domingo, 25 de fevereiro de 2018

#Vamospensar

Roubaram o futuro?




Por Alessandra Leles Rocha




Não, estão roubando o presente. É justamente por postergar a vida que a coisa está como está. Ao se deixar envolver pelas asas de uma esperança que espera sem limites, o ser humano se abstém da sua responsabilidade diária enquanto cidadão.
Também é bom lembrar que se estão roubando é porque alguém está permitindo, fechando os olhos, fazendo “ouvidos de mercador” e silenciando, como se beneficiasse a si mesmo, ainda que em prejuízo dos demais. Pena, porque é no agora que a vida acontece. Enquanto abdicamos voluntariamente, ou não, do nosso protagonismo no mundo, mais um pedacinho do presente se esvai como fumaça.
Pois é, já passou da hora, então, de estabelecer as conexões que nos permitem entender como a vida é um imenso emaranhado inter e intradependente de fatos e histórias. Nada é por um acaso. Nada é sem razão. Por mais ilógico que possa nos parecer há uma lógica regendo as linhas e as entrelinhas do cotidiano.
Eu até compreendo a sensação de cansaço que muitas pessoas manifestam diante desse assunto, em virtude da luta atroz do dia a dia a lhes consumir os parcos fiapos de vitalidade física e moral. Mas, infelizmente, se o cidadão não se posiciona deixa um espaço aberto a ser preenchido por alguém cuja esperteza ardilosa é a qualidade humana mais evidente.
O pior de tudo é que essa é uma questão mundial. O mundo parece sofrer um franco processo de esfacelamento sobre a cabeça da humanidade. Instabilidade econômica, guerras e conflitos bélicos, refúgio forçado, miséria e subnutrição, epidemias, a violência sob diferentes faces... estão roubando o presente de milhões de vidas.
E esse roubo doloso, meticulosamente premeditado ao longo de décadas de omissão e negligência, se não aponta cenários favoráveis ao agora, desabona quaisquer perspectivas de futuro. Porque os impactos desse roubo afetam diretamente aos seres humanos, na medida em que eles estão sendo expostos a uma sucessão de desconstruções da sua identidade e de seus valores, cujos desdobramentos são sempre uma incógnita, especialmente no que diz respeito às crianças.
Já se verifica, por exemplo, o aumento da dificuldade das pessoas em lidar com as perdas. Fazê-las acreditar em uma possibilidade bem sucedida de reconstrução parece um desafio intransponível, quando os prognósticos apontam para uma continuidade das rupturas. Para os remanescentes de guerra nos campos de refugiados isso fica bem evidente.
O cerne dessa discussão gira, portanto, em torno da dignidade humana através de todos os atos de irresponsabilidade cometidos contra ela. É na condição de vulnerabilidade do indivíduo que o seu presente é roubado e ninguém, absolutamente ninguém, tem o direito de impedir o ir e vir natural do fluxo da vida alheia; seja pela intromissão direta ou pela sutileza ardilosa das más intenções.
Se assim o fizer, tenha a certeza de que, à revelia de sua vontade, haverá de reconhecer e assumir a responsabilidade de arcar com as consequências. Já dizia Caio Fernando Abreu 1, “Não brinque com os outros, o mundo gira. Hoje você brinca, amanhã é brinquedo!”.





1 Caio Fernando Abreu (1948 - 1996) foi um jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro, considerado um dos expoentes de sua geração.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Não deixe de ler a crônica de quinta!!!

