Adeus
Ano Velho! Feliz Ano Novo!
Por
Alessandra Leles Rocha
Adeus Ano Velho!
Feliz Ano Novo! Há 365 dias essas palavras foram lançadas ao vento na esperança
de dias melhores, de transformações profundas,... da concretização de todos os
sonhos e expectativas residentes na alma.
Então, eis que de
repente, cá estamos a dois dias de sermos embalados pela mesma sintonia outra
vez. Sem nos darmos conta da dimensão veloz dos ponteiros do relógio, estamos
às portas de um novo ciclo.
Confusos pelas
aparências de que nada mudou; na verdade, nem de longe somos os mesmos das
primeiras badaladas daquela meia noite que ficou para trás.
Drummond dizia que “é dentro de você que o Ano Novo cochila e
espera desde sempre” 1.
Isso significa que ao despertar essa simbologia imaginária se desperta a si
mesmo, na genuína força de metamorfosear a vida para alçá-la a voos no campo do
desconhecido.
Sim. Somos nós essa
mola propulsora. Sem nossos esforços, nossas mãos, nossos desejos, nossos
projetos,... nada, absolutamente nada, acontece. Bem como, sem a intensidade de
nossos votos traduzidos em ações, o viver nosso de cada dia não existiria.
Listas. Promessas.
Orações. Tudo envelhece e amarela sem o impulso de fazer acontecer. Ainda que
esse mundo seja repleto de revezes e dissabores inesperados, pois o inusitado e
o insólito fazem parte do show, não pense que se mantendo na inércia estática
estará contribuindo de algum modo para a chegada de algum “Ano Novo”.
Não. É por isso que
cada ciclo chega conclamando pelo protagonismo. SER ao invés de TER. SER ao
invés de COPIAR. SER com todos os riscos e desafios que isso implica. SER para
que o novo desabroche na alma e ilumine o corpo. SER para sentir um arrepio
correndo pela espinha até se transformar em sorriso largo no rosto. Afinal de
contas, a felicidade que se brada ao novo ano depende dessa liberdade residente
no protagonizar.
Nada de
dependências. Nada de apegos vãos. Nada de pesos sobre ombros alheios. O
protagonista troca compartilha agrega e comunga a vida com responsabilidade,
liberdade e leveza, porque sabe ser feliz na sua própria subjetividade; na
medida em que se sente inteiro para SER.
É assim que se
abrem as cortinas para o espetáculo de Ano Novo. Agarrando com unhas e dentes o
que está por vir, nutrido pelas melhores energias. Focando em tudo aquilo que
nos faz sentido para extrair felicidade.
Teremos flores,
espinhos, lagartas,...; mas, ao final teremos o nosso jardim. Teremos muito que
dizer sobre os próximos 366 dias. Então, que cada um se ponha a realizar o
melhor e mais feliz Ano Novo do resto de suas vidas!
1 Receita de
Ano Novo. Carlos Drummond de Andrade. Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/receita-de-ano-novo-8211-carlos-drummond-de-andrade/