2021,
nós, o mundo, na Era de Aquário
Por
Alessandra L. Rocha
O desfolhar do calendário, talvez, não seja
tão significativo para a grande maioria das pessoas. Mas, além dele, o importante
é compreender que o mundo já transita pela força energética dos céus através da
Era de Aquário, a era do Ser. Movidos por algo totalmente subjetivo e
imaterial, que é a energia proveniente dos astros, os seres humanos estão em
franca transformação de suas identidades, valores e consciência sem que tenham
o controle a respeito desse processo. Afinal, se a Lua sempre interferiu nas marés, nos
nascimentos, na vida, não dá para desacreditar na influência que emana de todos
os demais astros da nossa galáxia.
Assim, entre eles e nós, surgiu o
grande desafio do COVID-19, cujas circunstâncias impostas mostraram como todas as
respostas e os conhecimentos estavam ultrapassados, demandando reformulações de
rota, de sentido, de compreensão. Tarefa difícil e complexa, especialmente, porque
a humanidade tem estado cada vez mais heterogênea para se mover
simultaneamente, quando o assunto é mudar.
Portanto, o que parece óbvio para
muitos não é para outros. Paciência não é apenas palavra de ordem, mas um
exercício existencial. Até que a consciência atinja um patamar de equilíbrio será
preciso conviver com as arestas, com os ajustes. Afinal, tudo passa. Enquanto
na imensidão azul trabalham os astros, por aqui a vida realiza o seu contínuo
processual. E assim as pessoas, conscientemente ou não, se adaptam na busca pela
sobrevivência.
Sei que muitos pensam nas
metamorfoses humanas apenas a partir de alterações biológicas visíveis; mas, o
que de fato traduz a evolução humana sobre a Terra está no seu consciente e
inconsciente, nas suas ações, nos seus comportamentos, nas suas expressões
ideológicas. O que significa que as resistências estão com seu tempo contado. Velhos
hábitos, finalmente, morrerão. Ao mostrarem-se ineficientes, insuficientes,
prejudiciais, não haverá outro caminho senão alterar os padrões vigentes.
Aliás, o COVID-19 veio deixar
tudo isso bem claro. O desconhecimento sobre ele lançou luz sobre o
desconhecimento do ser humano sobre si mesmo. A trajetória da raça humana até
aqui foi, portanto, marcada por uma ilusória e arrogante sabedoria que ela
acreditava dispor. Tudo muito frágil. Muito limitado para garantir êxito. Para comemorar
vitória. Como se cada passo devesse, então, ser marcado a partir de agora por
um alerta de precaução contra a euforia, o imediatismo, o idealismo.
De modo que isso reverbera nas
escolhas e nas consequências cotidianas. As pessoas tenderão a compreender
melhor os resultados disso. Serão aprendizados mais práticos do que teóricos. Mais
duros, certamente. No entanto, mais duradouros e eficazes. O que leva a um
ganho exponencial para a construção de um espírito mais coletivo e menos
individualista. Uma empatia fundamentada nas profundezas da experiência pessoal,
fazendo desconstruir as desconfianças e desqualificações propostas pelos discursos e
narrativas alheias.
E a vida, meus caros, continua a
girar na sua costumeira frequência. Trazendo flores. Trazendo espinhos. Dias de
sol. Dias de chuva. ... Então, na medida em que ela dá os seus rodopios o
tabuleiro tem que se mexer, tem que se posicionar. O imobilismo, a ideia de
ficar em cima do muro vendo a banda a passar, não cabe mais. A bem da verdade,
nunca coube. O que havia era uma insistente afronta em contestar as obviedades.
Segundo o escritor Mia Couto, “A viagem não começa quando se percorrem
distâncias, mas quando se atravessam as nossas fronteiras interiores. A viagem
acontece quando acordamos fora do corpo, longe do último lugar onde podemos ter
casa”. Agora todas as necessidades apontam para outra direção. Quem sabe, isso
não signifique uma viagem rumo à materialização das palavras de Lulu Santos, na
canção Tempos modernos1 , hein? Desapego. Consciência. Empatia.
Diversidade. Tolerância. Amor. ... elementos estruturantes na dinâmica dessa nova
Era. Sim, porque depois das lições de Como
uma onda 2, que tem espelhado os
últimos giros do relógio e seus acontecimentos, esse seria um grande resultado para 2021 e
todos os demais anos que se seguirão. #PENSE NISSO #FELIZ2021