A UFMG começa a ofertar, no início do primeiro semestre de 2017, a inédita Formação Transversal em Direitos Humanos. A proposta partiu da Rede Direitos Humanos da UFMG, iniciativa da Pró-reitoria de Extensão que reúne núcleos, grupos e laboratórios que desenvolvem atividades de extensão, ensino e pesquisa de forma indissociável.
O objetivo é promover a formação sistemática e continuada em direitos humanos dos estudantes de graduação da UFMG com enfoque multidimensional, contribuindo com a construção de um espaço de reflexão e análise, e estimular práticas sociais, educacionais e profissionais em direitos humanos.
"Essa formação contribuirá para o fortalecimento de uma cultura dos direitos humanos em nossa universidade e sociedade. Além disso, representa uma forma permanente de reativar a conexão desejável entre os diversos trabalhos acadêmico-universitários desenvolvidos por diferentes instâncias já organizadas no âmbito da UFMG”, explica a pró-reitora adjunta de Extensão, professora Claudia Mayorga.
De caráter interdisciplinar, a formação fundamenta sua organização na necessidade de articular e potencializar a contribuição do conhecimento e das práticas desenvolvidas em direitos humanos em diálogo com outros setores da sociedade.
Estruturada por comitê pedagógico que reúne professores das faculdades de Educação, Direito, Filosofia e Ciências Humanas e das escolas de Belas-Artes e Ciência da Informação, a proposta pedagógica também contou com a colaboração de estudantes de graduação e pós-graduação.
Mais informações serão disponibilizadas em breve no Portal UFMG, meu lugar.
Triplo enfoque
As disciplinas ofertadas pela Formação Transversal em Direitos Humanos terão triplo enfoque: o estudo dos fundamentos históricos e filosóficos dos direitos humanos com base no histórico e fundamentos para construção dos marcos regulatórios e dos instrumentos de proteção e da organização e lutas dos movimentos sociais; o estudo dos direitos humanos no Brasil e a relação dos direitos humanos com as políticas públicas.
Também serão contemplados temas contemporâneos em direitos humanos, atividades de vivência, prática e seminários. A proposta também prevê a possibilidade de aproximações com disciplinas oferecidas em situações singulares (cátedras e estágios pós-doutorais) ou que são ofertadas como optativas.
Serão ministradas, no mínimo, três disciplinas por semestre, sendo uma de caráter obrigatório.
A valorização dos direitos humanos vem sendo objeto de um conjunto de medidas institucionais adotadas pela UFMG nos últimos anos. Em maio deste ano, o Conselho Universitário aprovou resolução que dispõe sobre a violação de direitos humanos e a erradicação de atos discriminatórios, de qualquer natureza, no âmbito da UFMG. Ao menos duas outras deliberações oficiais também estão relacionadas ao tema: a resolução que proíbe o trote estudantil e a que regulamenta o nome social em registros da vida funcional acadêmica.
Necessidades emergentes
Opções inovadoras ou incomuns de percurso acadêmico, as formações transversais cumprem o papel de pôr à disposição dos estudantes da UFMG um elenco de atividades para atender às necessidades e possibilidades emergentes da sociedade e do conhecimento.
“Estamos colocando em debate a ideia de reconfigurar os mecanismos que estão por trás do desenho dos currículos de graduação, buscando encontrar maneiras criativas ou diversas de levar conhecimento aos estudantes”, explicou o pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi, em entrevista publicada neste ano pelo Portal UFMG.
Direitos humanos é a quinta opção ofertada pelas formações transversais, que começaram a ser ministradas no primeiro semestre de 2015. As outras quatro áreas contempladas são Saberes tradicionais, Divulgação científica, Relações étnico-raciais, história da África e cultura afro-brasileira e Culturas em movimento e processos criativos.