quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Sociedade impõe invisibilidade e violências às travestis




Pesquisa propõe ampliação do conceito de violência de gênero para abranger as experiências das travestis

“Pode perguntar pra qualquer travesti, a primeira agressão que ela tem é com o pai, porque o pai é o primeiro a enfrentar ela. É o primeiro homem que diz que ela não pode ser o que ela quer ser”. O desabafo é de Roberta, nome fictício e uma das oito pessoas autoidentificadas como travestis que tiveram suas histórias de vida ouvidas pela psicóloga Valéria Melki Busin para sua tese de doutorado, em que mostra como as travestis experienciam as violências cotidianas, o que sentem e como enfrentam.

O próprio nome do trabalho Morra para se libertar: estigmatização e violência contra travestis, apresentado em 2015 no Instituto de Psicologia (IP) da USP, sinaliza as dificuldades de ser travesti em uma sociedade na qual a diferença gera uma série de violências.

“O título é uma metáfora, obviamente, mas está relacionado com os ‘recados’ que as travestis recebem continuamente ao longo de suas vidas: se elas ostentam a ‘feminilidade’, elas correm o risco de morrer fisicamente. Se elas deixarem de ser travesti, não vão sofrer violência, entretanto, não ser mais travesti é um outro tipo de morte para elas”, explica a pesquisadora. [...]

Leia a matéria completa em http://www5.usp.br/104061