terça-feira, 5 de junho de 2012

Educação: UNESCO calcula déficit de dois milhões de professores em escolas na África Subsaariana


O Instituto de Estatísticas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) revelou que cerca de dois milhões de professores teriam que ser contratados para atender a demanda de 45 países da África Subsaariana. Além das salas superlotadas, o sistema de ensino enfrenta desafios como poucos professores treinados, material escolar insuficiente e condições precárias de higiene.
No Chade, por exemplo, uma sala de aula tem em média 67 alunos para um professor, sendo que nos primeiros anos as classes podem receber até 85 estudantes. Já nos países-membros da Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento, a média professor-aluno fica abaixo de 30.
As aulas muitas vezes reúnem alunos de diferentes níveis de educação. Na maioria dos casos, as aulas tendem a agrupar duas séries. Em países como Cabo Verde, Chade, Congo, Guiné, Madagascar, Mali e Níger, o agrupamento pode chegar a três séries ou mais.
“As primeiras séries são normalmente as mais superlotadas. Isso é uma fonte de preocupação considerando que esse período é visto como o mais crucial para o futuro dos alunos”, afirmou a UNESCO.
Além disso, novos livros de leitura e matemática teriam que ser adquiridos. Muitos alunos são obrigados a compartilhar com outros o material escolar. No Camarões, por exemplo, há um livro de matemática para cada 13 crianças.
No Chade, Costa do Marfim, Guiné-Equatorial, Madagascar e Níger cerca de 60% das escolas não têm banheiro. Em relação a eletricidade, 80% das escolas Burkina Fasso, Burundi, Camarões, República Democrática do Congo (RDC), Gâmbia, Guiné, Malauí, Níger and Togo seguem sem luz.