Os tempos da liberdade... massificada



Por Alessandra Leles Rocha



Nem só pela violência reside a nossa perda de liberdade. A ideia que me parece mais razoável diz respeito a nossa própria liquefação da identidade. Durante muito tempo a humanidade vestiu confortavelmente os padrões da privacidade e conduzia o seu cotidiano com rédeas curtas em relação aos limites da sua autopublicidade. Entretanto, com o trilhar da história alcançando a chamada pós-modernidade1, isso se desfez motivado, principalmente, pela exacerbação do consumo.
De repente, todas as críticas à massificação social perderam o sentido. Não há mais uma real necessidade de manutenção da própria individualidade e privacidade; mas, ao invés disso, há uma competição acirrada a partir de valores e comportamentos altamente massificadores. As opiniões são formadas a partir da ótica de determinadas lideranças que passam a arbitrar o que se deve vestir, consumir, comer, pensar, gostar,... o que significa que a liberdade de escolha, de decisão sobre quem se deseja ser de verdade está mais e mais comprometida.
As pessoas querem ser e ter o que os outros exibem nas redes sociais; pois, o mundo virtual acena com uma idealização perfeita da vida. Todos são felizes, bem sucedidos e aclamados publicamente através do número de likes e seguidores expressos na rede. Naquele pequeno mundinho parece não existir problemas.
Entretanto, graves mazelas afloram a partir daí. Fora da bolha virtual é que vivem os seres humanos e ninguém está isento da realidade dura da vida. Quando as pessoas tentam estreitar os limites entre esse virtual e o real e percebem a impossibilidade em fazê-lo, a frustração é inevitável e a perda da liberdade se torna ainda mais acentuada.
O desgaste físico, psicológico e emocional o qual padecem milhares de pessoas é a forma mais visível que se tem para mensurar o quão cativas elas se tornaram desse “espetáculo” pós-moderno.  A vida como ela é não satisfaz diante dos apelos que o mundo oferece e a luta por alcançar esse “pedaço de céu” é impiedosamente avassaladora. Elas trocam a sua liberdade identitária pela pseudo-segurança do pertencimento e aceitação social, tornando-se cópias mal feitas dos carimbos sociais.
Quando o ser humano chega a esse ponto, de perder a sua liberdade identitária, fica evidente que todas as demais variações da liberdade humana já estão comprometidas. A abstenção de ser é um cheque em branco para as investidas da manipulação social. Muitos não querem ou não se dão conta disso porque consideram cômodo não serem diferentes e não destoarem do coro.
Mas, essa comodidade tem um preço muito alto, na medida em que promove, por exemplo, o silenciamento da sociedade, a obediência não raciocinada, a intolerância às diferenças, a aceitação à violência, a limitação da criatividade. Não é à toa que Clarice Lispector escreveu: “– Ela é tão livre que um dia será presa. – Presa por quê? – Por excesso de liberdade. – Mas essa liberdade é inocente? – É. Até mesmo ingênua. – Então por que a prisão? – Porque a liberdade ofende”.
Por mais que tudo isso pareça estar controlado, as pessoas estejam vivenciando esse processo numa boa, na verdade não estão. O nível de repressão que elas precisam exercer sobre si mesmas para domar a sua liberdade e se enquadrarem aos padrões é muito alto e, querendo ou não, é limitado. Então, chega um ponto que isso pode adoecê-las profundamente. Trata-se de um sofrimento psíquico tão absurdo, que muitos recorrem ao suicídio como única solução.
Essa é uma das consequências da ausência de referências sejam elas positivas e válidas, na qual a pós-modernidade aponta aos seres humanos a sensação de que o mundo está fragmentado e não há projetos estimulantes o bastante para orientá-los e guia-los; de modo que, os sentimentos deveriam ser substituídos arbitrariamente pela aquisição de bens de consumo, ainda que se estabelecesse um imenso vazio existencial.
Portanto, não há nada de descolado ou vanguardista no jeito de ser pós-moderno. As correntes e os cabrestos são invisíveis, mas não menos eficazes do que sempre foram. Enquanto tantos praticam uma verborragia vulgar e ofensiva contra seus pares, como forma de afirmar a sua liberdade, nem percebem o plágio de discursos rotos e démodé a que estão à serviço. No fim, cada um ostenta a coleira que lhe cabe no pescoço nos tempos da liberdade... massificada.  


1 As sociedades modernas são por definição sociedades de constante, rápida e permanente mudança. A modernidade não é apenas uma impiedosa quebra com alguma condição preexistente; mas, por um processo sem fim de rupturas internas e fragmentações dentro dela mesma. Já as sociedade pós-modernas são cortadas através de diferentes divisões sociais e antagonismos sociais os quais produzem uma variedade de diferentes posições de sujeito para os indivíduos, como por exemplo, as identidades.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

"Não quero a beleza, quero a identidade". Clarice Lispector

Eu...



