sábado, 1 de outubro de 2011

Crônica do fim de semana!

  
Todos os dias

 Alessandra Leles Rocha

         O que deveria já ter se incorporado a trivialidade da vida não se cansa de nos surpreender. Fragmentos do cotidiano, retratos em todas as dimensões, cores e formas, unidos engenhosamente pelo trabalho de oitenta e seis mil e quatrocentos segundos do relógio, todos os dias.

         É! De segundo em segundo a vida se transforma, escreve e reescreve o belo e o feio, o delicado e o rude, a força e a leveza, a harmonia e o caos. Sob as rédeas de nossas mãos, ou não, o fluxo natural se desenvolve no processo da construção que parece sempre inacabado; embora, os elementos sejam praticamente os mesmos: o Sol, a Lua, as estrelas, as nuvens, o mar, as árvores,... mas algo é diferente, por mínima que seja essa diferença os nossos sentidos hão de captar.

         Como partes fundamentais do mundo e cuja essência brilha em chama mutante, a complexa teia que envolve a vida e se constitui no material e imaterial do cotidiano, de fato não poderia fluir em movimento constante e uniforme. Para dar vazão ao todo muita energia, velocidade, força, aceleração, trabalho ininterrupto em meio aos fragmentos.

         Assim se constrói o imenso tapete sobre o caminho em busca de uma “tal felicidade”, que não sabemos se existe ou é apenas fruto da esperança degustada entre nascentes e poentes. Entre o ânimo e o desânimo que se alternam dentro de nós prosseguimos cada qual na sua própria jornada; cruzando ou em paralelo postando nossos tapetes. Por dentro e por fora determinamos que a existência, seja ela qual for, se resume em compreender com os olhos do corpo e da alma a infinitude impactante de cada diminuta partícula da vida, ou melhor, do tempo.