sábado, 23 de julho de 2016

Alerta do UNICEF: adolescentes estão morrendo de Aids num ritmo alarmante

Em média, 29 adolescente entre 15 e 19 anos são infectados pelo vírus do HIV a cada hora e a Aids continua sendo a segunda causa de morte mundial de jovens na faixa etária de 10 a 19 anos. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu resposta acelerada contra o vírus.

A cada hora, 29 adolescentes entre 15 e 19 anos são infectados pelo vírus do HIV e a Aids continua sendo a segunda causa de morte entre jovens na faixa etária de 10 a 19 anos. Os dados são do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e foram apresentados durante a 21ª Conferência Internacional sobre Aids (AIDS 2016), que começou na segunda-feira (18) em Durban, na África do Sul, e segue até o dia 22.
De acordo com a agência da ONU, as meninas são particularmente mais vulneráveis, representando cerca de 65% das novas infecções em adolescentes em todo o mundo. Na África Subsaariana, onde há aproximadamente 70% das pessoas no mundo vivendo com HIV, três em cada quatro adolescentes infectados pelo vírus em 2015 eram meninas.
UNICEF aponta ainda que muitos jovens desconhecem o problema por medo de fazer o teste para a doença. Entre os adolescentes, apenas 13% das meninas e 9% dos rapazes foram testados no último ano.
Pesquisa da agência da ONU realizada em 16 países detectou que 68% dos 52 mil jovens entrevistados não querem realizar exames para a doença. As justificativas froam medo de resultado positivo e preocupação com o estigma social. Enquanto isso, novas infecções entre crianças – em função de parto ou amamentação – diminuíram 70% desde 2000.
Em 2015, metade das novas infeções entre crianças com idades entre 0 e 14 anos ocorreu em seis países: Nigéria, Índia, Quênia, Moçambique, Tanzânia e África do Sul.
Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a Conferência deste ano deve marcar o compromisso de uma nova resposta acelerada contra o vírus: diagnóstico de 90% das pessoas que vivem com HIV; 90% infectados com acesso a tratamento e 90% das pessoas em tratamento eliminando cargas virais.
”Para acabar com a epidemia, é preciso fechar as lacunas que impedem as pessoas de acessar os serviços de tratamento e de viver com dignidade”, afirmou o dirigente máximo da ONU na abertura do evento.
Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV / AIDS (UNAIDS), a resposta global à enfermidade tem evoluído, sendo que 15 milhões de pessoas tiveram acesso a tratamento em 2015.
Entre 2002 e 2012, a expansão do acesso ao tratamento evitou 4,2 milhões de mortes em todo o mundo e contribuiu para uma redução de 58% de novas infecções pelo vírus HIV, embora mais de 60% das pessoas que vivem com HIV ainda não tenham acesso a terapia antirretroviral.