Profissionais
são capacitados para aplicar intervenções diagnósticas e terapêuticas
em curto prazo a partir da suspeita clínica da doença
Conhecida
como infecção generalizada ou septicemia, a sepse, é um conjunto de
manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção e é
uma das principais causas de morte evitável no mundo. No Brasil, de
acordo com o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), a mortalidade é
de 44,8%.
Para
diminuir estes índices as equipes de saúde precisam travar uma corrida
contra o tempo e a informação é a maior aliada. “Todas as instituições
devem treinar suas equipes para reconhecer os primeiros sinais de
gravidade da sepse como: febre, queda da pressão arterial, aceleração do
coração, respiração rápida, fraqueza, diminuição da urina, sonolência e
confusão mental”, explica a coordenadora do protocolo de Sepse do
Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU),
Maria Márcia Caetano Silva.
O
HC-UFU participa da “Campanha Sobrevivendo a Sepse”, que consiste na
execução de um protocolo assistencial gerenciado com base em oito
intervenções diagnósticas e terapêuticas que devem ser seguidas em um
prazo de seis horas, a partir da suspeita clínica da doença.
Com
a adesão a campanha, foi criada em 2017, a Comissão de Vigilância
Clínica de Sepse, composta por coordenadores de diversas áreas do
hospital. “A finalidade é adequar o protocolo a realidade do HC-UFU,
elaborando fluxos de atendimento aos pacientes, de coleta e realização
de exames e de administração de antibiótico na primeira hora do
diagnóstico”, conta Silva.
A
Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI) foi a primeira a implementar o
protocolo. Diariamente é feito o acompanhamento, o que possibilita a
coleta de informações, a avaliação da adesão das equipes, além de
alimentar o banco de dados do hospital e do ILAS. Além da UTI Adulto, o
protocolo já está implantado na unidade de Pronto Socorro Geral e, em
andamento no Pronto Socorro de Ginecologia e nas unidades de internação,
Cirúrgica 2, Clínica Médica e Maternidade.
E
os resultados são positivos. A paciente J. S., 25 anos, é uma
sobrevivente da sepse. Ela deu entrada no HC-UFU, no dia 03 de maio
deste ano, com suspeita de Covid-19, precisou ser entubada e encaminhada
para a UTI. O estado de saúde se agravou e logo foi identificado um
choque séptico de foco pulmonar e urinário. O protocolo foi iniciado
imediatamente a comprovação da infecção. A paciente recebeu alta do
hospital no dia 17 de junho, após 46 dias de internação. “O diagnóstico e
o tratamento rápido do meu quadro de infecção pela equipe da UTI
salvaram a minha vida. Hoje estou bem e posso cuidar dos meus filhos”,
relata.
Dia Mundial da Sepse
Com
o objetivo de divulgar a importância da prevenção, identificação e
tratamento precoce, o dia 13 de setembro foi instituído como o Dia
Mundial da Sepse. O HC-UFU sempre prepara uma programação para marcar a
data. Este ano, em virtude da pandemia do novo coronavírus, o evento
será online. Além da divulgação da série de lives, promovida pelo ILAS,
no canal do youtube (https://www.youtube.com/c/ilas-sepse/videos), a equipe do HC vai realizar duas lives, nos dias 28 e 29, com o tema “Sepse em tempos de Covid-19".
Fonte: Imprensa HCU-UFU
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