“Um agravamento da crise na área do euro, o ‘penhasco fiscal’ nos
Estados Unidos e a desaceleração econômica na China podem causar uma nova
recessão global. Cada um desses riscos poderiam causar perdas na produção
global de entre 1% a 3%”.
Esse foi o alerta do Diretor
da Divisão de Política de Desenvolvimento e Análise do Departamento de Assuntos
Econômicos e Sociais das Nações Unidas (DESA), Robert Vos.
Vos é o líder da equipe do DESA que produziu o relatório “Situação
Econômica Mundial e Perspectivas 2013”, que teve seu
primeiro capítulo publicado
ontem (18). O capítulo “Perspectiva Econômica Mundial” afirma que o crescimento
econômico global diminuiu consideravelmente durante 2012 e as
previsões são que permaneça baixo nos próximos dois anos.
Segundo o documento, a economia global deve crescer 2,4% em 2013 e 3,2%
em 2014, uma queda significativa em relação às previsões da ONU há meio ano.
Na raiz da desaceleração econômica global estão as fraquezas das
economias desenvolvidas, e essas economias, particularmente aquelas na Europa,
estão presas em um ciclo “vicioso de alto desemprego, fragilidade do setor financeiro,
e austeridade fiscal”, entre outros problemas, afirma o relatório.
O DESA diz que o desemprego na zona do euro aumentou para um nível
recorde de 12% este ano. A economia dos EUA desacelerou significativamente em
2012 e o seu crescimento deve manter-se pequeno, 1,7% em 2013 e as condições
deflacionárias continuam a prevalecer no Japão.
Sobre o Brasil, o relatório ressalta que o país registrou declínio nas
exportações no segundo semestre de 2012. O crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB) da América Latina e Caribe desacelerou notavelmente este ano,
principalmente pela diminuição das exportações na região. Com a possibilidade
de uma nova crise, a expectativa é de retorno às taxas de crescimento econômico
moderado, liderado, segundo o documento, pelo desempenho mais forte da economia
brasileira.