terça-feira, 28 de junho de 2016

"Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam". Martin Luther King

28 de junho – Dia do Orgulho LGBTI
Por Jandira Queiroz
 
28 de junho é o Dia do Orgulho LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersex), data celebrada e lembrada mundialmente, que marca um episódio ocorrido em Nova Iorque, em 1969. Naquele dia, as pessoas que frequentavam o bar Stonewall Inn, até hoje um local de frequência de gays, lésbicas e trans, reagiram a uma série de batidas policiais que eram realizadas ali com frequência.
O levante contra a perseguição da polícia às pessoas LGBTI durou mais duas noites e, no ano seguinte, resultou na organização na 1° parada do orgulho LGBT, realizada no dia 1° de julho de 1970, para lembrar o episódio. Hoje, as Paradas do Orgulho LGBT acontecem em quase todos os países do mundo e em muitas cidades do Brasil ao longo do ano.
Infelizmente, a perseguição, discriminação e as violências contra pessoas por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero – real ou percebida – não acabou. No relatório ”Making love a crime”, a Anistia Internacional mostra que em 38 países da África, a homossexualidade é criminalizada por lei, e ao longo da última década houve diversas tentativas de tornar estas leis ainda mais severas.
Ativistas pelos direitos LGBTI em Uganda ainda estão lutando contra a tentativa de aprovação da chamada “Lei Anti-Homossexualidade”, que propõe até mesmo a pena de morte para o crime de “homossexualidade agravada”, e que criminaliza qualquer um que não denuncie pessoas “envolvidas na homossexualidade”. Propostas similares foram aprovadas em países como o Sudão do Sul, Burundi, Nigéria, Libéria, Mauritânia e Somália nos últimos anos.
Recentemente, a Câmara Baixa do Parlamento russo aprovou um projeto de lei que torna ilegal o ativismo de lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans, intersex e de seus simpatizantes. “Em algumas horas, a Duma aprovou duas leis que são um testemunho da crescente limitação da liberdade de expressão na Rússia. Representam uma lamentável tentativa do governo de reforçar sua popularidade jogando com os elementos mais reacionários da sociedade russa à custa de direitos fundamentais e da expressão da identidade pessoal”, disse John Dalhuisen, diretor do Programa da Anistia Internacional para a Europa e Ásia Central.
Violência no Brasil
Em 2012, o Grupo Gay da Bahia relatou 338 homicídios de gays, travestis e lésbicas, o que corresponde a um assassinato a cada 26 horas, causados por ódio a homossexuais e pessoas trans. O trabalho incansável de ativistas desta organização, combinado com a crescente cobrança do movimento LGBTI brasileiro, e em resposta à crescente pressão popular para que estes crimes fossem adequadamente apurados e investigados, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) instalou uma central para recebimento de denúncias de violações de direitos humanos da população LGBTI.
Entre janeiro e dezembro de 2012, o serviço registrou 9.982 denúncias, conforme relatório publicado ontem (27). A SDH informou que estes dados comporão uma série histórica de informações sobre homofobia e transfobia no Brasil, e serão usados para delinear melhores políticas e ações de enfrentamento à homofobia no país.
A Anistia Internacional no Brasil se solidariza com a comunidade LGBTI e com todas as pessoas que lutam pela construção de uma realidade em que a discriminação, o estigma e a violência baseados na orientação sexual e identidade de gênero não tenham mais espaço.
Que Stonewall Inn continue nos inspirando, hoje e sempre.


segunda-feira, 27 de junho de 2016

Faça o seu dia diferente! Leia a mensagem abaixo e reflita!

Se existe amor, há também esperança de existirem verdadeiras famílias, verdadeira fraternidade, verdadeira igualdade e verdadeira paz. Se não há mais amor dentro de você, se você continua a ver os outros como inimigos, não importa o conhecimento ou o nível de instrução que você tenha, não importa o progresso material que alcance, só haverá sofrimento e confusão no cômputo final. O homem vai continuar enganando e subjugando outros homens. Basicamente, todo mundo existe na própria natureza do sofrimento, por isso insultar ou maltratar os outros é algo sem propósito. O fundamento de toda prática espiritual é o amor. Que você o pratique bem é meu único pedido.
Dalai Lama

Campanha da ONU ‘Dia Laranja’ incentiva educação segura e de qualidade para mulheres e meninas

A Campanha UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres, do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, proclamou o dia 25 de cada mês como “Dia Laranja”, um dia para sensibilizar e tomar medidas para acabar com a violência contra mulheres e meninas.
Neste sábado (25), a ONU reafirma seu compromisso com a realização do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4: Educação de Qualidade, que reconhece a interdependência entre educação e desenvolvimento e tem como foco proporcionar ambientes de aprendizagem seguros, não-violentos, inclusivos e eficazes para todas e todos.
Campanha UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres, do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, proclamou o dia 25 de cada mês como “Dia Laranja”, um dia para sensibilizar e tomar medidas para acabar com a violência contra mulheres e meninas.
Como uma cor brilhante e otimista, o laranja representa, para a campanha, um futuro livre de violência contra mulheres e meninas.
Neste sábado (25), a ONU reafirma seu compromisso com a realização do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4: Educação de Qualidade, que reconhece a interdependência entre educação e desenvolvimento e tem como foco proporcionar ambientes de aprendizagem seguros, não-violentos, inclusivos e eficazes para todas e todos.
O ODS número 4 também tem por objetivo garantir que todos os alunos e alunas adquiram os conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável através dos direitos humanos, incluindo a promoção da igualdade de gênero e de uma cultura de paz e não-violência.

