Chefe
da ONU lembra o Holocausto e adverte sobre a persistência de ideologias
baseadas no ódio
Evento
de comemoração dos 71 anos de libertação do campo de extermínio nazista presta
homenagem a Nicholas Winton, que salvou 669 crianças.
A 71ª
comemoração da libertação do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau,
realizada na sede das Nações Unidas em Nova York, prestou homenagem nesta quarta-feira (27) a Nicholas Winton,
que, aos 29 anos resgatou 669 crianças na República Tcheca. Winton faleceu em
julho de 2015 aos 106 anos e o vídeo, transmitido na ocasião, mostra seu
momento de reencontro com vários desses sobreviventes.
Para o
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, educar novas gerações sobre os horrores
do Holocausto é uma das maneiras mais efetiva de proteger os direitos humanos,
lutar contra a xenofobia e prevenir novos genocídios.
“Hoje,
com o aumento da onda de antissemitismo, da intolerância antimuçulmana e outras
formas de discriminação, devemos fazer muito amis para defender esses direitos
para as pessoas em todos os lugares”, disse Ban para centenas de pessoas
reunidas na sede da ONU em Nova York para o memorial.
Em seu
discurso, ele reconheceu que a comunidade internacional está falhando em
responsabilizar os perpetradores do extremíssimo violento, tensões sectárias e
ideologias de ódio, citando possíveis crimes de guerra como as ações do Estado
Islâmico contra as minorias Yazidis e o conflito na Síria, que provocou a pior
crise humanitária de nossos tempos.
Descrevendo
o Holocausto como um “crime colossal”, o chefe da ONU reiterou que aqueles que
negam a sua existência apenas perpetuam mentiras e ridicularizam a dor. Neste
sentido, descreveu sua decepção com a convocação para um novo “concurso de
desenhos do holocausto” planejado este ano.
“Em um
momento de tensões sectárias, o respeito mútuo deve ser primordial em nossas
mentes. Propagar o ódio e brincar com fatos históricos levam ao beco sem saída
da discórdia e perigo”, enfatizou.
O
presidente da Assembleia Geral da ONU, Mogens Lykketoft, lembrou que a
Organização tem o dever de promover a tolerância, os direitos humanos e a
dignidade humana, incluindo a “Responsabilidade de Proteger”, uma doutrina que
reconhece a vulnerabilidade das populações em muitas partes do mundo e convoca
a comunidade internacional para intervir para sua proteção.
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