Por Alessandra Leles Rocha


Assisti ontem ao filme Zelig, escrito e dirigido por Woody Allen, em 1983. Na concepção de um documentário, em preto e branco, a obra propõe uma reflexão interessante sobre a influência da sociedade na percepção da identidade humana, a partir da observação da personagem Leonard Zelig, um homem cujo comportamento camaleônico, desperta a curiosidade das pessoas e o interesse da ciência.
Após a sessão, fiquei por algum tempo com a cabeça fervilhando, milhares de pensamentos e conexões foram se processando. Bem, não poderia deixar de escrever algo sobre tudo isso. Então, partindo de dois pressupostos básicos da essência humana, de que o homem não é uma ilha e deseja ser aceito e pertencer ao círculo social, é possível estabelecer um ponto de conexão à compreensão da incompletude que nos acompanha e conduz aos caminhos da evolução. Nada de absurdo, se pensarmos biologicamente sobre o comportamento mutante dos camaleões, os quais se adaptam de acordo com o ambiente em que estão inseridos. Assim, também são construídas as várias faces da identidade humana, sobretudo no contexto conturbado do mundo contemporâneo.
Na essência de si mesmo, o homem sofre as metamorfoses do tempo e do espaço e, por isso, a identidade do bebê não será a mesma do ancião. A relação entre a cognição e o inconsciente passa por ajustes constantes e o resultado disso imprime novos perfis ao ser humano. A família, o primeiro círculo social estabelece a primeira face da nossa identidade; seja através de valores, ou conceitos, ou comportamentos, ou cultura, enfim. Depois a escola, o trabalho e todos os demais círculos sociais aos quais estaremos expostos. Na busca pela compatibilização “perfeita” entre o que somos e o que o mundo espera de nós evidencia-se o grande desafio.
Então, diante da inexistência da unanimidade, a identidade é posta à prova. A raça humana não é uma massa homogênea; mas, aceitar e lidar com as diferenças também não faz parte do jogo. Daqui e dali há sempre um mecanismo social para nivelar o individuo, não permitindo que sua singularidade salte aos olhos do mundo. Para uma regulação harmônica da própria sociedade é fundamental tornar as semelhanças bem mais visíveis e numerosas do que as diferenças; assim, ela “cria facilitadores” para unir uns aos outros pelas afinidades e os nichos sociais começam a se delinear. Imagine pessoas em constante pé-de-guerra, discutindo sem nenhum prognóstico de senso comum; isso seria totalmente improdutivo, um desperdício de tempo.
Assim, sob lentes de aumento, verifica-se que o coletivo humano é altamente segmentado. Por essa razão, as pessoas começam a desenvolver com mais veemência a necessidade de enquadramento, de fazer com que a sua identidade se encaixe aos padrões do segmento a que pertencem ou desejam pertencer. É o caso, por exemplo, de jovens que fazem milhares de cirurgias plásticas para se tornarem parecidos com bonecos ou celebridades. Assumir aquela determinada identidade representa a aceitação social, o despertar do olhar do mundo para eles; mesmo que isso, possa lhes comprometer a saúde, ou até mesmo a vida.
Ou numa ótica mais impactante, quantas pessoas não têm se alistado a grupos radicais, por exemplo? Segundo o discurso dessas lideranças extremistas, a luta mortal em nome da glória traz a imediata aceitação. Seja para o bem ou para o mal, o ser humano não tem medido esforços para estabelecer, portanto, uma identidade socialmente aceita. É como se houvesse um “vale-tudo” e os fins justificassem mesmo os meios, especialmente entre os mais jovens. Afinal de contas, são na adolescência e na juventude, que as questões de identidade estão mais afloradas e susceptíveis a mais interferências externas. O bullying é um exemplo disso; na medida em que os jovens são induzidos violentamente a se encaixarem a determinados padrões de massificação social e de consumo.
Não é à toa, que a sociedade tem se deparado com o vertiginoso consumo de álcool, anabolizantes, antidepressivos, moderadores de apetite e outras substâncias e práticas nocivas. Tudo em nome da aceitação social, da sua inclusão a esses padrões de identidade. Dessa forma, até mesmo a identidade geográfica, seja das cidades ou do país, se altera quase como um processo simbiótico, repercutindo tanto nas virtudes quanto nos problemas. Novas culturas, novos comportamentos, novas formas de comunicação, novas relações sociais.
O extremismo, o exagero na representação da personagem Leonard Zelig, por Woody Allen, é interessante para nos chamar atenção em torno desse processo que vem nos envolvendo silenciosamente. A Revolução Industrial ocorrida entre os séculos XVIII e XIX e que transformou profundamente a sociedade mundial, sobretudo na ótica de sua identidade; talvez, agora no contexto contemporâneo esteja de fato exibindo as marcas do seu sofrimento, pelo acirramento desse modelo de vida camaleônico, como uma exacerbação destorcida do nosso instinto natural de sobrevivência. Porque é muito doloroso e cansativo administrar com êxito (sempre) uma infinidade de identidades no cotidiano; em uma procura pela “verdade” que o outro enxerga a seu respeito e não, a que você realmente percebe.
Assim, no fundo a identidade humana não é absoluta. Ela está mais para uma farsa, uma imagem espelhada; algo incompleto, como o ser humano também o é. A escolha, então, implica sempre na conquista de parte e não, do todo; sempre restará algo não contemplado por uma dada identidade. Consegue-se a fama, perde-se a privacidade. Consegue-se o dinheiro, perde-se o tempo. … Ao contrário dessa luta frenética pela identidade socialmente aceita, o que o ser humano precisa é pacificar-se na aceitação da sua própria identidade; de ser como é para dar a si mesmo a possibilidade de descobrir o seu lugar no mundo, entre outros cujas afinidades estejam alinhadas a ela.