Dia Laranja

O Dia Laranja convida ativistas, governos e parceiros das Nações Unidas para se mobilizar e destacar a importância da prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas, não só uma vez por ano, mas o mês inteiro.
Em 2016, uma nova agenda de desenvolvimento global foi aceita por todos os Estados-membros das Nações Unidas. Por meio dos 17 objetivos globais e das 169 metas da Agenda 2030, são abordadas três dimensões do desenvolvimento sustentável: econômico, social e ambiental. A agenda também reconhece a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres como uma prioridade fundamental e garante que “ninguém será deixado para trás”.
Ao longo de 2016, a campanha UNA-SE, através do Dia Laranja, irá destacar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável que dizem respeito à violência contra as mulheres e meninas.

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4

Objetivo do Desenvolvimento Sustentável número 4 reconhece a interdependência entre educação e desenvolvimento, e tem como meta proporcionar ambientes de aprendizagem seguros, não-violentos, inclusivos e eficazes para todas e todos.
Além disso, também tem por objetivo garantir que todos os alunos adquiram os conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, defendendo direitos humanos, igualdade de gênero e promoção de uma cultura de paz e não-violência.
A educação de meninas é uma grande força impulsionadora para mudança social, crescimento econômico e estabilidade social, assim como para romper com barreiras que continuam impedindo que meninas tenham acesso à educação segura.
Muitas meninas sofrem violência de seus colegas estudantes, professores, administradores escolares, entre outros. Desde cedo, enfrentam assédio sexual, assédio moral e violência virtual. E a falta de supervisão sensível a gênero nas escolas aumenta o risco de intimidação, assédio sexual e agressão sexual contra as meninas.
Muitas meninas, especialmente as mais vulneráveis por sua classe social e raça, continuam a ser privadas do direito à educação; elas são mais propensas a ter responsabilidades familiares dentro de suas casas e, quando os recursos são escassos, a educação dos irmãos do sexo masculino pode ser priorizada.No Brasil, o entorno de muitas escolas segue como ameaça à segurança das estudantes, com baixa mobilidade e problemas de iluminação.
O fracasso em assegurar que meninas acessem seu direito à educação causa efeitos profundos sobre as meninas, e também para a sociedade como um todo. Para elas, a falta de educação traz consequências para toda a vida, como o aumento da dependência econômica, gravidez precoce, baixa autoestima e aumento da vulnerabilidade em situações de violência.

Iniciativas para promover o acesso seguro à educação para meninas

A ONU Mulheres e a Associação Mundial das Guias e Escoteiras (WAGGGS) está lançando um programa conjunto chamado “Vozes contra a Violência” em 35 países, incluindo Brasil, que envolve jovens na prevenção da violência contra mulheres e meninas e a adoção de um currículo de educação não-formal.
O programa já treinou mais de 3 mil jovens líderes e 97% delas mostraram ter aprimorado seus conhecimentos sobre violência contra mulheres e meninas. Ao completar o currículo, as jovens podem ainda desenvolver e implementar iniciativas de mobilização comunitária e advocacy em suas regiões pela eliminação da violência de gênero.
No Brasil, o projeto “Uma Vitória leva à Outra” foi lançado no ano passado no Rio de Janeiro, com o objetivo de promover a prática esportiva entre meninas para impulsionar a autoconfiança, debatendo formas de superar as desigualdades de gênero.
No Quirguistão, um projeto financiado pelo Fundo Fiduciário da ONU pelo Fim da Violência contra as Mulheres (UNTF) desenvolveu o Programa Escola Livre de Violência, ensinando as meninas moradoras de regiões rurais habilidades vitais para prevenir e responder às ameaças de violência na família, em suas escolas e na sociedade.
Na Armênia, um módulo sobre de Gênero e Violência desenvolvido com apoio do UNTF foi adotado pelo Ministério da Educação e Ciência.
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNWRA) também organizou atividades sobre  casamento precoce, saúde das adolescentes, violência contra mulheres e meninas e direitos humanos, em coordenação com organizações locais e sete centros de programa para mulheres (WPCS).
Mais de 254.443 estudantes meninas receberam as oficinas de sensibilização em escolas preparatórias na Faixa de Gaza. A UNWRA também executa um programa educativo em 677 escolas para promover o acesso seguro à educação para meninas.

Sugestões de atividades para o Dia Laranja

– Vista a cor laranja no dia 25 de junho para mostrar seu apoio à eliminação da violência contra mulheres e meninas;
– Conscientize sua comunidade sobre os riscos de violência de gênero e fatores de proteção relacionados à educação. Lembre-se de envolver homens e meninos, professores e líderes em sua comunidade nestas ações de sensibilização como agentes de mudança.
– Envolva as gestoras e os gestores políticos locais e exija escolas seguras e equipadas (com iluminação adequada e vias de evacuação de segurança, por exemplo).
– Se você é uma professora ou um professor, envolva seus alunos (meninos e meninas) em conversas sobre a igualdade de gênero e sobre o que constitui a violência contra mulheres e meninas.
Fonte: https://nacoesunidas.org/campanha-da-onu-dia-laranja-incentiva-a-educacao-segura-e-de-qualidade-para-mulheres-e-meninas/ 

