A VIDA
IMORTAL DE HENRIETTA LACKS
Rebecca
Skloot
Cia. das Letras
454 páginas
Henrietta
Lacks era descendente de escravos e nasceu em 1920, numa fazenda de tabaco no
interior da Virgínia. Aos trinta anos, casada e mãe de cinco filhos, Henrietta
descobriu que tinha câncer. Em poucos meses, um tumor no colo do útero se
espalhou por seu corpo. Ela se tratou no Hospital Johns Hopkins, e veio a
falecer em 1951. No hospital, uma amostra do colo do útero de Henrietta havia
sido extraída sem o seu conhecimento, e fornecida à equipe de George Gey. Gey
demonstrou que as células cancerígenas desse tecido possuíam uma característica
até então inédita - mesmo fora do corpo de Henrietta, multiplicavam-se num
curto intervalo, tornando-se virtualmente imortais num meio de cultura
adequado. Por causa disso, as células 'HeLa', logo começaram a ser utilizadas
nas pesquisas em universidades e centros de tecnologia. Como resultado, a
vacina contra a poliomielite e contra o vírus HPV, vários medicamentos para o
tratamento de câncer, de AIDS e do mal de Parkinson, por exemplo, foram obtidos
com a linhagem 'HeLa'. Apesar disso, os responsáveis jamais deram informações
adequadas à família da doadora e tampouco ofereceram qualquer compensação moral
ou financeira pela massiva utilização das células. 'A vida imortal de Henrietta
Lacks' reconstitui a vida e a morte desta injustiçada personagem da história da
medicina. O livro demonstra como o progresso científico do século XX deveu-se
em grande medida a essa mulher negra, pobre e quase sem instrução.