Oficina de Escrita Criativa – Escrever a Cidade (Sexta-feira, 16 de março de 2018, às 14:30)

A proposta da oficina está em trabalhar a figura do leitor, buscando na prática da leitura um disparador para a criação artística.

Leitura como potência de diálogo e, como brecha entre seres de tempo-espaço distintos, que se encontram em uma página em branco e escrevem juntos.
Tendo como ponto de partida a construção do livro As Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, pretende-se explorar o processo da escrita pautado na vivência e exploração de recortes da cidade de São Paulo, buscando potências poéticas nos espaços e no cotidiano presente da cidade, trazendo para perto dois conceitos: a prática da deriva, e as narrativas de viajantes.
Os encontros terão momentos diferentes: os fechados, para expor as questões trazidas pela oficina e a produção que será feita ao longo dela; e os encontros in loco, com experiências de corpo e recolhimento de material (fotos, anotações, vídeos, conversas, etc.), além do próprio exercício da deriva que será aprofundado ao longo dos encontros. Serão também propostos exercícios experimentais e compartilhamento de uma série de textos e trabalhos de arte que possam dialogar com o processo da escrita.
Oficina de Escrita Criativa | Escrever a Cidade

Paloma Durante

Sextas-feiras, 16/03/18 até 11/05/2018 (8 encontros), das 14:30 às 17:00

R$ 280,00 à vista. Parcelamento disponível na inscrição (com juros simples cobrado pela Sympla).

15 vagas por ordem de inscrição


Ciclo de palestras: Mulher e seus Saberes


Por Ana Beatriz Demarchi Barel

Desde o princípio dos tempos, ultrapassando o mundo doméstico, lugar tradicional de circulação de seus saberes, as mulheres fizeram seu o universo público, humanizaram as relações de trabalho, integraram à sensibilidade o saber técnico.
De março a dezembro, venha ao encontro de uma mulher e seus saberes. Venha à casa de uma delas. Venha à Casa de Ema Klabin, para encontrar essas mulheres de talento. Converse com elas. [...]
Próximas palestras do ciclo:

