Uso frequente do aparelho
diminui risco de demências em até 40%
Utilizar o computador pode ajudar os idosos a reduzir a perda de
memória
e a preservar a capacidade de raciocínio e aprendizado, prevenindo-se de
doenças como o Mal de Alzheimer. É o que afirma um estudo publicado este
mês no periódico PLoS One,
desenvolvido no Centro de Saúde e Envelhecimento da Universidade de Western, na
Austrália.
Os pesquisadores recolheram dados de pesquisas que vêm sendo
feitas na universidade desde 1996, com dados de 19.000 homens. Para o estudo,
os cientistas selecionaram mais de 5.500 participantes com idades entre 65 e 86
anos, que foram acompanhados ao longo de oito anos. Após esse período, as
análises mostraram que os homens que utilizavam frequentemente o computador
apresentaram um risco até 40% menor de serem diagnosticados com qualquer tipo
de demência, se comparados com aqueles que nunca o faziam.
Segundo os autores, trabalhos anteriores já haviam indicado que
atividades que estimulam a mente, como leitura e palavras cruzadas, por
exemplo, diminuem o risco de demência, mas que essas são as primeiras
evidências significativas sobre os reais efeitos do uso prolongado de
computadores. No entanto, eles afirmam que esses resultados devem incentivar os
homens mais velhos a adotarem o uso do computador no dia a dia, mas mantendo
outros hábitos saudáveis, como uma dieta adequada e a prática de exercícios físicos.
Acerte nos hábitos e cultive a boa
memória
O neurologista Maurício Hoshino, do Hospital Santa Catarina, em
São Paulo, explica que nossa memória tende a diminuir conforme os neurônios vão
envelhecendo, por isso o ideal é tomar os devidos cuidados para que esse
prejuízo seja o mínimo possível. ?Desde alimentação até exercícios, passando
por controle de estresse, seus hábitos têm relação direta com a manutenção da
memória e a prevenção de demências", diz. Tire suas dúvidas e fique por
dentro do que especialistas recomendam:
Manter a rotina pode prejudicar a
memória?
Segundo o neurologista Maurício, manter uma rotina significa
fazer as atividades de sempre no automático. "Você não exercita o cérebro
mais do que já exercitou antes, porque ele não precisa captar e processar
coisas novas", explica. Passar por experiências diferentes não deixa que a
função de memorizar fique enferrujada.
Praticar exercícios ajuda a
preservar a memória?
O sedentarismo é um dos maiores inimigos da memória.
"Quando movimentamos o nosso corpo, o coração pulsa mais rápido e o
cérebro é oxigenado - isso é sinônimo de saúde para o corpo todo", explica
o psicólogo Walter Tamandaré, do Hospital Adventista de São Paulo. Além disso,
exercícios intelectuais como ler, conversar e fazer palavras cruzadas são muito
importantes para estimular o cérebro.
O uso de medicamentos pode afetar o
cérebro?
Componentes presentes em alguns remédios, principalmente
calmantes, podem gradativamente causar lesões permanentes no cérebro.
"Pessoas que fazem uso indiscriminado dessas medicações são grandes
candidatas à demência mais cedo na velhice e têm maior risco de
Alzheimer", alerta Walter Tamandaré.
Quais alimentos ajudam a preservar a
memória?
Segundo a nutricionista Daniela Cyrulin, especialista do Minha Vida,
há uma infinidade de nutrientes que garantem a saúde do cérebro e,
consequentemente, da memória. Anote alguns deles: fisetina (morango, pêssego,
uva, kiwi e tomate), ômega 3 (peixe e linhaça), fitoesterois (sementes, grãos e
óleos vegetais), vitaminas E, C e do complexo B (frutas em geral, grãos e
sementes), triptofano (leite, queijo branco, carnes magras e nozes) e
bioflavonoides (uva e folhas verde-escuras).