Ely Paschoalick critica a medida do governo britânico de multar os pais que requisitarem dispensa de aulas a seus filhos.
Escrevi na semana passada sobre a quantidade de alunos que não querem freqüentar as aulas e algumas pessoas me disseram que eu não havia tido uma pesquisa plena, apenas conversei com alguns pais e alunos em minha viagem, e que aquilo não poderia ser o hábito ou sentimento da maioria.
Fiquei meio pensativa... mas hoje as notícias do jornal confirmam minha teoria de que a grande maioria dos alunos do século XXI não quer, não gosta e não se sente atraída pelas aulas que ministram nas escolas.
Li a matéria que relata sobre a atitude do governo britânico em multar os pais que solicitarem dispensa das aulas para os filhos gozarem férias fora da temporada.
Lembrei-me do meu tempo de mãe de três crianças que não aceitavam faltar às aulas, mesmo quando eu precisava ir viajar com elas. Eram motivadas a estudar e gostavam dos trabalhos escolares que faziam com seus colegas.
Lembrei-me também dos meninos alunos da Escola da Ponte quando perguntei a dezenas deles: É melhor vir para a escola ou o período de férias? E a resposta sempre foi: Escola!
Porque estes alunos são motivados a estudar? A ir para a escola? A assistir aulas?
Com certeza a resposta é que eles se sentem parte do “andar” da escola e sabem que farão falta aos colegas e que as atividades feitas em suas ausências também lhes farão falta.
Alguns chegaram até a expressar isto verbalmente, outros se limitaram a dizer: Porque eu gosto muito. Porque eu aprendo muito. Porque é bom.
Se o governo britânico está, através de seu ministro da Educação, Sr. Michael Gove, necessitando lançar mão de medidas punitivas aos pais para combater o absentismo escolar, é sinal de que as coisas por lá não andam bem.
E que desesperados e cheios de pré-conceitos resolvem anunciar mais uma barbaridade no declínio da educação mundial.
Enquanto o mundo não entender que quem está errada e inadequada é a Escola desvios como este serão utilizados e de nada adiantarão.
É hora dos professores resolverem os problemas de ensinarem com profissionalismo e não com instrumentos de repressão.
Quem é o aluno de hoje? O que ele deseja? O que lhe estimula?
Estas são as premissas iniciais para mudanças educacionais e não a premissa: De quem é a culpa?
Procurar o culpado já fez parte dos passos para a receita para perder.
Já houve tempo que os culpados eram os professores, outro eram as crianças, em outro tempo a culpa estava no governo, outrora na Lei de Diretrizes e Bases, agora nos pais...
É preciso mudar o sistema escolar, quebrar paradigmas e, no século da comunicação e da interatividade, envolver os alunos em seu próprio processo de aprendizagem.
Um dos caminhos é o professor tutor como Orientador Educativo e o plano quinzenal planejado e realizado pelo próprio aluno.
Outro caminho é realmente focar no aluno os 4 pilares da Educação traçados por Jaques Delor's ao final do século XX.
Caminhos existem e muitos, mas é preciso mudar de rumo.
Vejamos até quanto e quando iremos procurar culpados e fingir que mudamos!!!!!!