Novo
relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou para um
aumento global dos empregos considerados precários ou atípicos, que incluem
trabalhos temporários, de meio expediente, com subcontratos, autônomos e
outros.
“Os
ganhos de custos e de flexibilidade que os empregos atípicos proporcionam no
curto prazo podem ser compensados por perdas de produtividade no longo prazo.
Há evidências de que as empresas que usam esse tipo de contratação tendem a
investir menos em formação (…), bem como em tecnologias e inovações que
aumentam a produtividade”, disse o responsável pelo relatório, Philip
Marcadent.
Novo relatório da Organização Internacional
do Trabalho (OIT) divulgado na segunda-feira (14) apontou para
um aumento global dos empregos considerados precários ou atípicos, que incluem
trabalhos temporários, autônomos, de meio expediente, com subcontratos, entre
outros.
Segundo a pesquisa da OIT, esse
tipo de emprego está associado a maiores inseguranças para os trabalhadores. Em
países onde a prática é generalizada, os funcionários enfrentam riscos de
desemprego e de jornadas inadequadas.
Além disso, o relatório alerta
para uma diferença salarial de 30% entre os empregos temporários e os normais
em atividades semelhantes, e confirma que, em alguns casos, trabalhadores podem
não exercer seus direitos fundamentais ou não ter acesso a benefícios
previdenciários e treinamentos adequados.
Nos países industrializados, a
OIT afirma que esses empregos podem ser comparados aos trabalhos casuais,
conhecidos como “bicos” no Brasil, nos países em desenvolvimento.
No Reino Unido, 2,5% dos
trabalhadores estão nesta situação e o índice sobe para 10% nos Estados Unidos.
Já na Índia e em Bangladesh,
quase dois terços dos empregos assalariados são casuais. Um terço dos trabalhos
é casual no Mali e em Zimbábue. Na Austrália, onde os empregos casuais são uma
categoria específica, um em cada quatro trabalhadores está nessa condição.
“Os ganhos de custos e de
flexibilidade que os empregos atípicos proporcionam no curto prazo podem ser
compensados por perdas de produtividade no longo prazo. Há evidências de que as
empresas que usam esse tipo de contratação tendem a investir menos em formação,
seja para empregados temporários como para os permanentes, bem como em
tecnologias e inovações que aumentam a produtividade”, disse o chefe da unidade
da OIT responsável pelo relatório, Philip Marcadent.
“O uso generalizado desses
empregos pode reforçar a segmentação do mercado de trabalho e levar a uma maior
volatilidade dos empregos, com consequências à estabilidade econômica. A
pesquisa mostra que os trabalhadores temporários e de plantão têm mais
dificuldade em obter acesso ao crédito e à habitação, tendo mais dificuldades
em começar uma família”, acrescentou.
Entre as recomendações feitas
pela OIT estão a implementação de políticas que garantam tratamento igual para
todos os trabalhadores; fortalecimento das medidas de acordo coletivo de
salários, proteção social e geração de novos postos de emprego.