Um brinde à transformação!!!
Por Alessandra Leles Rocha
Ah! Dois mil e doze se despede! Foi um ano intenso, com as energias
pulsando a flor da pele e as conjunturas se reafirmando em favor das
transformações conscientes (e inconscientes) dos seres humanos. Por tudo isso
seria mesmo uma pena se ele tivesse acabado!
O chacoalhar da humanidade provocado pela crise econômica mundial
iniciada acerca de quatro anos começa a mostrar o seu lado bom, o freio
drástico nas ações danosas à própria sociedade - consumismo impensado,
desperdício excessivo, má gestão, corrupção, descompromisso com a coletividade,
enfim...
Sim, o caminho ainda é longo, árduo, espinhoso; mas, dois mil e doze
fincou pé nos primeiros passos! Se o que pesou mais foi a ousadia, ou a coragem
ou a necessidade é difícil saber; talvez, um pouco de tudo e algumas pitadas a
mais de consciência, de reflexão, de olhos bem abertos as sutilezas da vida.
Os ventos da mudança, como cantaram os Scorpions na década de 90 1, voltaram a soprar! Não mais pela queda
do muro de Berlim, ou pelo fim do socialismo soviético; agora os ventos sopram
por uma mudança que parta de dentro para fora de cada indivíduo, que rompa
paradigmas obsoletos, que resgate um modo de viver dotado de simplicidade: simples
em ser, em estar, em existir. Uma simplicidade que é objetiva, focada, isenta
de subterfúgios, de múltiplas interpretações. Afinal, estamos cada vez mais
próximos da escassez de alimentos, das intempéries naturais, da explosão demográfica
(apesar de todas as epidemias e guerras!), do fluxo migratório involuntário,...
sem nenhuma garantia de isenção, seja
ela política, ou financeira, ou diplomática. Estamos no mesmo barco, ou melhor,
sobre a mesma esfera e submetidos aos efeitos diretos e indiretos das próprias
ações.
Dois mil e doze verteu e enxugou muitas lágrimas, trouxe esperança em
seu sentido maior. Nada de esperança que senta e espera, mas que faz das expectativas
uma mola propulsora da razão e, nesse sentido, as perdas de grandes personalidades
foram muito significativas. Nos disseram adeus indivíduos tão singulares e ao
mesmo tempo convergentes na síntese de seus legados: lições de humanidade, de
cidadania, de sabedoria secular genuína.
Então, se o ano passou e deixou esses rastros é porque chegamos ao
limite crucial: persistir nos descaminhos que nos conduzirão ao inevitável fim
ou virar a página e buscar refazer um conceito moderno e evoluído do nosso
senso de humanidade. Não há terceira opção, nem quarta, nem quinta... Não
adianta fingir que não entendeu o recado, empacar igual a mula! O Bem é maioria
e democraticamente, no silêncio individual das ações, já está batendo o martelo
em nome do instinto de sobrevivência. Sendo
assim, solte o corpo, a alma, a vida no fluxo corrente e receba dois mil e
treze consciente, disposto, alegre, feliz. Haverá bons e maus momentos como de
costume, alguma preguiça, algum desencanto...; mas, nem precisa de promessas,
de listas, de mandingas ou de superstição: o importante é que estamos sim, às
portas de um ano verdadeiramente promissor, regado de muitas novidades e de
muito trabalho, o qual apenas nos pede a simplicidade de arregaçar voluntariamente
as mangas. Salve dois mil e treze!!! Um brinde à transformação!!!