientização, trabalhando com redes de bancos
de alimentos para incentivar a doação de alimentos e aumentar a separação e
tratamento de resíduos alimentares para criar um composto de alta qualidade.
Oriente Médio e
Norte da África:
Esforços recentes têm resultado no desenvolvimento de novas instalações de
aterros sanitários, lançado iniciativas de reciclagem, e melhora significativa das
condições dos catadores. Dois grandes aterros sanitários foram construídos na
Cisjordânia, servindo 1,5 bilhão de habitantes. Um terceiro projeto na Faixa de
Gaza irá fornecer serviços de resíduos sustentáveis para quase metade da
população. No Marrocos, há ênfase em iniciativas de transformação de resíduos
em recursos para aumentar a quantidade de material recuperado, explorar energia
de resíduos e fornecer oportunidades de empregos seguros e formais para
recicladores informais.
Sul da Ásia: No Nepal, a Parceria Global em Ajuda
Baseada em Resultados no Banco Mundial está financiando um projeto inovador que
preenche a lacuna financeira entre os custos dos serviços de gestão de resíduos
sólidos e as receitas arrecadadas. Na Índia, um projeto que abrange toda a
cadeia de valor de resíduos – desde a coleta ao processamento à disposição
final – está em preparação, potencialmente beneficiando até 3 milhões de
pessoas em cidades selecionadas no estado de Uttar Pradesh.