USP/Campus Piracicaba promove oficina de ilustração botânica


Entre os dias 19 e 23 de fevereiro a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP promove a Oficina de Ilustração Botânica – Módulo I: Desenho a Lápis. O objetivo é capacitar os participantes a elaborar pranchas científicas para publicações, a partir de técnicas de lápis.
Com o total de 30 horas, as atividades ocorrem das 9 às 12 horas e das 14 às 17 horas, no Museu Luiz de Queiroz. As técnicas apreendidas podem ser também empregadas para desenhos de animais, ecologia e outras áreas. A oficina tem um custo de R$ 350,00  para profissionais, incluindo alunos de pós-graduação; e R$ 300,00  para estudantes. Não há necessidade de pré-requisito. Mais informações e inscrição no link, e-mail gewaeventos@gmail.com.




Projeto de Extensão/UFRJ - Educação e Saúde na Doença de Parkinson

Objetivo: Promover educação e saúde oferecendo orientação, através de uma cartilha, interdisciplinar qualificada nas áreas de Neurologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Neuropsicologia, Psicologia, Nutrição, Enfermagem e Serviço Social aos pacientes com DP, familiares e/ou cuidadores.
Público alvo: Indivíduos com doença de Parkinson (DP), familiares e ou cuidadores. Profissionais também podem participar.
Local: Auditório no primeiro andar (sala 15) do Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC)- Av. Venceslau Brás, 95 – Botafogo, Rio de Janeiro, RJ | CEP: 22290- 140.
Dia: Todas as Terças e a primeira quinta, durante todo o mês de MARÇO de 2018.

Início:
 06/03
Horário: de 8h às 9h30.
Vagas: 27
Inscrições: Todos os candidatos deverão enviar um e-mail para: extensaodp17@gmail.com, com as seguintes informações:
Nome completo; idade; tipo de público, ou seja se é o próprio indivíduo com a DP ou membro da família (parentesco) ou cuidador ou profissional; endereço e telefone e como conheceu o projeto.
Coordenador Geral: Profa Vera Britto – professora do Curso de Fisioterapia da UFRJ e membro do Gedopa (Grupo de Estudos na DP).
Dia(s): 06/03/2018 - 27/03/2018
Horário: 8:00 - 9:30
Local: do Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC)
Av. Venceslau Brás, 95 - Botafogo
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro CEP 22290-140

Inscrição:

A confirmação de inscrição no evento é de responsabilidade do organizador do mesmo.
Valor: Grátis
Período de inscrição:Até 01/03
Site: www.gedopa.com.br
Instituição responsável: INDC-UFRJ
Email do organizador: extensaodp17@gmail.com
Telefone de contato: 21 39386539 ou 21 999677927

Exposição 'Mergulho' na galeria da Belas-Artes

A galeria da Escola de Belas-Artes da UFMG realiza a exposição 'Mergulho' no período de 7 a 23 de fevereiro. A mostra aborda os vínculos entre as vidas humana e marinha. Na exposição, a vida intrauterina, o seu começo e os ciclos de respiração encontram correspondência no oceano primitivo, na origem da vida nos mares e no ciclo das ondas, respectivamente. 
O trabalho é de Luana Lacerda. Natural de Fortaleza (CE), vive em Belo Horizonte desde 2013. É graduanda em Artes Visuais pela Escola de Belas-Artes da UFMG e tem participado de mostras coletivas com seus trabalhos em vídeo. Investiga as conexões visíveis e invisíveis entre o micro e o macrocosmo, utilizando diversos materiais e plataformas, como  vídeo, fotografia, objeto, instalação, desenho. 'Mergulho' é a sua primeira exposição individual. (Fonte: Escola de Belas-Artes da UFMG)

ONU disponibiliza dados sobre tráfico de pessoas em plataforma colaborativa gratuita

