Café Controverso debate funções e deficiências do Enem
Evento no Espaço do Conhecimento UFMG recebe pesquisador e ex-presidente do Inep, instituição responsável pelo exame, e professora da UFMG para discutir para que serve o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
Belo Horizonte, 14 de junho de 2016 - O maior exame e principal referência de avaliação do sistema educacional do País é o tema do Café Controverso deste mês, no Espaço do Conhecimento UFMG. Criado para avaliar o aprendizado de alunos que concluíram o ensino médio, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ganhou a adesão de instituições de ensino e de estudantes com o passar do tempo. Sua trajetória de consolidação foi também marcada por crises, como tentativas de fraudes, vazamentos de informações e correções problemáticas, que acabaram gerando críticas e desconfianças sobre seus objetivos.
Para discutir a eficácia do exame e seu impacto na vida de milhões de estudantes brasileiros, o Café Controverso, do dia 18 de junho, propõe o debate “Pra que serve o Enem?”. Os convidados são José Francisco Soares, ex-presidente do Inep, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, pesquisador e professor titular aposentado da Faculdade de Educação (FaE)/UFMG, e Dalila Andrade, professora titular de Políticas Públicas de Educação da FaE/UFMG. O encontro ocorre às 11 horas, na cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG, na Praça da Liberdade e a entrada é gratuita.
José Francisco Soares conhece bem o sistema de avaliação. De 2014 a maio deste ano, exerceu a presidência do Inep. De acordo com ele, que atua hoje como pesquisador colaborador do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais da FaE/UFMG, o exame permite verificar o tipo de educação e oportunidades de aprendizado que cada estudante teve ao final do ensino médio. Mas não consegue fazer, de fato, uma avaliação real do sistema educacional brasileiro por ainda gerar definições problemáticas. “Por meio dele sabemos, por exemplo, que 30% dos alunos que terminam o ensino médio não alcançaram os 450 pontos mínimos para ganhar um certificado de conclusão. Ou seja, nós sabemos que os estudantes têm um conhecimento muito precário, e quem fornece esse dado é o exame.”
Já Dalila Andrade, apesar de considerar o Enem uma avaliação melhor e mais democrática do que outros modelos seletivos, como vestibulares, acredita que hoje no Brasil se gasta mais com avaliações do que com a própria educação. Ela questiona como os estudantes terão educação que os prepare para vida e não apenas para um teste. “As redes públicas do País vêm adotado políticas de bonificações para professores e estudantes na tentativa de promover um melhor desempenho das escolas no exame. Isso é lamentável, é o que Paulo Freire chamava de educação bancária. É por meio da sua pontuação que o estudante poderá conseguir uma boa posição social. O sistema educacional dessa maneira está distribuindo posições sociais.”
Café Controverso
O conhecimento raramente passa pelo consenso e sua construção se faz, sempre, pelo diálogo. Nos Cafés Controversos, os temas são amplos e diversificados, e não se detêm aos tratados no interior do Espaço do Conhecimento: abordam diferentes setores da cultura, das artes e da ciência. Um espaço de debate e troca de ideias e perspectivas.
O Espaço do Conhecimento UFMG estimula a construção de um olhar crítico acerca da produção de saberes por meio da utilização de recursos museais. Sua programação diversificada inclui exposições, cursos, oficinas e debates. Integrante do Circuito Liberdade, o Espaço do Conhecimento é fruto da parceria entre a UFMG e o Governo de Minas. O Espaço conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, da Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG e está subordinado à DAC – Diretoria de Ação Cultural da UFMG.
Serviço:
Café Controverso – Pra que serve o Enem?
Data: 18 de junho (sábado), às 11h
Convidados: José Francisco Soares, ex-presidente do Inep, pesquisador colaborador do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais e professor titular aposentado da Faculdade de Educação (FaE)/UFMG, e Dalila Andrade, professora titular de Políticas Públicas de Educação da FaE/UFMG.
Entrada gratuita. Evento acessível em Libras (Linguagem Brasileira de Sinais).
Local: Espaço do Conhecimento UFMG – Praça da Liberdade, 700.
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