29 milhões de adultos dependem de drogas, aponta relatório do UNODC

Relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) calcula que cerca de 5% da população adulta, ou 250 milhões de pessoas entre 15 e 64 anos, usou pelo menos algum tipo de droga em 2014. Transtornos relacionados ao consumo registraram crescimento preocupante.
Cerca de 5% da população adulta, ou 250 milhões de pessoas entre 15 e 64 anos, usou pelo menos uma droga em 2014, de acordo com o último Relatório Mundial sobre Drogas divulgado nesta quinta-feira (23) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
Embora substancial, esse número não sofreu elevação, ao longo dos últimos quatro anos, na mesma proporção da população mundial. O relatório, contudo, sugere que o número de pessoas que apresentam transtornos relacionados ao consumo de drogas aumentou desproporcionalmente pela primeira vez em seis anos.
A publicação do Relatório Mundial sobre Drogas acontece em um momento marcante, após uma Sessão Especial da Assembléia Geral da ONU sobre o problema mundial das drogas e a primeira após a adoção dos novos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
Neste ano, a Assembléia Geral da ONU adotou um conjunto abrangente de recomendações para lidar com a questão das drogas. Este relatório resultou em uma série de recomendações operacionais concretas. Coletivamente, esse olhar promove políticas e programas de controle de drogas sustentáveis, equilibradas e orientadas para o desenvolvimento.
Como observa o diretor-executivo do UNODC, Yury Fedotov, é fundamental que a comunidade internacional se una para garantir que os compromissos assumidos na Sessão Especial da Assembleia Geral sejam atingidos — e o Relatório Mundial sobre Drogas oferece uma ferramenta importante para ajudar nessa tarefa.
“Ao fornecer uma visão abrangente dos principais desenvolvimentos nos mercados de drogas, rotas de tráfico e o impacto do uso de drogas na saúde, o Relatório Mundial sobre Drogas de 2016 realça o suporte às abordagens abrangentes, balanceadas e baseadas nos direitos, como refletido no documento final preparado pela Sessão Especial da Assembleia Geral.”

Uso de drogas e suas consequências para a saúde

De acordo com os dados apresentados no relatório, uma a cada 20 pessoas entre 15 e 64 anos fez uso de pelo menos algum tipo de droga no mundo em 2014. Embora substancial, esse número não sofreu elevação ao longo dos últimos quatro anos, na mesma proporção da população mundial.
O relatório, contudo, sugere que o número de pessoas que apresentam transtornos relacionados ao consumo de drogas aumentou desproporcionalmente pela primeira vez em seis anos. Existem hoje mais de 29 milhões de pessoas dentro dessa categoria — em comparação aos 27 milhões divulgados anteriormente.
Além disso, cerca de 12 milhões de pessoas usam drogas injetáveis e 14% destes vivem com HIV. Esses dados revelam que o impacto do uso de drogas na saúde continua preocupante.
Enquanto a mortalidade relacionada ao uso de drogas manteve-se estável em todo o mundo, em 2014 ainda havia cerca de 207 mil mortes relatadas: um número inaceitavelmente elevado de mortes que teriam sido evitadas se intervenções adequadas fossem tomadas.
Cerca de um terço destas mortes ocorreram por overdose. A taxa de mortalidade por overdose é bem mais alta entre egressos que recentemente saíram do sistema prisional, se comparada com a população em geral.
O sistema prisional continua representando um grande desafio em relação às políticas de drogas e agravos associados ao uso de drogas. Em grande parte dos países, as prisões representam ambientes de grande vulnerabilidade para doenças infecciosas. O uso de drogas no sistema prisional continua elevado, assim como a prevalência de HIV, hepatites e tuberculose, principalmente se comparado com a população em geral. Mesmo com esses dados alarmantes, serviços de prevenção e tratamento continuam escassos e de difícil acesso nas prisões ao redor do mundo.
O consumo de heroína — e as mortes por overdose relacionadas — parece ter aumentado drasticamente nos últimos dois anos em alguns países da América do Norte e Europa Ocidental e Central.
Fedotov observou que, embora os desafios colocados pelas novas substâncias psicoativas continuem sendo uma séria preocupação, “a heroína permanece como a droga que mata mais pessoas e esse ressurgimento deve ser abordado com urgência”.
No geral, os opióides continuam a apresentar os maiores riscos de danos à saúde entre as principais drogas.
A maconha, por sua vez, continua a ser a droga mais usada ao redor do mundo. Dados de 2014 mostram que cerca de 183 milhões de pessoas fizeram uso da droga nesse ano, enquanto anfetaminas ocupam o segundo lugar.
Os efeitos de opioides e o aumento do uso de heroína, entretanto, mostram que essas duas drogas continuam preocupantes para os serviços de saúde. Ao se analisar as tendências ao longo de vários anos, o relatório mostra que, com a mudança das normas sociais no tocante à cannabis — predominantemente no Ocidente — ,seu consumo subiu em paralelo à maior aceitabilidade em relação à droga. Em muitas regiões, mais pessoas iniciaram tratamentos para transtornos relacionados ao uso de cannabis, ao longo da última década.
O acesso a serviços de tratamento, com base em evidência, representa outro grande desafio apontado pelo relatório, pois somente uma em cada seis pessoas que necessitam de atendimento tem acesso aos serviços.
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O relatório também destaca a associação entre o uso de drogas e uma maior vulnerabilidade às doenças sexualmente transmissíveis. Por exemplo, a ligação entre o uso de estimulantes —entre eles, as novas substâncias psicoativas que não estão sob controle internacional — por via injetável e não injetável e sexo desprotegido, o que pode resultar em uma maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV.
Estima-se que 29 milhões de pessoas que fazem uso de drogas sofram de algum transtorno relacionado a esse uso. Entre elas, 12 milhões usam drogas injetáveis. Destas, 1,6 milhão vivem com HIV e 6 milhões vivem com hepatite C. Esses dados revelam que o impacto do uso de drogas na saúde continua preocupante.
Na América do Sul, é importante destacar que, após um período de estabilidade em relação ao uso da cocaína, desde 2010 houve um aumento no uso droga. O consumo de anfetaminas se mostra estável. O relatório chama a atenção para o fato de que pessoas que fazem o uso de drogas, de forma regular ou ocasional, têm feito o uso de mais de um tipo de substância ao mesmo tempo, de forma combinada ou sequencial, dificultando a distinção entre os tipos de droga utilizados.
Em geral, homens são três vezes mais propensos a usar maconha, cocaína ou anfetaminas, enquanto mulheres estão mais inclinadas a fazer uso de opioides e tranquilizantes não receitados. Diferenças de gênero no uso de drogas são mais atribuídas a oportunidades sociais de uso e menos a homens ou mulheres serem mais ou menos suscetíveis ou vulneráveis ao seu uso. Apesar de mais homens usarem drogas do que mulheres, o impacto do uso é maior nas mulheres do que nos homens, porque as mulheres tendem à falta de acesso à prestação de cuidados continuados na dependência do uso de drogas.
No contexto familiar, parceiras e filhos de usuários de drogas são também mais propensos a serem vítimas de violência relacionada ao uso de droga. Ainda que muitos estudos mostrem uma maior prevalência do uso de drogas entre pessoas jovens do que em adultos, a divisão de gênero não se mostra mais tão presente.

