segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Zika olímpica


Atletas e delegações internacionais boicotam os Jogos no Rio, o que pode esvaziar o maior evento esportivo do mundo

Raul Montenegro (raul.montenegro@istoe.com.br)

Na última semana, declarações de atletas estrangeiros, comitês olímpicos internacionais e político causaram alarde na comunidade esportiva mundial, fazendo soar um sinal de alerta no País. Na terça-feira 9, o presidente do Comitê Olímpico do Quênia, Kipchoge Keino, afirmou que “obviamente” não levará esportistas ao Rio em caso de epidemia de Zika. Enquanto isso, o comitê dos Estados Unidos disse que competidores deveriam considerar deixar de participar dos Jogos. A preocupação no país parte até de candidatos da disputa à Casa Branca: dois deles concordam, às portas das Olimpíadas, com a quarentena de pessoas viajando do Brasil. O cuidado é justificável. O Zika vírus assola o Brasil neste verão e é o maior suspeito de causar um surto de microcefalia em recém-nascidos. Mas o boicote ao evento não encontra respaldo na ciência. “Os atletas estão errados em não comparecer porque no inverno a proliferação do mosquito Aedes não é alta”, afirma Gúbio Soares, da Universidade Federal da Bahia, um dos pioneiros na identificação do zika no País. [...]