Depois de passar com sucesso por Curitiba (PR), a mostra de cinema internacional “Olhares sobre o Refúgio” chegou ao Rio de Janeiro. Cerca de 60 pessoas encheram o pátio do Instituto Oi Futuro, no Flamengo, para assistir aos filmes da noite de abertura: “Bem-vindo ao Canadá” e “Exodus: de onde eu vim não existe mais”.
Evento promovido pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e parceiros abre ampla e variada programação cultural em celebração ao Dia Mundial do Refugiado na capital fluminense.
Depois de passar com sucesso por Curitiba (PR), a mostra de cinema internacional “Olhares sobre o Refúgio” chegou ao Rio de Janeiro na última terça-feira (6), inaugurando as celebrações pelo Dia Mundial do Refugiado na cidade. Cerca de 60 pessoas encheram o pátio do Instituto Oi Futuro, no Flamengo, para assistir aos dois filmes da noite de abertura: “Bem-vindo ao Canadá” e “Exodus: de onde eu vim não existe mais”.
A sessão inaugural foi prestigiada também pela representante do ACNUR no Brasil, Isabel Marquez, pela vice-cônsul do Canadá no Rio de Janeiro, Raphaelle Lapierre-Houssian, e pela coordenadora do Programa de Atendimento a Refugiados da Cáritas do Rio de Janeiro, Aline Thuller, que falaram sobre a importância do cinema como ferramenta de divulgação e sensibilização para o tema do refúgio junto à sociedade.
“Através desta mostra, diretores de vários lugares do mundo nos oferecem seu olhar sobre os desafios que os refugiados têm que enfrentar, mas também sobre a força e a resiliência dessas pessoas”, disse a representante do ACNUR ao público presente. “Espero que hoje vocês não vejam o refugiado e a refugiada apenas como vítimas de atrocidades, mas também como pessoas que contribuem para o desenvolvimento da sociedade”.
O primeiro filme da noite, o curta-metragem “Bem-vindo ao Canadá”, levou os espectadores à América do Norte para mostrar a história de um jovem refugiado sírio que ajuda outros refugiados recém-chegados a reconstruírem suas vidas. Em seguida, o longa “Exodus”, dirigido por Hank Levine, deu a volta ao mundo, passando por cinco continentes e vários países, inclusive o Brasil, para retratar seis pessoas refugiadas em busca de um recomeço diante de circunstâncias desafiadoras.
A assistente social Letícia Chahaira assistiu aos dois filmes e elogiou a ideia de promover uma mostra exclusiva para o tema do refúgio. “Foi muito bom. O cinema tem um impacto grande nas pessoas e, através de uma linguagem acessível, cria empatia para uma realidade aparentemente tão distante, mas que está do nosso lado. Os refugiados estão muito próximos. Somos nós que às vezes não enxergamos isso”, disse.
Apenas no Rio de Janeiro, segundo números do Programa de Atendimento a Refugiados da Cáritas RJ, vivem mais de quatro 1 mil refugiados reconhecidos pelo governo brasileiro e quase 3 mil solicitantes de refúgio. Em todo o planeta, o total de pessoas deslocadas por guerras ou perseguições ultrapassa os 65 milhões de pessoas, dos quais 21 milhões atravessaram fronteiras nacionais e se tornaram refugiados.
“O mundo vive uma situação muito difícil em relação aos refugiados, e nós não poderíamos deixar de fazer alguma coisa a respeito”, afirmou Roberto Guimarães, diretor de cultura do Oi Futuro. “Nosso caminho, como instituto cultural, é olhar para esse tema tão importante através da arte”.
A programação da mostra “Olhares sobre o Refúgio” segue no Oi Futuro com a exibição de filmes todas as terças-feiras de junho, sempre às 19h, e com entrada gratuita. Nas próximas três semanas, as sessões serão sucedidas por debates com a presença de profissionais que trabalham com o tema no Rio de Janeiro e de cineastas envolvidos na produção dos filmes.
Nesta terça-feira (13), será exibido o longa “Era o Hotel Cambridge”, dirigido por Eliane Caffé, que traz à luz os dilemas de moradia para populações vulneráveis – inclusive refugiados – nos grandes centros urbanos.
No dia 20 (Dia Mundial do Refugiado), será a vez da produção ítalo-palestina “Estou com a Noiva”, dirigida por Antonio Augugliaro, Gabriele Del Grande e Khaled Soliman Al Nassiry. O filme mostra a saga de refugiados numa viagem de 3 mil quilômetros entre Milão (Itália) e Estocolmo (Suécia), tendo como pano de fundo um casamento fictício.
A mostra se encerra em 27 de junho, com o documentário brasileiro “A Casa de Lúcia”, dirigido por João Marcelo e Lúcia Luz. O filme retrata a inesperada viagem de uma refugiada síria que vive no Brasil ao Kuwait, onde ela reencontra seus familiares e evidencia a dificuldade de retornar para um local ao qual já não pertence mais.
A mostra internacional de cinema promovida pelo ACNUR levará esses olhares diversos e multifacetados sobre o refúgio a outras três cidades do Brasil: Porto Alegre (de 8 a 11 de junho), Brasília (17 de junho) e São Paulo (de 22 a 27 de junho), sempre com entrada franca.
No Rio de Janeiro, são parceiros do ACNUR na realização da mostra a Embaixada do Canadá, a Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro, a Cátedra Sérgio Vieira de Mello e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o apoio do Instituto Oi Futuro.
A programação do Dia Mundial do Refugiado no Rio inclui ainda a realização do seminário “Vozes do Refúgio”, no dia 20 de junho, e o lançamento da exposição “Vidas Deslocadas”, no dia 22, ambos no Museu do Amanhã, além do lançamento do relatório global do ACNUR, também no dia 20, com os números atualizados do refúgio no mundo.
No último sábado do mês, 24 de junho, a Cáritas RJ, o Abraço Cultural e o Chega Junto realizarão uma grande festa de integração no Parque das Ruínas, que incluirá feira gastronômica com quitutes de diversos países, oficinas para crianças e atrações culturais.