O problema mundial de drogas e o desenvolvimento sustentável

Por ser 2016 o primeiro ano de adoção dos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o relatório foca em especial no problema mundial da droga dentro deste contexto. Ao analisar essas ligações, os ODS foram divididos em cinco grandes áreas: Desenvolvimento Social; Desenvolvimento Econômico; Sustentabilidade Ambiental; Sociedades Pacíficas, Justas e Inclusivas; e Parcerias.
O relatório destaca uma forte ligação entre pobreza e vários aspectos do problema de drogas. Na verdade, o impacto do problema do uso de drogas é corroborado por pessoas que são pobres em relação às sociedades em que vivem, como pode ser visto em termos austeros nos países mais ricos.
A forte associação entre desvantagem social e econômica e transtornos devido ao uso de drogas, pode ser vista quando se analisam diferentes aspectos da marginalização e exclusão social, como desemprego e baixo nível educacional.
O relatório também esclarece um pouco as diferentes formas em que o problema mundial de drogas resulta em diferentes manifestações de violência. Embora a intensidade da violência relacionada ao uso de droga seja maior quando associada ao tráfico e à produção, estes não produzem necessariamente violência, como ilustram os baixos níveis de homicídio em países de trânsito afetados pelas rotas de tráfico de opiáceos na Ásia.
O tráfico de drogas geralmente prospera onde a presença do Estado é fraca, onde o Estado de direito é desigualmente aplicado e onde existem oportunidades de corrupção.
O relatório analisa a influência do sistema de justiça criminal nos mercados de tráfico de drogas e medicamentos, bem como no uso de drogas e nas pessoas que usam drogas. Por exemplo, ele observa que, globalmente, 30% da população prisional é composta de prisioneiros não-condenados ou em pré-julgamento. Entre os presos condenados, 18% estão na prisão por delitos relacionados à droga.
O uso excessivo da pena de prisão por crimes relacionados às drogas de natureza menor é ineficaz na redução da reincidência e sobrecarrega os sistemas de justiça penal, impedindo-os de lidar de forma eficiente com crimes mais graves. Prestação de serviços de tratamento e cuidados baseados em evidências para os infratores consumidores de drogas, como alternativa ao encarceramento, demonstrou aumentar consideravelmente a recuperação e reduzir a reincidência.

Sobre o Relatório Mundial de Drogas 2016

O Relatório Mundial de Drogas 2016 fornece uma visão global sobre a oferta e a demanda de opioides, cocaína, cannabis, estimulantes do tipo anfetamina e novas substâncias psicoativas, bem como sobre o seu impacto na saúde. Ele também analisa as evidências científicas sobre o consumo múltiplo de drogas, sobre a demanda por tratamento por uso de cannabis e sobre outras tendências , como a legalização da cannabis para uso recreativo em algumas partes do mundo.
Além disso, as relações entre o problema mundial das drogas e todos os aspectos do desenvolvimento sustentável tendo em vista os ODS são levantados e analisados de maneira aprofundada.
Para o relatório completo e conteúdo de mídia, acesse: www.unodc.org/wdr2016
Para mais informações, por favor entre em contato: comunicacao@unodc.org
Fonte: https://nacoesunidas.org/29-milhoes-de-adultos-dependem-de-drogas-aponta-relatorio-do-unodc/ 

ONU anuncia o lançamento do primeiro padrão global para medir perda e desperdício de alimentos

