Criada com o objetivo de ampliar a visibilidade da arte produzida por
pessoas LGBTI-Q, a Quarta Queer retorna na quarta-feira, dia 25 de julho em sua
segunda edição. Com o tema Memórias e Territórios, o evento volta a
ocupar, no dia 25, de 13h às 22h, o Teatro
Francisco Nunes (Av. Afonso Pena, s/n – Centro/ Parque Municipal Renné
Giannetti – Belo Horizonte/MG). O evento trará rodas de conversas, oficinas e
shows, com destaque para atração musical SusyShock, da
Argentina. O passaporte para todas as atividades do evento custa
apenas R$5,00 (sujeito a lotação do Teatro Francisco
Nunes). A Quarta Queer é uma mostra artística mensal
realizada pelo coletivo Beijo no seu preconceito em parceria
com a Cia. Luna Lunera.
Resgate
Sob a proposta da visibilidade a nova
edição da Quarta Queer busca resgatar a memória da produção artística de
pessoas LGBTI-Q. “Uma vez que a cultura e a arte podem impulsionar e ampliar o
imaginário, o simbólico e partilhar o sensível na construção de uma cultura
baseada nos Direitos Humanos e na cidadania, na busca de princípios de
equivalência dos direitos sociais, indentitários e multiculturais”, explica
Igor Leal, integrante do coletivo Beijo no seu preconceito.
Ele acentua ainda que, para além de
afirmar as identidades sexuais, a cultura LGBTI-Q propõe uma cultura
democrática e de valorização das diversidades, em contraposição as práticas de
homogeneização da cultural heteronormativa. Nesse sentido, um fator
fundamental no combate a opressão e desigualdades de gênero e sexual, é a relação
entre memória e ação política.
“O objetivo é superar práticas
recorrentes de esquecimento e silenciamento de saberes culturais de pessoas
LGBTI-Q. Isto é, sujeitos que não comportam e compartilham da
heterossexualidade dominante são impedidos historicamente de produzirem
produzirem memória coletiva e social. As lésbicas, gays, bissexuais, as
travestis, trans, intersexos, não binários e uma multidão queer produzem
significados coletivos de forma a exercerem o direito de construir publicamente
uma memória coletiva de sua existência, para romper o silêncio e o local
clandestino de suas vidas. Nesta perspectiva a Quarta Queer do dia 25 de Julho
busca ativar as memórias da cidade de belo-horizonte.”, diz.
Histórico de ocupação nos territórios
da cidade
A nova edição da mostra traz conversas
sobre a cartografia LGBTQIA em Belo Horizonte, resgatando a
memória regiões da cidade que se tornaram território de circulação e
ocupação de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais desde
os anos 1950. Entre estes espaços estão lugares como o
O Parque Municipal e outras regiões
dentro da Avenida do Contorno que funcionaram como referências para o segmento,
sendo assim, o foco desta Quarta Queer é evidenciar como uma memória do
segmento LGBTQIA se desenha a partir da circulação de seus integrantes nos
territórios centrais da cidade, sendo que uma das formas de construção das
subjetividades LGBTQIA se deu em relação aos hábitos de lazer noturno, o que se
consolidou a partir da primeira metade dos anos 60 por meio da criação de bares
e boates, da apresentação de shows de transformismo ou concursos de miss
travesti. Daí em diante, essa rede de espaços para estimular a sociabilidade
sempre cresceu. Para homenagear esse aspecto, essa edição trará a participação
da artista argentina SusyShock.
Programação:
13h- 15h – AteliêAberto – Residência de Artes Visuais (Babi Macedo).
13h – 15h – Residência de
escrita: Nem tudo era uma vez: Memórias Viadas(Anderson Feliciano).
15h- Cinemão
- Exibição dos curtas “Virgindade” e
“Cafuçu“ de Recife/Pernambuco;
- Audiovisual em
pauta: Novas formas de produção e consumo. N.E.C.A (Núcleo de
Experimentação Cinematográfica) convida Carol Santos e Breno Alvarenga.
15h – 22h–QueerFeira + ZonaLast + Café Mina.
17h -18h30 – TransRuba, uma suruba literária. Academia Transliterária.
18h30 – Diálogos: Corpos em trânsito – memória, subjetividades e
territorialidades, com Luiz Morando e Tati Carvalho.
20h – Canto TransSudaca, com SusyShock (Buenos Aires / Argentina).
21h – DjPapito.
13h as 15h – Ateliê aberto – Residência de artes visuais
Artistas inscritos utilizam do espaço
do teatro Francisco Nunes como ateliê aberto para desenvolverem suas pesquisas
pessoais queers! O resultado desse processo componha uma exposição coletiva ao
final do projeto em local ainda a definir. Orientado pela artista plástica Babi
Macedo.
13h – 15h – Residencia de
escrita: Nem tudo era uma vez: Memórias Viadas
A partir de uma
espaço criado para a escuta e o cuidado trabalharemos esteticamente nossas
memórias. A Residência tem como um de seus objetivos ativar nossas memórias da
fragilidade. As memórias da afectividade como força para a existência. Nossas
memórias viadas de mãos desmunhecadas, nossas memórias afeminadas, nossos
relatos incômodos que questionam essa masculinidade branco-hetero-capitalista-colonial, nossas
doces e ácidas memórias dos insultos que ainda não se
cicatrizaram
servirão para elaboração de nossos escritos. Orientado por Anderson Feliciano.
