quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Dia Internacional da Alfabetização - ONU lembra importante papel da alfabetização para a Agenda 2030


Em mensagem, o secretário-geral da ONU afirmou que, com o mundo cada vez mais digitalizado e rico em informações, novas oportunidades e desafios estão emergindo. Existem atualmente mais de 750 milhões de adultos analfabetos no mundo, dois terços dos quais mulheres, incluindo 115 milhões de jovens. “Precisamos garantir que aqueles que estão fora da escola tenham acesso a oportunidades de aprendizagem de qualidade, precisamos melhorar a qualidade das escolas, precisamos promover a educação e a aprendizagem de adultos”, acrescentou Ban.

Para lembrar o Dia Internacional da Alfabetização comemorado nesta quinta-feira (8), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que governos e seus parceiros, incluindo o setor privado, unam forças para uma alfabetização universal rumo à construção de sociedades pacíficas, justas, inclusivas e sustentáveis — uma visão compartilhada pela nova agenda de desenvolvimento global.
“Este ano, o mundo embarcou na implementação da ambiciosa e transformativa Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Com seus 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) universais, integrados e interdependentes, a Agenda 2030 é um plano de ação para pessoas, planetas, parcerias e paz”, disse o chefe da ONU em mensagem divulgada na quarta-feira (7) para a ocasião.
“A alfabetização fica no centro da Agenda 2030”, acrescentou. “É base para os direitos humanos, para a igualdade de gênero e para sociedades sustentáveis. É essencial para nossos esforços no sentido de acabar com a pobreza extrema e promover o bem-estar para todos. É por isso que os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável visam ao acesso universal à educação de qualidade e às oportunidades de aprendizagem para a vida das pessoas”.
No entanto, enquanto progressos significativos foram feitos nas últimas cinco décadas, “o mundo ainda está muito longe da alfabetização universal”, disse o secretário-geral, pedindo que governos e setor privado “unam forças para a alfabetização universal para que possamos traduzir a visão da Agenda 2030 em realidade e construir sociedades pacíficas, justas, inclusivas e sustentáveis”.

50º aniversário do Dia Internacional da Alfabetização

Este ano marca o 50º aniversário desde que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) proclamou 8 de setembro como o Dia Internacional da Alfabetização, em 1966, para mobilizar a comunidade internacional e promover a alfabetização como um instrumento de empoderamento de indivíduos, comunidades e sociedades.
De acordo com a UNESCO, o tema deste ano é “Lendo o Passado, Escrevendo o Futuro”, e celebra as últimas cinco décadas de engajamento nacional e internacional, esforços e progressos feitos para aumentar as taxas de alfabetização no mundo todo. Também pretende enfrentar desafios atuais e olhar para as inovações.
Lembrando que este é o primeiro ano de implementação da Agenda 2030, a UNESCO informou em seu site que, nesse contexto, a visão da alfabetização está alinhada com oportunidades de aprendizagem com foco especial em jovens e adultos — a alfabetização é parte da meta número 4 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável que formam a Agenda 2030.
Esta meta visa a “garantir educação de qualidade e inclusiva e promover oportunidades de aprendizagem para todos”, e seu objetivo é que até 2030 todos os jovens e proporção significativa dos adultos, homens e mulheres, atinjam a alfabetização e habilidades matemáticas.
“O mundo mudou desde 1996 — mas nossa determinação de fornecer a cada mulher e homem as habilidades, capacidades e oportunidades de se tornar tudo o que desejarem, com dignidade e respeito, permanece firme como nunca. A alfabetização é a base para a construção de um futuro mais sustentável para todos”, disse a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, em mensagem para o dia.
Em sua mensagem, Ban afirmou que, com o mundo se tornando cada vez mais digitalizado e rico em informações, novas oportunidades e desafios estão emergindo, com mais de 750 milhões de adultos analfabetos, dois terços dos quais mulheres, incluindo 115 milhões de jovens. Cerca de 250 milhões de crianças da escola primária não têm capacidades básicas de alfabetização e 124 milhões de crianças e adolescentes estão fora da escola.
Tais obstáculos para o desenvolvimento sustentável podem e devem ser superados ao desenvolver e implementar as políticas certas, apoiadas por comprometimento e recursos, disse o chefe da ONU.
“Precisamos garantir que aqueles que estão fora da escola tenham acesso a oportunidades de aprendizagem de qualidade, precisamos melhorar a qualidade das escolas, precisamos promover a educação e a aprendizagem de adultos”, acrescentou.

Analfabetos arcam com os custos da globalização

A chefe da UNESCO também enfatizou o fato de os analfabetos receberem nenhum benefício da globalização, e sofrerem com todos os seus custos.
“Essas mulheres e homens estão mais vulneráveis a doenças, exploração e violações aos direitos humanos. Eles são mais propensos ao desemprego e a ganhar menos. Incapazes e ler ou escrever, não atingem seu total potencial, e comunidades inteiras ficam presas a ciclos viciosos de pobreza que abrem caminho para a violência e conflitos”, disse.

“O analfabetismo permanece como sinônimo de exclusão e pobreza — precisamos reverter esse quadro”, acrescentou.
As celebrações para o dia ocorrerão na sede da UNESCO em Paris na forma de uma conferência de dois dias com início nesta quinta-feira, que será marcada por uma Cerimônia de Prêmios Internacionais de Alfabetização. Paralelamente, a UNESCO lançará uma Aliança Global pela Alfabetização, uma nova iniciativa para reunir todos os principais atores no tema para promover a alfabetização como base para a aprendizagem ao longo da vida.