Em 2015, o número registrado de grandes secas dobrou, atingindo mais de 35 milhões de pessoas. Conferência organizada por agência da ONU vai debater como a ciência pode ajudar a prevenir riscos associados a fenômenos extremos.
Nesta
quarta-feira (27), tem início a primeira Conferência de Ciência e Tecnologia do Escritório das Nações
Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR). O encontro vai reunir
mais de mil cientistas, políticos e representantes do setor privado. O diretor
da agência da ONU, Robert Glasser, destacou a importância da ciência para
reduzir a exposição da população mundial a fenômenos extremos, que já afetam
100 milhões de pessoas por ano. Em 2015, o número de grandes secas dobrou,
atingindo mais de 35 milhões de indivíduos.
“A
aplicação da ciência e da tecnologia é vital para reduzir as perdas crescentes
vinculadas a desastres que podem, frequentemente, piorar o potencial para lutas
e conflitos em muitas partes do mundo, particularmente em lugares onde os
ecossistemas estão sendo perdidos”, afirmou o diretor na véspera da
Conferência. Segundo Glasser, na última década, 173 milhões de pessoas foram
afetadas por enchentes, tempestades, secas, terremotos e outros desastres.
Nesse período, a média anual de mortes associadas aos fenômenos extremos chegou
a 76 mil.
Para o
chefe da UNISDR, “a previsão aprimorada e o desenvolvimento de práticas da
agricultura resistentes a secas podem ajudar a reduzir rivalidades e tensões
étnicas”. “Isso precisa ser melhor compreendido uma vez que a desertificação se
dissemina e a segurança alimentar é fragilizada em muitas partes do mundo,
(situação) acentuada pelo atual fenômeno do El Niño, que está tendo um impacto
devastador sobre a produção das safras”, disse Glasser.
A
Conferência promovida pela agência da ONU quer mobilizar a comunidade
científica para incentivar a implementação do Marco de Sendai para a Redução de
Risco de Desastre, adotado em março de 2015 pelas Nações Unidas.