Um
girassol ...
Por
Alessandra Leles Rocha
Às portas do Dia dos Namorados
decidi escrever a respeito do assunto; mas, distante da costumeira
convencionalidade. Queria algo que pudesse impactar às profundezas da reflexão;
mas, também, pudesse trazer um ar de leveza e descontração envolvente.
E enquanto me debruçava sobre
essas questões, eis que uma imagem surgiu na minha mente, um girassol. Não, não
é brincadeira! Um girassol. Com toda a sua pompa e circunstância amarela. Non
sense?! Muito pelo contrário! Vou explicar.
Sei que Pixinguinha nos toca o
coração com a poesia de sua Rosa 1
e que é essa a espécie favorita dos enamorados; mas, colocando bastante reparo,
um girassol impõe presença. Basta um, para sintetizar o seu esplendor, a sua
grandeza, a sua genuína alegria, o que imediatamente nos remete ao amor.
Pois é, o maior dos sentimentos.
O mais importante. E nada representa melhor a vida do que o amor, energia tão
forte quanto a do astro-rei. O amor que aquece o coração, que faz a alma
pulsar, transcender. O Sol que movimenta o girassol, que garante a vida em suas
mais diversas formas. O que significa que precisamos de amor tanto quanto
precisamos do Sol.
Portanto, caro (a) leitor (a), o
girassol é sim, uma tradução desse simbolismo sagrado. Simplesmente, porque tem
a ver com alegria, com felicidade, com as melhores emoções e sentimentos. Girassol
fala de Vida, fala de Sol, fala de Amor, através da simbiose que estabelece com
o nosso olhar. Um único girassol é suficientemente capaz de expressar o que há
de mais belo, de mais puro e de mais divino, nesse mundo.
Acontece que, para segurar a onda
de ser tudo isso, o girassol precisa ser mais do que uma flor. E ele é. Bem, essa
estrutura belíssima que se assemelha e atua como uma única flor, é
cientificamente denominada pseudanto (falsa flor). A fim de facilitar a
polinização e a manutenção da sua espécie, cada ‘pétala’ deriva de uma flor na
borda da estrutura e de outras, na parte central, responsáveis pela produção
dos frutos e sementes.
É, ser encantador dá trabalho!
Por trás do amor que move a vida há uma engenhosidade perfeita. Natureza. Sol.
Vida. Amor. Insetos. Passarinhos. Seres humanos. Um conjunto de elementos
meticulosamente organizados para promover o bem, sob diferentes formas e
conteúdos.
Vejam que incrível! Até Van Gogh
pintou girassóis 2! Até ele conseguiu ver
que a beleza de um girassol poderia transcender a dureza da realidade e
imprimir amor a uma vida embrutecida! Até ele conseguiu nos arrebatar pela
força do amarelo!
E foi com base nesses pensamentos
que o amor se faz amarelo para mim! Na figura de um imenso girassol que sorri,
que ilumina, que aquece, que desperta o lado mais belo do meu consciente (e do
meu inconsciente). Como escreveu Caio Fernando Abreu, “Amor a gente não
procura. É assim: você deixa a porta meio aberta, se distrai plantando
girassóis e ele entra. Ele adora contrariar”.
Assim, espero que, de agora em
diante, o seu amor seja amarelo também! Plante girassóis. Dê girassóis. Receba
girassóis. Faça da sua vida, do seu amor, um campo repleto de girassóis. Afinal,
“A vida é curta, viva. O amor é raro, aproveite. O medo é terrível,
enfrente. As lembranças são doces, aprecie” (Caio Fernando Abreu).
Combinado?! Feliz Dia dos Namorados!