Faxinando a casa, a alma... a vida!!!
Por Alessandra Leles Rocha
Fim do mundo?! Que nada! Fim de ano é sempre tempo
para uma boa faxina na casa e na alma; afinal, um novo ciclo se aproxima e é
bom que as energias possam se renovar.
Costumo chamar essa nova ordem de “operação ratinho”,
porque no final há tantas sacolas e papeis picados, como se de fato uma legião
de roedores tivessem feito a festa na minha casa. Variando um pouco em relação
a outras ações, nessa optei por trabalhar no compasso do dia sem a pretensão de
resolver tudo de uma única vez; então, por partes decidi começar o trabalho. De
dentro para fora a limpeza começou! Prateleiras e gavetas foram reorganizadas e
muita coisa desnecessária sumiu de cena. Sei que poderia ter sido ainda mais
profunda na seleção; mas, sinto que o tempo é quem dita ao pé do ouvido o
momento certo para se desfazer disso ou daquilo.
E está sendo uma festa! Todo dia um pedacinho, uma
reflexão aqui e ali, lembranças, palavras, emoções e muito para justificar a
finalização de etapas da vida que merecem de agora em diante repousar apenas no
inconsciente. É! Realmente precisamos nos desapegar do que já não faz mais
sentido e nem nos acrescenta ao presente. A vida continua e precisa de espaço
para florescer e como bem explica à física: “dois corpos não podem ocupar o
mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo”, então...
Calma! Também não sou do tipo que joga tudo no lixo
e não guarda absolutamente nada! O que me proponho a fazer é abolir ao péssimo
hábito de “guardar porque em algum momento pode ser útil”, entendem?! Com esse
pensamento, o qual não tem dia, nem hora, nem lugar e nem certeza se vai
acontecer, vamos ajuntando tanta quinquilharia inútil que só contribuímos mesmo
para a proliferação maciça de ácaros e insetos. No fundo, todo mundo sabe o que
é ou não verdadeiramente importante para se guardar!
Devagar o ambiente vai ficando com outro astral,
bem mais leve e arejado, mais feliz e motivador! A reorganização dos espaços
causa impacto em um primeiro olhar; mas, também, a gostosa sensação de dever
cumprido. É! No rol de tudo o que é necessário para o nosso equilíbrio físico e
mental está manter a ordem no ambiente em que estamos inseridos. Nada de ser “cricri”
de tão metódico! Mas, como bem define a filosofia dos cinco “s” da administração
japonesa 1 é preciso sim desenvolver o senso de
organização (SEITON), de utilização
(SEIRI), de limpeza (SEISO), de saúde e higiene (SEIKETSU) e de disciplina (SHITSUKE) para se alcançar a harmonia
em tudo que se faz.
Com o resultado se materializando a luz dos olhos
fica fácil entender o significado dessas pequenas ações cotidianas. Transformar
é o salto para evoluir! Sair da zona de conforto trivial e se lançar nas
pequenas gotas de ousadia é indescritível! São conquistas que nutrem a nossa
coragem, que servem de espelho referencial nos momentos de crise. Como disse
Drummond, “[...] Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro,
tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente,
experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde
sempre” 2.