Segundo as Nações Unidas, cerca de um terço de todos os alimentos é perdido ou desperdiçado em todo o mundo, em processos que envolvem desde a produção da comida até o seu consumo, ao mesmo tempo em que 800 milhões de pessoas encontram-se subnutridas. Além disso, desperdício é responsável por 8% das emissões de gases que causam o efeito estufa.
A ONU, em parceria com parceiros internacionais, anunciou no início de junho (7) o lançamento do primeiro padrão global para medir o problema do desperdício e da perda de alimentos no mundo. A prática gera, anualmente, um custo global de 940 bilhões de dólares.
padrão consiste em um conjunto abrangente de definições e requisitos de comunicação para que empresas, países e outros consigam medir, relatar e gerenciar de forma consistente e confiável a perda e o desperdício de alimentos.
De acordo com o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, “esse novo padrão de medição não só irá nos ajudar a entender o quanto a comida não é o que chega a nossa boca, como também vai nos ajudar a definir uma linha de base para a ação contra o problema”.
Segundo a ONU, cerca de um terço de todos os alimentos é perdido ou desperdiçado em todo o mundo no caminho que vai desde a produção da comida até o seu consumo, ao mesmo tempo em que 800 milhões de pessoas encontram-se subnutridas.
Além disso, o desperdício é responsável por 8% das emissões de gases que causam o efeito estufa. De acordo com as estimativas da Organização, se esses dados representassem um país, a nação estaria entre os três maiores poluidores, atrás somente da China e dos Estados Unidos.
Saiba mais sobre o novo padrão em http://flwprotocol.org
Parabenizando o novo padrão, Achim Steiner pediu que todos os países e empresas comecem a usá-lo para medir e relatar a perda e o desperdício de alimentos, e em paralelo tomem medidas concretas para cumprir a terceira meta doObjetivo de Desenvolvimento Sustentável número 12, que se trata de reduzir para metade o desperdício alimentar até 2030.
Para Andrew Steer, presidente e CEO da World Resources Institute, “esse padrão é um verdadeiro avanço”.
“Pela primeira vez, através do auxílio do padrão, países e empresas serão capazes de quantificar os alimentos que são perdidos e ou desperdiçados, onde esse desperdício ocorre, bem como relatar o problema de maneira altamente consistente.”
“Agora, temos uma nova ferramenta poderosa que ajudará governos e empresas a economizar dinheiro, proteger os recursos e garantir que mais pessoas consigam o alimento que necessitam”, acrescentou.
O PNUMA destacou ainda que o impulso internacional para conter a perda de alimentos está crescendo com o compromisso de governos e empresas.
No entanto, muitos ainda não sabem quanta comida é perdida ou desperdiçada ou onde isso ocorre dentro de suas fronteiras, de suas operações ou cadeias de fornecimento. Além disso, a definição de perda e desperdício de alimentos varia muito, e sem uma contagem consistente e uma estrutura de informação, é difícil a comparação dos dados e o desenvolvimento de estratégias eficazes.
O novo padrão também irá ajudar a reduzir a perda de comida e o desperdício dentro do setor privado. Em 2015, o Fórum de Bons Consumidores, que representa mais de 400 dos maiores varejistas do mundo e fabricantes de 70 países, aprovou uma resolução para que seus membros reduzam o desperdício de alimentos em suas operações em 50 % até 2025, usando o padrão de medição.
Fonte: https://nacoesunidas.org/onu-anuncia-o-lancamento-do-primeiro-padrao-global-para-medir-perda-e-desperdicio-de-alimentos/ 

Centro Cultural exibe filme que registra ações artísticas inspiradas na filosofia de Nietzsche

O Centro Cultural UFMG promove nesta segunda-feira, 27, às 20h, a sessão do filme Adeuzará, média-metragem desenvolvido com base nas filmagens de uma série de ações artísticas realizadas no ano passado por coletivo homônimo. O projeto é inspirado na célebre obra Assim falou Zaratustra, do filósofo alemão Friedrich Nietzsche. A exibição será seguida de conversa com o poeta e performer Ricardo Aleixo.
O filme registra o processo de pesquisa e criação do projeto, que ao longo de 2015 desdobrou-se em uma série radiofônica, seis intervenções urbanas realizadas no centro de Belo Horizonte, videoperformance, ciclo de palestras, a Mo(n)stra de Videoperformances e oficina, que confluíram para a montagem da instalação cênico-sonora GRIETZSCHE.
O coletivo é formado pelos performers e pesquisadores Bruno Pacheco, Leandro Silva Acácio, Luciana Tanure e Renata Queiroz. Pacheco dirigiu o filme de 26 minutos que lança olhar criativo sobre as gravações em vídeo e áudio realizadas desde o início do projeto. O filme será exibido também no Sesc Palladium, no dia 7 do próximo mês, em sessão comentada pelo professor Jardel Sander.
As duas exibições terão entrada gratuita. Mais informações estão disponíveis no site do Coletivo Adeuzará.
O Centro Cultural UFMG está localizado na Avenida Afonso Pena, 1.534, Centro.
Fonte: https://www.ufmg.br/online/arquivos/044130.shtml 

UFU aplica exame de proeficiência em 27/8


Inscrições podem ser feitas pela internet até 17/8; Exame e pré-requisito para processos seletivos em pós-graduação stricto sensu

Por: Gabriel Rodrigues (Estagiário de Graduação)

