quinta-feira, 10 de março de 2016

O grau de complexidade das crises humanitárias


ONU: ‘Precisamos reconhecer que migrantes e refugiados contribuem para sociedades’

Número de pessoas que residem fora do país de nascimento ou cidadania subiu de 170 para 250 milhões em cinco anos – aumento de 41%. Para vice-secretário-geral das Nações Unidas, é necessário opor-se à narrativa negativa que caracteriza o discurso atual sobre migração.

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável prevê que a migração bem administrada e a mobilidade irão beneficiar migrantes e suas famílias assim como os países de origem e destino, disse o vice-secretário-geral das Nações Unidas, Jan Eliasson, pedindo que os Estados-membros trabalhem em conjunto para garantir que tais promessas se tornem realidade.

“Não me lembro de um momento no qual a questão do deslocamento em massa, refugiados e movimentos migratórios esteve tão em alta na agenda da comunidade internacional como atualmente”, disse Eliasson, durante o Diálogo Internacional sobre Migração, evento organizado no fim de fevereiro nos escritórios da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e focado na Agenda 2030 e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O encontro aconteceu no final de fevereiro.

Ele disse que o número de pessoas que residem fora do país de nascimento ou cidadania subiu de cerca de 170 milhões, em 2000, para cerca de 250 milhões em 2015 – um aumento de 41%. Sete de cada dez migrantes internacionais residem em países ricos.

“Sem a migração, a população da Europa teria caído nos últimos 15 anos. De maneira geral, precisamos reconhecer que migrantes e refugiados contribuem para nossas sociedades. Temos uma obrigação de se opor à narrativa negativa que caracteriza o discurso público atual (sobre migração)”, completou. “Precisamos fazer mais para evitar e resolver conflitos que elevaram as migrações forçadas. A Síria é o caso mais evidente”, disse.

De acordo com Eliasson, mais de 60 milhões de pessoas estão atualmente deslocadas – maior número desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Esse número inclui 20 milhões de refugiados, o que significa que oito em cada 100 migrantes internacionais são agora refugiados.

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