Os primeiros
vestígios da descoberta do chocolate são de 1.500 a.C. e vêm da civilização
Olmeca que habitava o México na época. O cacau foi aproveitado posteriormente
pelos Maias e Aztecas em forma de bebida, considerada sagrada. Nas cerimônias
religiosas, o cacau torrado era servido com especiarias e mel.
Os conquistadores
espanhóis introduziram a delícia na Europa, onde era considerado um alimento
especial por seu valor nutricional e energético. Inicialmente somente mulheres,
sarcedotes e nobres o consumiam em cultos da Igreja Católica, depois o cacau
foi se popularizando e se diversificando com a adição de outros ingredientes.
Os suíços tiveram a idéia de misturar o cacau ao leite, dando origem ao
chocolate como nós conhecemos hoje.
Típico de clima
tropical, o cacaueiro encontra no Brasil um ambiente ideal para o seu cultivo,
principalmente nas regiões do Espírito Santo e o sul da Bahia, Ilhéus. Hoje,
nosso país é o maior produtor da América Latina e um dos maiores do mundo ao
lado da Costa do Marfim, de Gana e do Equador.
(Fonte: www.arcor.com.br)
O famoso botânico
sueco Lineu, que viveu há cerca de 250 anos, devotou toda a sua vida ao mundo
das plantas. Ele introduziu a ordem sistemática de classificar as plantas da
terra (as conhecidas naquela época).
Em 1729 ele
escreveu o primeiro dos seus 180 livros sobre as plantas. No ano seguinte
começou suas palestras sobre as maravilhas das plantas e flores, e deu-lhe
nomes latinos. Estas denominações permaneceram como nomes científicos para as
diversas espécies de árvores e outras plantas.
Quando foi nomear
a árvore do cacau que nos dá os grãos com o qual é feito o chocolate, Lineu chamou-a
de "Theo-broma" – que em latim significa "Alimento Divino".
Parece que Lineu foi inspirado pelas palavras do Tehilim – o Livro dos Salmos –
que descrevem o maná com o qual D'us alimentou os Filhos de Israel quando eles
vagaram 40 anos no deserto, até chegarem à Terra de Israel.
"O Todo
Poderoso ordenou as nuvens do Alto e abriu os Portões do Céu. Enviou maná para
eles comerem… o alimento dos anjos o povo comeu" (Tehilim 78:23-25).
Segundo
cientistas, o lar original do cacau ficava nas florestas da região do Amazonas
no Brasil, ou na região do Orinoco, na Venezuela. Ambos são rios famosos na
América do Sul. Colombo, que descobriu a América, teve a oportunidade, durante
sua 4ª viagem à América, de conhecer os grãos de cacau, mas não lhes deu
atenção.
O crédito por
descobrir o cacaueiro para o mundo europeu cabe a outro viajante espanhol, o
conquistador do México – Hernando Cortez. Ele chegou ao México em 1519,
supostamente com intenções pacíficas de desenvolver o comércio, e foi recebido
com honras pelo Imperador Montezuma dos astecas (os índios locais). O Imperador
era grande apreciador de uma bebida especial, que ele bebia em copos de ouro,
sempre novos. A cada vez que esvaziava um copo, ele o jogava fora, para mostrar
que valorizava mais a bebida que o ouro.
O Imperador
ofereceu esta bebida ao visitante espanhol, que mais tarde relatou que tinha um
sabor forte, agridoce, que ele apreciou muito.
Hernando Cortez
mais tarde aprisionou o Imperador e, gradualmente, conquistou o México para o
Rei da Espanha. Quando voltou à Espanha em 1528, Cortez levou grãos de cacau
para o Rei, apresentando-o no maravilhoso chocolate líquido.
