terça-feira, 30 de janeiro de 2018

No Rio, ONU lembra Holocausto com exposição de pôsteres e apelo contra o ódio

Para lembrar as vítimas do Holocausto, o Centro de Informação da ONU no Brasil (UNIC Rio) inaugurou nesta segunda-feira (29), no Rio de Janeiro, a exposição de pôsteres “Mantenha a Memória Viva — Nossa Responsabilidade Compartilhada”. Mostra reúne 12 obras feitas por designers que se inscreveram num concurso global das Nações Unidas sobre o tema. A vencedora foi a brasileira Julia Cristofi, que participou da abertura. Evento reuniu sobreviventes do regime nazista.
Para lembrar as vítimas do Holocausto, o Centro de Informação da ONU no Brasil (UNIC Rio) inaugurou nesta segunda-feira (29), no Rio de Janeiro, a exposição de pôsteres “Mantenha a Memória Viva — Nossa Responsabilidade Compartilhada”. Mostra reúne 12 obras feitas por designers que se inscreveram num concurso global das Nações Unidas sobre o tema. A vencedora foi a brasileira Julia Cristofi, que participou da abertura.
“O crime de genocídio seria uma palavra insuficiente para expressar o que aconteceu”, afirmou o diretor do UNIC Rio, Maurizio Giuliano, sobre os 6 milhões de judeus que foram mortos pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Em sua avaliação, esse fato histórico foi “certamente a consequência mais grave de um ódio extremo”, que perdura até os dias de hoje, semeando discriminação contra alguns setores da sociedade, como refugiados, migrantes e minorias étnicas.
Neste ano, a ONU observa o Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, lembrado em 27 de janeiro, com o tema “Memória e educação sobre o Holocausto: nossa responsabilidade compartilhada”. Para Giuliano, a data é uma oportunidade para mobilizar sobretudo os jovens.
“Não se trata apenas (de honrar a memória) do 1,5 milhão de crianças que morreram, mas também de falar das crianças de hoje, que devem aprender sobre o que aconteceu”, acrescentou o diretor do UNIC Rio na cerimônia, que reuniu cerca de 50 pessoas, entre sobreviventes do regime nazista vivendo no Rio, representantes das comunidades judaica e cigana, estudantes e autoridades consulares.
Para o vice-presidente da Federação Israelita do estado do Rio de Janeiro (FIERJ), Claudio Rosemberg, “o Holocausto marca o trágico e doloroso ápice das perseguições sofridas ao longo dos séculos (pelos judeus) e até os dias de hoje”.
Rosemberg lembrou ainda que, além dos judeus, ciganos, pessoas com deficiência física e mental, padres, homossexuais e cidadãos do Leste Europeu também foram perseguidos e brutalmente assassinados por não pertencerem à raça ariana. “Para Adolf Hitler e seus companheiros, todos os grupos considerados inferiores deveriam ser exterminados. Esta solução final criada pelos nazistas resultou na aniquilação de um terço da população judia, tratada como sujeira humana.”

Sobreviventes são memória viva

Julia Cristofi, criadora do pôster vencedor do concurso, conta que quis valorizar a memória viva representada pelos sobreviventes do Holocausto. A imagem de sua autoria reúne fotos de sobreviventes que são anualmente selecionados pelo Memorial Yad Vashem, em Israel, para acender seis tochas durante as atividades da instituição em lembrança às mortes dos 6 milhões de judeus.
“Todo artista espera ter uma oportunidade em que ele possa falar de história e questões sociais”, afirma a designer. Para Julia, é necessário ouvir o que os sobreviventes têm a dizer para fortalecer a luta contra o preconceito atualmente. Saiba mais sobre a participação da brasileira no concurso clicando aqui.
Também presente na abertura da mostra, Freddy Glatt conta que fugiu da Alemanha para a Bélgica em 1933, quando Hitler chegou ao poder. A migração, porém, não salvou sua família. Em 1942, dois anos após a invasão da Bélgica pelos alemães, teve início uma perseguição aos judeus vivendo em território belga. Os irmãos e avós de Freddy foram capturados e mortos em Auschwitz.
“Judeus eram assassinados com requintes da maior crueldade e sadismo. Com espancamentos, fome e frio, fuzilamentos, enforcamentos, experiências pseudocientíficas”, lembra Freddy, que chegou ao Brasil em 1947, com sua mãe. “Holocausto, nunca mais”, defende o sobrevivente.
A mostra de pôsteres ficará aberta ao público no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, com entrada franca, até o dia 28 de fevereiro.
Freddy foi um dos entrevistados pelo UNIC Rio para uma reportagem especial sobre as vítimas do Holocausto. A matéria foi exibida na inauguração da exposição, mas também foi disponibilizada online. Confira em https://nacoesunidas.org/no-rio-onu-lembra-holocausto-com-exposicao-de-posteres-e-apelo-contra-o-odio/

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