Organização recomenda que bebês com menos de
seis meses sejam exclusivamente alimentados por leite materno, mas apenas uma
em cada três crianças se encaixam na recomendação.
Apesar dos benefícios econômicos e para a saúde proporcionados pela
amamentação, poucas crianças são alimentadas exclusivamente de leite materno
até os seis meses, como recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Uma em cada três crianças no mundo abaixo dos seis meses se alimenta somente
por amamentação. Nas últimas duas décadas, esta taxa não aumentou.
Segundo
estudos da OMS, a amamentação quase universal poderia salvar mais de 800 mil
vidas anualmente, sendo a maioria de crianças com menos de seis meses de vida.
Mais da metade das doenças diarreicas poderiam ser evitadas e um terço das
infecções respiratórias em crianças em países de baixa e média renda,
prevenidas.
Crianças que
recebem o leite materno nos primeiros meses de vida apresentam melhor
desempenho em testes de inteligência, têm menor probabilidade de chegar ao
sobrepeso ou obesidade, além de terem menos chances de adquirir diabetes
futuramente.
Ainda, de
acordo com a organização, mães que amamentam têm menos risco de desenvolver
câncer de ovário e de mama. Com as taxas atuais de amamentação, cerca de 20 mil
mortes de câncer de mama estão sendo prevenidas, e com um aumento desta
proporção, mais 20 mil vidas poderiam ser salvas.
Seis milhões
de economia para o Brasil
Aumentar as
taxas de amamentação para crianças menores de seis meses de vida para 90% no
Brasil, poderia cortar custos de tratamento ou doenças comuns na infância, como
pneumonia, asma e diarreia. O sistemas de saúde brasileiro economizaria 6
milhões de dólares.
Apesar de a
Assembleia Mundial da Saúde ter adotado o Código Internacional de Marketing de
Substitutos do Leite Materno para proteger o público de propagadas
inapropriadas desses produtos , a iniciativa não recebeu apoio suficiente dos
países, contribuindo para a manutenção das taxas de amamentação e maior venda
de fórmulas.
Para
aumentar as taxas de uso de leite materno, o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) e a OMS lideraram a Iniciativa Global em Defesa da
Amamentação, com a colaboração de outros parceiros.
Como
primeiro passo, as organizações criaram a Rede de Monitoramento e Apoio a
Implementação do Código Internacional, para reforçar os efeitos do regulamento.
No entanto, a OMS enfatiza que além de combater o marketing de substitutos do
leite materno, os países precisam adotar programas de apoio à amamentação, ter
sistemas de saúde que façam o mesmo, garantir licença maternidade adequada,
intervenções no trabalho, além de programas educacionais e de aconselhamento.
A
amamentação contribui para o alcance da Estratégia Global para a Saúde de
Mulheres, Crianças e Adolescentes (2016 – 2030), que foi inaugurada juntamente
com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, como roteiro para acabar com
as mortes evitáveis na gestação.