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), uma agência das Nações Unidas, mantém uma plataforma colaborativa e gratuita com informações sobre tráfico humano. A página já recebeu mais de 80 mil contribuições. A instituição convida instituições não governamentais e governos a colaborar com o portal, disponibilizando informações úteis para profissionais, pesquisadores e gestores políticos.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), uma agência das Nações Unidas, mantém uma plataforma colaborativa e gratuita com informações sobre tráfico humano. A página já recebeu mais de 80 mil contribuições. A instituição convida instituições não governamentais e governos a colaborar com o portal, disponibilizando informações úteis para profissionais, pesquisadores e gestores políticos.
Por mais de uma década, a OIM desenvolveu e manteve uma ferramenta central sobre tráfico de pessoas para registrar vítimas identificadas. Este é o maior banco de dados global desse tipo, pois possui dados detalhados sobre as vítimas assistidas ou identificadas em diferentes partes do mundo. Com a nova plataforma, a OIM está disponibilizando, pela primeira vez, esse material.
Além do próprio organismo global, as ONGs Polaris e Liberty também já divulgaram estatísticas coletadas sobre tráfico de pessoas. A plataforma permite tornar anônimas as identidades das vítimas de registros de crimes que eventualmente sejam incluídos por colaboradores.
Segundo a OIM, as tendências sobre o perfil das vítimas de tráfico em diferentes partes do mundo não devem ser interpretadas como um reflexo definitivo do tráfico de pessoas em cada país. A agência da ONU explica que, na verdade, os dados nacionais devem ser vistos como amostragens que não representam a totalidade dos casos.
A Base Colaborativa de Dados sobre Tráfico de Pessoas (CTDC, na sigla em inglês) pode ser acessada em https://ctdatacollaborative.org/.

ONU pede contribuições da sociedade civil sobre direitos das pessoas com deficiência à saúde


A ONU está recebendo contribuições da sociedade civil sobre os direitos das pessoas com deficiência no mais alto padrão de saúde possível.
Interessados devem preencher o formulário disponibilizado pela relatora especial das Nações Unidas para os direitos das pessoas com deficiência até o dia 30 de março de 2018.
Acesse o formulário e saiba mais clicando no link: http://bit.ly/2nvFp9u.

OMS divulga lista de doenças prioritárias para pesquisa e desenvolvimento em 2018

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na quarta-feira (14) a revisão de sua lista de agentes patogênicos prioritários, que podem causar uma emergência de saúde pública e para as quais não existem medidas suficientes. O organismo internacional pede que a comunidade médica una esforços de pesquisa e desenvolvimento para tratamentos e vacinas com o objetivo de ajudar a controlar possíveis surtos de oito doenças.

Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na quarta-feira (14) a revisão de sua lista de agentes patogênicos prioritários, que podem causar uma emergência de saúde pública e para as quais não existem medidas suficientes.
O organismo internacional pede que a comunidade médica una esforços de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para tratamentos e vacinas com o objetivo de ajudar a controlar possíveis surtos de oito doenças.
Análise anual de 2018 da lista Blueprint de doenças prioritárias
A OMS desenvolveu uma ferramenta especial para determinar quais doenças e patógenos priorizar para a pesquisa e desenvolvimento em contextos de emergência de saúde pública.
Essa ferramenta busca identificar as enfermidades que representam um risco para a saúde pública devido ao seu potencial epidêmico e para as quais não existem contramedidas ou medidas suficientes.
As doenças identificadas por meio desse processo são o foco do trabalho de R&D Blueprint (planos de P&D). Esta não é uma lista exaustiva, nem indica as causas mais prováveis de uma próxima epidemia.
A primeira lista com doenças prioritárias para P&D foi lançada em dezembro de 2015. Utilizando uma metodologia de priorização já publicada, a lista foi revisada pela primeira vez em janeiro de 2017. A segunda revisão anual ocorreu entre 6 e 7 de fevereiro de 2018.
Os especialistas consideram que, dado o potencial dessas doenças e patógenos de causar uma emergência de saúde pública, além da ausência de drogas e/ou vacinas eficazes, existe uma necessidade urgente de acelerar a pesquisa e desenvolvimento para: febre hemorrágica da Crimeia-Congo; doença do vírus ebola e febre hemorrágica de Marburgo; febre de Lassa;
síndrome respiratória coronavírus do Oriente Médio (MERS) e síndrome respiratória aguda severa (SARS); infecção pelo vírus Nipah e doenças relacionadas aos henipavírus; febre de Vale do Rift; vírus zika; doença X.