O Instituto de Letras e Linguística (Ileel) abre inscrições para o Exame de Proficiência em Língua Estrangeira e Língua Portuguesa para Estrangeiros (Proflin) que acontece em 27 de agosto, segunda-feira. O exame poderá ser feito para as línguas inglesa, espanhola, francesa, portuguesa (para estrangeiros) e redação, sendo pré-requisito para processos seletivos em pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado).
O prova é aberta a quem desejar obter o Atestado de Proficiência de Leitura em Língua Estrangeira ou o Atestado de Redação, expedido pelo Ileel. O exame constará de prova escrita de cada idioma para cada área especificada: Biomédicas (Ciências Biológicas, Ciências da Saúde e Ciências Agrárias), Tecnológicas (Engenharias e Ciências Exatas e da Terra), Humanas (Ciências Sociais Aplicadas, Artes e Ciências Humanas) e Letras e Linguística e de elaboração de texto dissertativo-argumentativo para os exames de Redação para a área Humanas (Ciências Sociais Aplicadas, Artes e Ciências Humanas).
 A inscrição será efetuada no site do Proflin Ileel, até as 23h59min do dia 17 de agosto, domingo. No formulário, o candidato deverá escolher o idioma e a área pretendida e pode se inscrever em mais de um idioma.
O valor de cada prova é R$ 80, pago via boleto bancário, efetuado até o dia 18 de agosto, segunda-feira.Caso o candidato necessite de atendimento especial durante a realização da prova, deve indicar se é portador de necessidade especial  no formulário de inscrição.
As provas serão realizadas no Campus Santa Mônica da UFU. Confira os horários:
Língua inglesa: das 9h às 12h;
Língua francesa: das 12h30 às 15h30;
Língua portuguesa: das 12h30 às 15h30;
Redação: das 12h30 às 15h30;
Língua espanhola: das 16h às 19h.
O candidato deverá comparecer ao local da prova com pelo menos uma hora de antecedência, munido caneta esferográfica preta ou azul escura e documento original de identificação. Para saber mais sobre o exame acesse http://www.ileel.ufu.br/proflin.

UFU oferece prática de exercícios físicos com acompanhamento profissional

Projeto “Menopausa, hipertensão e atividade física” é gratuito
O Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, da Faculdade de Medicina (Famed,UFU), promove a prática de exercícios físicos com acompanhamento profissional gratuito, por meio do projeto “Menopausa, hipertensão e atividade física”.
Direcionado as mulheres entre 50 e 70 anos, pós menopausadas, hipertensas, não diabéticas e não fumantes, o projeto oferece testes cardiológicos, avaliação física e treinos individualizados, durante 10 semanas. Os encontros do projeto acontecem no campus Educação Física, da UFU.
As interessadas em participar devem realizar inscrição, entrando em contato pelo telefone: (34) 3218-2965, pelo e-mail:laficam@gmail.com ou presencialmente, na Faculdade de Educação Física/UFU, localizada na Rua Benjamin Constant, 1286, Bairro Aparecida, de segunda a sexta-feira, das 8h às12h e 14h às 18h.
Fonte: http://www.comunica.ufu.br/noticia/2016/06/ufu-oferece-pratica-de-exercicios-fisicos-com-acompanhamento-profissional 

Diálogos na USP debate os 35 anos da aids

“Algumas pessoas não aceitam que vivem em uma sociedade onde o HIV está presente”, diz Beloqui
Por Redação
Há 35 anos, o boletim do Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos relatava os primeiros casos de aids, doença que ainda era misteriosa e sem nome. Desde então, a enfermidade já deixou mais de 34 milhões de mortos, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Brasil foi um dos primeiros países, dentre os de baixa e média renda, a fornecer tratamento gratuito para pessoas que viviam com aids, e tem hoje uma das maiores coberturas de tratamento antirretroviral (TARV). Ainda assim, de acordo com o pesquisador Jorge Adrian Beloqui, são registradas cerca de 12 a 15 mil mortes por ano no País, “para uma população de HIV estimada entre 800 mil e 1 milhão de pessoas”.
Apesar dos progressos, porém, os portadores do vírus HIV ainda sofrem um grande preconceito social, “um problema seríssimo de estigma e discriminação, passados 35 anos da epidemia”,  como admite o dr. Aluisio Cotrim Segurado, da Divisão de Clínica de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP, que, juntamente com Beloqui,  participou nesta sexta-feira de mais um debate da série “Diálogos USP – Os Temas da Atualidade”. [...]
Saiba mais em http://jornal.usp.br/atualidades/dialogos-na-usp-debate-os-35-anos-da-aids/ 

Para psicóloga, estresse é resultado do processo de civilização

A psicóloga e sexóloga Simone Alves diz que, vitimadas pelo stress, as pessoas tendem a se isolar.
 
