Penetração da Internet nos países desenvolvidos é de 81%, enquanto nos países em desenvolvimento fica em 40% e, nas nações mais pobres, em 15%. Enquanto banda larga móvel sobe mais nos emergentes, a Internet fixa tem maior avanço nos países mais ricos, segundo relatório divulgado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).
Novos dados divulgados nesta sexta-feira (22) pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) mostraram que 3,7 bilhões de pessoas permanecem sem acesso à Internet no mundo, apesar da queda dos preços dos serviços de telecomunicações globalmente.
A projeção da UIT é que até o fim do ano, mais da metade da população mundial, ou 3,9 bilhões de pessoas, estarão sem acesso Internet.
O relatório “ICT Facts & Figures 2016” mostrou que a penetração da Internet é de 81% nos países desenvolvidos, de 40% nos emergentes e de 15% nos países mais pobres. Isso ocorre apesar de, no consolidado, os países em desenvolvimento responderem pela maior parte dos usuários (2,5 bilhões), comparados aos países desenvolvidos (1 bilhão).
Na abertura por região, o relatório apontou que o percentual de indivíduos utilizando a Internet é de 79,1% na Europa, de 65% nas Américas e de 66,6% nos países da Commonwealth. Os indicadores caem na Ásia/Pacífico, que tem 41,9%, nos Estados Árabes, com 41,6%, e na África, que tem o menor indicador mundial, com 25,1%.
A nova edição do documento da UIT mostrou que a cobertura celular está agora disseminada, com 95% da população global — ou 7 bilhões de pessoas — vivendo em áreas cobertas ao menos pela tecnologia 2G. As redes avançadas 4G se espalharam mais rapidamente nos últimos três anos e atingiram quase 4 bilhões de pessoas atualmente — correspondente a 53% da população global.
No entanto, enquanto o número de assinaturas de Internet móvel continua crescendo em taxas de dois dígitos nos países em desenvolvimento para atingir uma penetração próxima de 41%, globalmente esse avanço desacelerou. No mundo, o número total de assinaturas de banda larga móvel deve atingir 3,6 bilhões até o fim de 2016, comparadas a 3,2 bilhões em 2015.
A penetração da banda larga móvel é de 76,6% na Europa, de 78,2% nas Américas e de 53% nos países da Commonwealth. Nos Estados Árabes, é de 47,6%, na Ásia/Pacífico, de 42,6%, e na África, de 29,3%.
A banda larga fixa, por sua vez, teve crescimento mais forte nos países desenvolvidos. As assinaturas de banda larga fixa globalmente devem atingir cerca de 12 a cada 100 habitantes em 2016, com Europa, Américas e países da Commonwealth tendo as taxas mais altas de penetração (30%, 18,9% e 15,4%, respectivamente). O forte crescimento da China também está impulsionando a banda larga fixa na Ásia e Pacífico, onde a penetração deve superar 10% até o fim deste ano.
Os serviços de banda larga móvel ficaram mais baratos que os serviços de banda larga fixa, com uma média de preço para um plano básico de banda larga fixa duas vezes mais caro que a média de preços de um plano comparável de Internet móvel, de acordo com o relatório.
Desigualdades permanecem
Enquanto quase 1 bilhão de lares no mundo têm acesso à Internet (sendo que, desse total, 230 milhões estão na China, 60 milhões na Índia e 20 milhões nos 48 países menos desenvolvidos do mundo), os números de acesso domiciliar revelam a amplitude da desigualdade digital, com 84% dos domicílios conectados na Europa, comparados a 15,4% no continente africano.
Além disso, as taxas de penetração são mais altas entre homens em todas as regiões do mundo. As desigualdades globais de gênero no uso da Internet subiram de 11% em 2013 para 12% em 2016. As maiores discrepâncias estão na África, com 23%, e as menores, nas Américas, com 2%.
No início de 2016, a capacidade da Internet internacional atingiu 185 mil gigabits por segundo, frente a 30 mil gigabits em 2008. No entanto, essa capacidade é distribuída desigualmente no mundo, com a falta de banda sendo um dos principais problemas nos países menos desenvolvidos.
“O acesso a informação e tecnologias de comunicação, particularmente a banda larga, tem o potencial de servir como um importante acelerador da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, disse o secretário-geral da UIT, Houlin Zhao.
“A interconectividade global está crescendo rapidamente. No entanto, é preciso fazer mais para acabar com a desigualdade digital e levar mais da metade da população global que não utiliza a Internet para a economia digital”, completou.
“O ano de 2016 marca o ano em que a comunidade internacional está embarcando na implementação dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e suas 169 metas. A UIT, dado o tremendo desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, tem papel-chave na facilitação dessas conquistas”, disse Brahima Sanou, diretor do escritório de telecomunicações da UIT.