15h - Roda de conversa: Audiovisual em pauta: Novas formas de produção e
consumo
N.E.C.A (Núcleo de Experimentação Cinematográfica)
Roda de conversa aberta
mediada pelo coordenador do N.E.C.A (Núcleo de Experimentação
Cinematográfica) Cléo Magalhães, que convida a realizadora e sócio-proprietária
da Limonada Audiovisual Carol Santos e o cineasta e mestrando pela UFPE Breno
Alvarenga para conversarem sobre os novos rumos do mercado audiovisual, o
crescimento das produções independentes nesses “novos territórios”, leis de
incentivo, TV paga, vídeo ondemand, youtube, igtv entre outros temas.
Mediação: Cleo Magalhães
Convidados: Carol
Santos e Breno Alvarenga
15h - QUEERfeira
Ação inédita na cidade – A QQ incentiva
empreendedorismo de sujeitos LGBTIQ e estimula as redes de colaboração e de
economia criativa. Vamos construir um espaço de respeito, dignidade e
acolhimento para expositores e produtos LGBTIQ.
15h- 22h – Ponto de encontro – Zona
Last e Café Mina!
17h- 18h30 - TransRuba, uma suruba literária. Academia Transliterária.
A Academia TransLiterária propõe uma TransRuba.
Suruba literária é um movimento sensual que quem quiser pode chegar enchendo as
vidas de gozo. Tamo falando de suruba! Tamo falando de literatura e também de
música, teatro, performance, é arte, babado lacre aquendação. Qual é a sua? Vem
transar com a genty.
Ficha Técnica:NickaryAycker, Pitty
Puri, TitiRivotril, Brisa Alkimin, Jô Allen, Rodrigo Carizu, Lui RodriguesBruno
Banjo, João Maria, Marta Neves, Fernando Cardoso, IdyllaSIlmarovi, Ed Marte.
18h30 – Diálogos. Mesa redonda, Corpos em trânsito – memória,
subjetividades e territorialidades, com Luiz Morando e Tati Carvalho.
Belo Horizonte é uma cidade
relativamente jovem e ainda em um processo de resgate mais facilitado de sua
memória. Desde os anos 1980, uma política um pouco mais sistematizada de
preservação dessa memória tem sido formulada e implantada. Nesse âmbito,
diversos equipamentos urbanos, grupos socioculturais, manifestações populares,
e mesmo o patrimônio imaterial têm sido objeto de estudo, cuidado e proteção.
Trata-se de uma política que tenta olhar tanto para o que é considerado
tradicional em uma cultura, quanto de lutar por resgatar o que é dito
periférico, marginal.
Desse modo, um trabalho orientado para
o resgate de uma história e de um patrimônio ligado ao segmento LGBTQIA
belo-horizontino ainda está por ser realizado, embora já existam algumas
iniciativas nesse sentido. Em função disso, a Quarta Queer programou uma mesa
para conversar sobre algumas regiões de Belo Horizonte que se tornaram
território de circulação e ocupação de pessoas lésbicas, gays, bissexuais,
travestis e transexuais desde os anos 1950. O Parque Municipal pode ser tomado
como um desses pontos de irradiação territorial na cidade, mas não apenas ele:
existiram outras regiões dentro da avenida do Contorno que funcionaram como
referências para esse segmento. É sobre isto que esta mesa pretende conversar:
de um modo mais geral, como uma memória do segmento LGBTQIA se desenha a partir
da circulação de seus integrantes nos territórios centrais da cidade. Para fazer
parte desta mesa, foram convidados Luiz Morando e Tati Carvalho.
Luiz Morando é Licenciado
em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (Habilitação
Português-Francês - 1989), Mestrado em Literatura Brasileira pela Universidade
Federal de Minas Gerais (1992) e doutorado em Estudos Literários - Literatura
Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (1997). Atua com os temas
homoerotismo e representação de identidade.
Tati Carvalho - Mestre
em Comunicação Social pela UFMG (2005). Atualmente, integra o corpo docente do
Instituto de Comunicação e Artes do Centro Universitário Una, nos cursos de
Cinema e Audiovisual e de Jornalismo Multimídia, e é colaboradora do Núcleo de
Direitos Humanos e Cidadania LGBT da Universidade Federal da Minas Gerais -
NUH/UFMG.
20h – Canto TransSudaca, com SusyShock, Buenos Aires / Argentina
SusyShock apresenta uma versão
intimista e acústica de seu espetáculo PoemarioTrans Pirado, declarado de
interesse para a promoção e defesa dos Direitos Humanos pela Legislatura
portenha da Cidade Autônoma de Buenos Aires, com o qual vem percorrendo vários
países de Latino América.
Ficha técnica: Voz - SusyShock
Voz e Violão - Andrea
Bazán
Serviço
Programação do dia 25
de julho de 2018
Quarta Queer– 2ª
Edição
Tema da 2ª Quarta Queer: Memórias
e Territórios.
Data: 25 de Julho de 2018.
Horário: 13h as 22h.
Passaporte para todas as atividades:
R$5,00 (sujeito a lotação do Teatro Francisco Nunes).
Realização: Beijo no seu preconceito e
Cia. Luna Lunera.
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