Mais de 1 bilhão de pessoas no mundo não
contam com fontes de energia confiáveis. Diretor executivo do PNUMA abordou a
questão no Fórum Mundial Econômico, em Davos, e sua implicação para o progresso
do planeta.
Uma em cada sete pessoas do mundo carece de luz elétrica. De acordo com
o Banco Mundial, mais de 1 bilhão de pessoas, a maioria na Ásia e África, não
contam com eletricidade confiável. A preocupação foi levantada pelo diretor
executivo do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Achim Steiner, durante o
Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, que aconteceu entre os dias 20 e 23
de janeiro.
“Muitos de nós vivemos em um mundo que desconhece a escuridão real. Os
moradores das cidade do mundo – mais de 54% da população global, de acordo com
o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU – são menos propensos a
verem a luz de uma estrela do que uma luz de rua’, disse Steiner em um
editorial publicado na página do Fórum.
Esta ausência cria profundos desafios para as sociedades e economias. É
um impedimento para a educação, os negócios e a construção comunitária.
A falta de eletricidade é um obstáculo fundamental para o desenvolvimento
sustentável, afirmou.
Implicações para a saúde
Ele também abordou as implicações da falta de eletricidade para a saúde.
A falta de energia limita o atendimento e prejudica a estocagem de certos
remédios. Além disso, principalmente na Ásia e África, as necessidades de
iluminação são supridas pela queima de querosene ou de biomassa, que produz
gases nocivos e poluentes. Esses gases não apenas contribuem para o aquecimento
global, mas também afetam seriamente a saúde humana.
“Tradicionalmente, temos expandido o acesso à eletricidade através da
extensão de linhas e da construção de novas usinas de combustíveis fósseis para
suprir a demanda”, destacou. “Em um mundo pós-Paris, onde países se
comprometeram a metas de redução de gases de efeito estufa e se voltaram para
um futuro sustentável, esse caminho de desenvolvimento convencional se tornará
cada vez menos possível.”
“Mas onde velhos caminhos terminam, novas rotas estão sendo traçadas”,
adicionou Steiner, citando o apoio de governos e o setor privado a favor do
desenvolvimento de energias renováveis e o impulso à criação de tecnologias
inovadoras que permitem levar a energia para áreas remotas.
Em 2014, 50% do total de investimentos na geração de eletricidade foi em
renováveis. Países como o Paraguai, a Noruega e a Islândia estão virtualmente
100% abastecidos por energias renováveis, sublinhou o diretor executivo. Novos
projetos na África caminham para alcançar esse objetivo.
O chefe do PNUMA lembrou que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
lançou a iniciativa Energia Sustentável Para Todos, em 2011, para avançar o
alcance universal de energia e dobrar as taxas de eficiência energética e a
fatia de energia renovável no mix global. A iniciativa é apoiada pela adoção
das melhores práticas e soluções inovadoras entre partes interessadas e o
rastreamento transparente do progresso em seus três objetivos. Dezenas de
parceiros de governos, negócios e da sociedade civil estão ativamente engajados
neste trabalho.
Este tipo de parceria complementa diretamente não apenas os compromissos
de Paris, mas também os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) adotados
pelas nações do mundo no último mês de setembro. Em particular, com o Objetivo
7 – acesso a energia confiável, sustentável e moderna para todos – nós podemos
diretamente ajudar a alcançar muitos dos demais ODS, incluindo a melhoria da
saúde humana, da educação e do emprego.
Leia o editorial na íntegra aqui.