Por Rita Castro  
O estresse é o resultado de uma relação entre o indivíduo e o meio. Ele se origina nesta interação, que se acentua como resultado do processo civilizatório, e pode resultar em atitudes agressivas. Chega-se ao ponto em que o homem, vivendo em uma rotina, não consegue mais suportá-la.
A psicóloga e sexóloga Simone Alves diz que, vitimadas pelo estresse, as pessoas tendem a se isolar, mantendo distância umas das outras, não conseguindo observar a perda dos limites. Nas ocasiões estressantes, e mesmo fora delas, a pessoa passa por perturbações de comportamento, desenvolvendo o sentimento de medo.
Quem nos explica é a psicóloga Simone Alves de Melo. [...]
Saiba mais em http://jornal.usp.br/radio-usp/para-psicologa-estresse-e-resultado-do-processo-de-civilizacao/

OSESP TRICAMPEÃ NO 27º PRÊMIO DA MÚSICA BRASILEIRA COM "SINFONIA Nº 12" DE VILLA-LOBOS

OSESP TRICAMPEÃ NO 27º PRÊMIO DA MÚSICA BRASILEIRA COM "SINFONIA Nº 12" DE VILLA-LOBOS

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ISAAC KARABTCHEVSKY REGENTE
CORO DA OSESP | NAOMI MUNAKATA REGENTE
CORO INFANTIL DA OSESP| TERUO YOSHIDA REGENTE
HEITOR VILLA-LOBOS
Sinfonia nº 12 | Uirapuru | Mandu-Çarará 
Gravadora: Naxos | Duração: 57'42''| Ano: 2015
Pelo terceiro ano consecutivo, a Osesp foi a ganhadora na categoria de Melhor Álbum Erudito no 27º Prêmio da Música Brasileira, com o CD Sinfonia nº 12 | Uirapuru | Mandu-Çarará, de Heitor Villa-Lobos, regido por Isaac Karabtchevsky. A entrega do prêmio aconteceu na noite do dia 22 de junho, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a Osesp representada por seu diretor artístico Arthur Nestrovski.
Entre os três finalistas desta edição, a Osesp concorreu também com o título Sinfonia nº 3 | Suíte Cita | Esboço de Outono, de Sergei Prokofiev, regido por Marin Alsop
O CD Sinfonia nº 12 | Uirapuru | Mandu-Çararáintegra o projeto de revisão musicológica e gravação das 11 sinfonias de Heitor Villa-lobos, com regência e supervisão do maestro Isaac Karabtchevsky, e realização da editora Osesp.. As obras reunidas no CD mostram tanto o vigor orquestral universal da Sinfonia nº 12, como a sonoridade brasileira, característica da busca pelo nacionalismo na produção do autor, como em Uirapuru, peça de características modernistas, e Mandu-Çarará, cantata profana baseada em lendas indígenas da região do rio Solimões.
Nas edições anteriores, a Osesp também foi a ganhadora com dois títulos desse projeto: Sinfonia nº 10 – Ameríndia (2015) e Sinfonias nº 6 e nº 7 (2014), de Villa-Lobos, ambos com regência de Karabtchevsky.

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
MARIN ALSOP REGENTE
SERGEI PROKOFIEVSinfonia nº 3 Suíte Cita | Esboço de Outono
GravadoraNaxos | Duração: 61’28’’ | Ano: 2015
Sinfonia nº 3 | Suíte Cita | Esboço de Outono dá continuidade ao projeto de gravação da integral das sete sinfonias de Sergei Prokofiev, sob a batuta da regente titular Marin Alsop. A Sinfonia nº 3 usa elementos da ópera O Anjo de Fogo, do autor, tendo sido considerada pelo maestro Serge Koussevitzky “a melhor sinfonia desde a Sexta de Tchaikovsky”. O álbum inclui mais duas peças: a Suíte Cita, escrita originalmente para um balé de Diaguilev (e rejeitado por ele por ser impossível de dançar), inspirada em uma história do antigo e violento povo cita, na Rússia, sendo uma espécie de resposta criativa do compositor ao impacto da Sagração da Primavera de Stravinsky, e uma das partituras mais extraordinárias de toda a sua produção; e Esboço de Outono, que, apesar de curta, foi uma das peças mais queridas pelo próprio compositor.
Fonte: Alexandre Félix imprensa@osesp.art.br 

Exposição: Inscrições & Esculturas


sábado, 25 de junho de 2016

Um por todos e todos por um. Será?!


Um por todos e todos por um. Será?!

 

Por Alessandra Leles Rocha

 

51,9% da população do Reino Unido concordaram, no plebiscito realizado na última quinta-feira, pela saída da União Europeia (UE). Então, não há como não ficar estarrecido depois de uma noticia como esta. Mais do que nunca, a situação pede parar e refletir profundamente sobre o que está submerso nas entrelinhas de uma decisão como esta.

A economia que move o mundo pode concentrar muitas das explicações práticas em relação ao ocorrido; mas, ela não é o suficiente e, talvez, o mais relevante em tudo isso. São as questões identitárias as grandes responsáveis por movimentos de ruptura e isolamento que tem se expandido mundo afora; bem como, pelo ressurgimento exacerbado dos apelos conservadores e de extrema direita, os quais tendem a conduzir as sociedades aos mais perigosos sentimentos de ultranacionalismo 1, como por exemplo, a xenofobia.

Segundo o teórico cultural e sociólogo jamaicano Stuart Hall, A questão da identidade está sendo extensamente discutida na teoria social. Em essência, o argumento é o seguinte: as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado. A assim chamada "crise de identidade" é vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social” 2.

E nesse contexto, Hall acrescenta que, “As culturas nacionais são compostas não apenas de instituições culturais, mas também de símbolos e representações. Uma cultura nacional é um discurso — um modo de construir sentidos que influencia e organiza tanto nossas ações quanto a concepção que temos de nós mesmos (veja Penguin Dictionary of Sociology: verbete "discourse"). As culturas nacionais, ao produzir sentidos sobre "a nação", sentidos com os quais podemos nos identificar, constroem identidades. Esses sentidos estão contidos nas estórias que são contadas sobre a nação, memórias que conectam seu presente com seu passado e imagens que dela são construídas. Como argumentou Benedict Anderson (1983), a identidade nacional é uma "comunidade imaginada".

