segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Pesquisa da EEFE revela que atletas de alto rendimento recebem pouca assistência


Pesquisa realizada na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP com atletas de alto rendimento no Brasil mostra que os esportistas afirmam não ser devidamente assistidos em diversos fatores importantes para o alcance de bons resultados no esporte, entre eles o apoio financeiro e a estrutura para treinamentos. O estudo ouviu 449 atletas, 83 técnicos e 10 dirigentes e os resultados serão enviados à Bélgica para comparação com os dados coletados em mais 16 países por um grupo de pesquisa internacional.
O trabalho foi fundamentado em pesquisas sobre fatores que levam ao sucesso esportivo internacional segundo o modelo Sports Policy Factors Leading to International Sporting Success (SPLISS), desenvolvido e liderado por um consórcio de instituições e pesquisadores de três países (Bélgica, Holanda e Reino Unido) e com a participação de outros países, entre eles o Brasil. Os atletas representam diferentes níveis competitivos, desde os colocados entre os três melhores do mundo em sua categoria até aqueles de nível nacional. Nessa amostra, mais da metade é composta de atletas de nível internacional.
Um dos resultados preocupantes obtidos no Brasil para o estudo é o baixo apoio financeiro recebido pelos atletas. Entre os esportistas, 87% afirmam ser necessário recorrer à sua renda pessoal para gastos com treinamento e competições, 69,5% afirmam não receber reembolso das despesas esportivas e a maioria (64,8%) também relata não haver apoio para o pós-carreira. Durante a fase de desenvolvimento esportivo, grande parte dos atletas também não conta com acompanhamento nutricional, médico e transporte em nível regional.
Em relação à infraestrutura para a prática, 73% dos atletas relatam não ter acesso a centro nacional de treinamento para o esporte de alto rendimento. Em países com sucesso esportivo internacional, geralmente é identificada uma rede de instalações com acessibilidade e qualidade essenciais para o treino e preparação. Os atletas também consideram a qualidade, disponibilidade e acessibilidade das infraestruturas de treinamento entre muito baixa e razoável. (...)