A “doença X” representa o conhecimento de que uma grave epidemia internacional poderia ser causada por um patógeno atualmente desconhecido, que levaria a doenças humanas. Por isso, os planos de pesquisa e desenvolvimento buscam explicitamente habilitar a preparação de P&D transversal, que também é relevante para uma “doença X” desconhecida na medida do possível.
Uma série de doenças adicionais foram discutidas e consideradas para inclusão na lista de prioridades, entre elas: febres hemorrágicas virais, além da febre de Lassa; chikungunya; doenças causadas pelo coronavírus altamente patogênicas, além de MERS e SARS; enterovírus não polio (incluindo EV71, D68) emergentes; e febre grave com síndrome de trombocitopenia (SFTS).
Essas doenças representam grandes riscos para a saúde pública e pesquisas e desenvolvimento adicionais são necessários, incluindo vigilância e diagnóstico. Devem ser vistas com cuidado e reconsideradas na próxima revisão anual. São encorajados esforços no ínterim para compreendê-las e mitigá-las.
Apesar de não estarem incluídas na lista de doenças a serem consideradas na reunião de revisão, foram discutidos os tipos de varíola dos macacos e leptospirose e especialistas ressaltaram os riscos que eles representam à saúde pública.
Houve concordância sobre a necessidade de avaliação rápida das contramedidas possíveis; estabelecimento de vigilância e diagnóstico mais abrangentes; e aceleração de pesquisas e desenvolvimento, além de ações de saúde pública.
Várias doenças estão fora do escopo atual do plano: dengue, febre amarela, HIV/aids, tuberculose, malária, gripe causadora de doenças humanas graves, varíola, cólera, leishmaniose, vírus do Nilo Ocidental e peste.
Essas doenças continuam representando grandes problemas de saúde pública e pesquisas e desenvolvimento adicionais são necessários por meio das principais iniciativas de controle de doenças existentes, extensas etapas de pesquisa e desenvolvimento, fluxos de financiamento existentes ou caminhos regulatórios estabelecidos para intervenções melhoradas.
Os especialistas reconheceram, em particular, a necessidade de melhores diagnósticos e vacinas para a peste pneumônica e suporte adicional para terapias mais eficazes contra a leishmaniose.
Os especialistas também notaram que, para muitas das doenças discutidas, bem como para muitas outras com potencial de causar uma emergência de saúde pública, é necessário um melhor diagnóstico. Os medicamentos e vacinas existentes precisam de melhorias adicionais para várias das doenças consideradas, mas não incluídas na lista de prioridades.
Qualquer tipo de patógeno pode ser priorizado sob o R&D Blueprint, não apenas vírus. A pesquisa necessária inclui pesquisa básica/fundamental e de caracterização, bem como estudos epidemiológicos, entomológicos ou multidisciplinares ou ainda esclarecimento adicional das rotas de transmissão, bem como pesquisa em ciências sociais.
É necessário avaliar o valor, sempre que possível, do desenvolvimento de contramedidas para múltiplas doenças ou para famílias de agentes patogênicos.
O impacto das questões ambientais sobre doenças com potencial de causar emergências de saúde pública foi discutido e pode ser considerado como parte de futuras revisões. A importância das doenças discutidas foi considerada para populações especiais, como refugiados, populações internamente deslocadas e vítimas de catástrofes.
O valor de uma abordagem One Health foi enfatizado, incluindo processos paralelos de priorização para a saúde animal. Tal esforço apoiaria pesquisa e desenvolvimento para prevenir e controlar doenças animais, minimizando o alastramento e aumentando a segurança alimentar. Também foi observada a utilidade possível de vacinas animais para prevenir emergências de saúde pública.
Além disso, há esforços concertados para enfrentar a resistência antimicrobiana por meio de iniciativas internacionais específicas. A possibilidade de que, no futuro, um patógeno resistente possa emergir e ser priorizado adequadamente não foi excluída. A ordem de doenças desta lista não indica qualquer classificação de prioridade.