Diante dessas considerações é fácil pensar o quanto a globalização e seus desdobramentos, como é o caso da imigração, que afeta diretamente o continente europeu nesse século, representa uma ameaça às identidades pré-concebidas. Desse modo, “A globalização implica um movimento de distanciamento da ideia sociológica clássica da "sociedade" como um sistema bem delimitado e sua substituição por uma perspectiva que se concentra na forma como a vida social está ordenada ao longo do tempo e do espaço" (Giddens, 1990, p. 64) 3.

E o próprio Hall tece considerações sobre a Grã-Bretanha em relação a essas discussões, dizendo que: “Como esta situação tem se mostrado na Grã- Bretanha, em termos de identidade? O primeiro efeito tem sido o de contestar os contornos estabelecidos da identidade nacional e o de expor seu fechamento às pressões da diferença, da "alteridade" e da diversidade cultural. Isto está acontecendo, em diferentes graus, em todas as culturas nacionais ocidentais e, como consequência, fez com que toda a questão da identidade nacional e da "centralidade" cultural do Ocidente fosse abertamente discutida. Num mundo de fronteiras dissolvidas e de continuidades rompidas, as velhas certezas e hierarquias da identidade britânica têm sido postas em questão. Num país que é agora um repositório de culturas africanas e asiáticas, o sentimento do que significa ser britânico nunca mais pode ter a mesma velha confiança e certeza. O que significa ser europeu, num continente colorido não apenas pelas culturas de suas antigas colônias, mas também pelas culturas americanas e agora pelas japonesas? A categoria da identidade não é, ela própria, problemática? E possível, de algum modo, em tempos globais, ter-se um sentimento de identidade coerente e integral? A continuidade e a historicidade da identidade são questionadas pela imediatez e pela intensidade das confrontações culturais globais. Os confortos da Tradição são fundamentalmente desafiados pelo imperativo de se forjar uma nova auto interpretação, baseada nas responsabilidades da Tradução cultural (Robins, 1991, p. 41)” 4.

No entanto, embora tentemos pensar a complexidade de tudo isso na ótica da decisão de quinta-feira; a verdade é que as transformações do mundo são um fato, o qual não é possível voltar atrás ao que o mundo pós-moderno já nos impôs. Qualquer país que tente lutar contra o fluxo natural dos movimentos que regem a sociedade estará promovendo um desequilíbrio muito maior para si mesmo. Ainda que a escolha tenha sido democrática, ao contrário do que pensaram os 51,9% da população do Reino Unido, a consequencia imediata dela foi fortalecer a sua própria vulnerabilidade, na medida em que o resultado sustenta o fomento de discursos altamente conservadores que tentam se firmar novamente na Europa. Lembrando que foram esses mesmos discursos que conduziram o mundo à Segunda Guerra Mundial; daí a imensa preocupação que toma conta de todos.  

As tensões que se emergem de um passo como esse são incalculáveis.  Há muita coisa em jogo para milhões de pessoas, não apenas dentro da Grã-Bretanha ou da Europa como um todo, as quais abrangem os diversos tipos de relação social existentes. As rupturas no mundo pós-moderno podem cobrar um ônus muito maior do que a construção de um modelo de cooperação mútua entre os países. Nenhum estado pode se afirmar verdadeiramente autossuficiente. Não é à toa os esforços implementados pela Organização das Nações Unidas (ONU), no sentido de propor metas que visem fortalecer os mecanismos de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável e a paz 5.

Portanto, cabe aos britânicos e não britânicos a reflexão acerca dos seus valores, comportamentos, escolhas, ou seja, na repercussão da sua cidadania. O voto é uma conquista valiosa na história da democracia mundial; mas, também, um passo de grande responsabilidade. O ser humano não vive só dos seus direitos; todo direito implica em dever, em obrigação e, por essa razão, em assumir as consequências de seus atos e omissões. A história escreve mais uma página, mais uma lição para o hoje e o amanhã; resta-nos, então, aprender e apreendê-la.



1 Ultranacionalismo refere-se a ideologias político-filosóficas de extrema direita, de teor populista e chauvinista. O Ultra-Nacionalismo traz o sentimento de amor à Nação Ufanizada, com o sistema Conservador, que se torna uma forma política de teor populista. A base do Ultra-nacionalismo é o Nacionalismo comum, que sozinho não se trata de uma forma de pensamento político. O ultranacionalismo supõe a homogeneidade étnica como base da manutenção da ordem política e social. A partir desse pressuposto, são legítimas as medidas de limpeza étnica. [...] http://dicionarioportugues.org/pt/ultranacionalismo

2 HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade, DP&A Editora, 1ª edição em 1992, Rio de Janeiro, 11ª edição em 2006, 102 páginas, tradução: Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro.
3 GIDDENS, A. The Consequences of Modernity. Cambridge: Polity Press, 1990.
4 HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade, DP&A Editora, 1ª edição em 1992, Rio de Janeiro, 11ª edição em 2006, 102 páginas, tradução: Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro.
5 The Global Goals - http://www.globalgoals.org/pt/