Para lembrar as vítimas do Holocausto, o Centro de Informação
da ONU no Brasil (UNIC Rio) inaugurou nesta segunda-feira (29), no Rio de
Janeiro, a exposição de pôsteres “Mantenha a Memória Viva — Nossa
Responsabilidade Compartilhada”. Mostra reúne 12 obras feitas por designers que
se inscreveram num concurso global das Nações Unidas sobre o tema. A vencedora
foi a brasileira Julia Cristofi, que participou da abertura. Evento reuniu
sobreviventes do regime nazista.
Para lembrar as
vítimas do Holocausto, o Centro de Informação da ONU no Brasil (UNIC Rio)
inaugurou nesta segunda-feira (29), no Rio de Janeiro, a exposição de pôsteres
“Mantenha a Memória Viva — Nossa Responsabilidade Compartilhada”. Mostra reúne
12 obras feitas por designers que se inscreveram num concurso global das Nações
Unidas sobre o tema. A vencedora foi a brasileira Julia Cristofi, que
participou da abertura.
“O crime
de genocídio seria uma palavra insuficiente para expressar o que aconteceu”,
afirmou o diretor do UNIC Rio, Maurizio Giuliano, sobre os 6 milhões de judeus
que foram mortos pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Em sua
avaliação, esse fato histórico foi “certamente a consequência mais grave de um
ódio extremo”, que perdura até os dias de hoje, semeando discriminação contra
alguns setores da sociedade, como refugiados, migrantes e minorias étnicas.
Neste ano,
a ONU observa o Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, lembrado
em 27 de janeiro, com o tema “Memória e educação sobre o Holocausto: nossa
responsabilidade compartilhada”. Para Giuliano, a data é uma oportunidade para
mobilizar sobretudo os jovens.
“Não se
trata apenas (de honrar a memória) do 1,5 milhão de crianças que morreram, mas
também de falar das crianças de hoje, que devem aprender sobre o que
aconteceu”, acrescentou o diretor do UNIC Rio na cerimônia, que reuniu cerca de
50 pessoas, entre sobreviventes do regime nazista vivendo no Rio,
representantes das comunidades judaica e cigana, estudantes e autoridades
consulares.
Para o
vice-presidente da Federação Israelita do estado do Rio de Janeiro (FIERJ),
Claudio Rosemberg, “o Holocausto marca o trágico e doloroso ápice das
perseguições sofridas ao longo dos séculos (pelos judeus) e até os dias de
hoje”.
Rosemberg
lembrou ainda que, além dos judeus, ciganos, pessoas com deficiência física e
mental, padres, homossexuais e cidadãos do Leste Europeu também foram
perseguidos e brutalmente assassinados por não pertencerem à raça ariana. “Para
Adolf Hitler e seus companheiros, todos os grupos considerados inferiores
deveriam ser exterminados. Esta solução final criada pelos nazistas resultou na
aniquilação de um terço da população judia, tratada como sujeira humana.”
Sobreviventes são memória viva
Julia
Cristofi, criadora do pôster vencedor do concurso, conta que quis valorizar a
memória viva representada pelos sobreviventes do Holocausto. A imagem de sua
autoria reúne fotos de sobreviventes que são anualmente selecionados pelo
Memorial Yad Vashem, em Israel, para acender seis tochas durante as atividades
da instituição em lembrança às mortes dos 6 milhões de judeus.
“Todo
artista espera ter uma oportunidade em que ele possa falar de história e
questões sociais”, afirma a designer. Para Julia, é necessário ouvir o que os
sobreviventes têm a dizer para fortalecer a luta contra o preconceito
atualmente. Saiba mais sobre a participação da brasileira no concurso clicando aqui.
Também
presente na abertura da mostra, Freddy Glatt conta que fugiu da Alemanha para a
Bélgica em 1933, quando Hitler chegou ao poder. A migração, porém, não salvou
sua família. Em 1942, dois anos após a invasão da Bélgica pelos alemães, teve
início uma perseguição aos judeus vivendo em território belga. Os irmãos e avós
de Freddy foram capturados e mortos em Auschwitz.
“Judeus eram
assassinados com requintes da maior crueldade e sadismo. Com espancamentos,
fome e frio, fuzilamentos, enforcamentos, experiências pseudocientíficas”,
lembra Freddy, que chegou ao Brasil em 1947, com sua mãe. “Holocausto, nunca
mais”, defende o sobrevivente.
A mostra
de pôsteres ficará aberta ao público no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro,
de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, com entrada franca, até o dia 28 de
fevereiro.
Freddy foi um dos entrevistados pelo UNIC Rio
para uma reportagem especial sobre as vítimas do Holocausto. A matéria foi
exibida na inauguração da exposição, mas também foi disponibilizada online.
Confira
em https://nacoesunidas.org/no-rio-onu-lembra-holocausto-com-exposicao-de-posteres-e-apelo-contra-o-odio/
LEIA
TAMBÉM: https://nacoesunidas.org/memoria-do-holocausto-deve-fortalecer-luta-contra-atuais-violacoes-de-direitos-diz-onu/