sábado, 18 de dezembro de 2010

Reflexão Natalina!!!

Árvore de Natal

Por Alessandra Leles Rocha

            Em meio aos mais variados símbolos do Natal, a árvore (ou melhor, o pinheirinho. Não é uma árvore típica do nosso país, mas foi incorporada aos estrangeirismos por nossa cultura.) não perde espaço e nem destaque. Então, comecei a refletir sobre esse fato e cheguei a algumas considerações interessantes.
            Da diminuta semente que em algum momento verteu sobre a terra e aos cuidados da vida ali germinou; ela venceu os desafios e se postou de pé. Certamente longos anos se passaram para que seu desenvolvimento acontecesse pleno e repleto de sucesso. Tão logo foi possível, ela não mediu esforços em dissipar as primeiras sementes da sua rama para dar continuidade a sua existência e de toda a sua espécie. Enfrentou sol, chuva, vento, insetos, etc.etc.etc.; mas, era preciso prosseguir e se nada maior que sua própria força não surgisse – como, por exemplo, a fúria de uma motosserra -, a empreitada se concretizaria em sucesso. Enquanto não se lembravam dela para o Natal, ela fez de todas as primaveras o momento de se enfeitar e ficar ainda mais linda aos olhos do mundo. Algumas se abrilhantaram apenas de folhas, outras de folhas e flores, as mais ousadas exibiram seus frutos; mas, todas foram unânimes na delicadeza singela de oferecer sua sombra, seu abrigo, sua proteção, sem pedir nada em troca.
            É! A história de uma árvore tem tudo em comum com o Natal, especialmente o Cristão. Enviado para trazer ao mundo as Boas Novas, Jesus Cristo cumpriu a sina de uma árvore. Não escolheu lugar especial para seu nascimento, enfrentou privações e desafios, sofreu injúrias e tormentos, e sempre ofereceu de si o melhor, tanto aos que lhe queriam ouvir, quanto aos que lhe desprezavam a presença. Recebeu de enfeite ultrajante uma coroa de espinhos e pregos que lhe fixaram sobre uma imensa cruz de madeira; imagem cruel e ao mesmo tempo de uma beleza grandiosa de abnegação e respeito aos desígnios de seu próprio Pai. Cristo sobreviveu nas raízes fortes de sua essência missionária, nutriu-se da fé inabalável que fora tecida em sua alma, e ao contrário das demais árvores, moveu-se pelo caminho porque assim lhe fora predestinado.
            Talvez, todos sejamos árvores; não como Cristo, não como as demais. Somos árvores que ainda não se conscientizaram de sua própria dimensão. Que se preocupam em enfeitar as árvores de Natal; mas, se esqueceram de refletir sobre a própria aparência de suas almas. Somos árvores que enfrentam ou sucumbem aos desafios, que perdem as folhas, que às vezes ganham frutos, que podem ou não dispersar boas sementes, que dão ou não a sua sombra, que se banham na chuva, que se enfeitam além do Natal,... Enfim, que comemoram o aniversário de Cristo; mas, abstraem-se da consciência de toda a magnitude da chegada Dele e de seus breves trinta e três anos de existência e ensinamento sobre a Terra.
            Então, quando olho para tantas árvores decoradas, cheias ou não de enfeites e luzes, penso que essa ação poderia estar bem mais refletida no modo de ser humano. Que tudo aquilo externado na simbologia natalina fosse realmente incorporado ao nosso dia a dia; valores como a amizade, o respeito, a verdade, a compreensão, a comunhão, a solidariedade, o desprendimento, a fraternidade, a igualdade, o amor e tudo mais que se ampara no justo, no belo e no sagrado cintilasse em nossa razão e emoção. Que fosse possível visualizar a Terra como uma imensa floresta do Bem, repleta de árvores em diferentes estágios da vida, uma coleção esplendorosa de espécimes raras, únicas; onde a brisa corre suave, a temperatura é sempre agradável e todos são importantes, necessários, vitais e sabem se adequar para que haja a harmonia, o equilíbrio em tempo integral.