Cortez, que amava
o dinheiro mais que a qualquer outra coisa, ficou muito impressionado pelo fato
de os grãos de cacau serem usados como dinheiro pelos astecas. Um escravo podia
ser comprado por cem grãos de cacau. Vendo que este "dinheiro"
literalmente crescia em árvores, ele decidiu plantar esta árvore de dinheiro em
diversas ilhas tropicais que tinha capturado: Trinidad e Haiti na América
Central, e a ilha Fernando-Po, na costa da África Ocidental. O cacau foi
transplantado dessa ilha para o continente africano – em quatro países (Costa
do marfim, Gana, Nigéria e Camarões) que atualmente, são os líderes no comércio
mundial do cacau.
A Espanha foi o
primeiro país na Europa onde o chocolate
quente tornou-se uma bebida favorita – primeiro nos círculos aristocratas,
depois de forma geral.
Durante cerca de
100 anos a Espanha teve o monopólio do comércio de grãos de cacau, graças às
plantações de Cortez.
Nesse meio tempo,
porém, esta deliciosa bebida tinha começado a ficar conhecida em outros países
da Europa Ocidental. Eles começaram a plantar cacaueiros em suas próprias
colônias tropicais onde o clima era favorável.
Os ingleses tinham
suas plantações nas Índias Ocidentais, após terem capturados algumas dessas
ilhas dos espanhóis, como Trinidad, Jamaica, etc.
Em 1700 as
"Casas de Chocolate"
começaram a competir com as "Casas de Café" em Londres. Uma xícara de
chocolate quente não era mais um luxo somente para os ricos. A revolução
Industrial e a invenção de diversas máquinas tornaram possível a produção em
massa, além de tornar os produtos mais baratos, e o mesmo aconteceu com a
indústria do chocolate.
A produção de chocolate foi então
levada da Inglaterra para o "Novo Mundo" onde em 1765, foi fundada a
primeira fábrica de chocolate em Massachusets, então colônia inglesa, que ainda
hoje é chamada de Nova Inglaterra. Desde então, o chocolate quente se tornou
uma bebida preferida também na América do Norte.
Os holandeses
plantaram cacau nas suas colônias no Extremo Oriente, nas ilhas das Índias
Orientais (atual Indonésia). Com o tempo, Amsterdã se tornou o centro de
importação de cacau na Europa. Atualmente, cerca de 15% da produção mundial de
cacau passa por Amsterdã. A metade é para a sua própria fabricação de chocolate, e o
restante vai para os outros países da Europa.
Em 1828, um
fabricante holandês de chocolate, Conrad van Houtten, descobriu um método de
extrair a gordura dos grãos de cacau moídos, e transformá-la em manteiga de
cacau. Então ele pressionou o líquido até que pedaços duros de cacau
permaneciam inteiros. Isso ele moeu e transformou num pó, que se dissolvia
facilmente na água quente, criando uma bebida boa, suave e saborosa, que podia
ser tornada mais doce com a adição de açúcar. No entanto, comer chocolate em pedaços
só se tornou popular 20 anos depois em 1847, quando uma firma inglesa, Fry and
Sons (que mais tarde se associou à famosa Cadbury) começou a produzir chocolate
doce em barras para comer (e não apenas chocolate
em pó para beber), misturando o cacau moído com manteiga de cacau e açúcar.
Em 1875, um
fabricante suíço de chocolate criou uma barra de chocolate ao leite,
usando leite fresco. Desde então numerosas fábricas de chocolate em diferentes
países desenvolveram diversos tipos de chocolate
– doce, meio-doce, amargo, com leite ou sem leite, com ou sem nozes, licor e
sem licor, e inumeráveis tipos de chocolates para satisfazer a todos os
paladares.
Numerosos chocolates casher
também são fabricados – chocolate milchik (ao leite) "Chalav Yisrael"
e parve, para que crianças e adultos judeus possam apreciar um pedaço de chocolate de vez em
quando, não esquecendo de fazer uma berachá (bênção), agradecendo a Hashem
"por cuja palavra tudo veio a existir". E certamente, a bênção – que
é "alimento" para a alma – é recitada com a mesma doçura e alegria
que a pessoa sente ao apreciar o maravilhoso sabor do chocolate – que afinal, é
somente alimento para o corpo.
( www.chabad.org.br)