No
ano passado, atividade econômica da região teve contração de 0,5%. Segundo a
organização, cenário global permanece difícil, com crescimento ainda fraco dos
países desenvolvidos, desaceleração dos emergentes e baixos preços das
matérias-primas.
A
Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL) revisou para baixo as
projeções de crescimento da atividade econômica da região, e disse esperar uma contração média de 0,6% na América Latina e no Caribe em 2016,
segundo informou na sexta-feira (8) o órgão das Nações Unidas.
Com essa nova
estimativa, a contração do Produto Interno Bruto (PIB) da região em 2015
(-0,5%) se prolongará este ano.
Para o Brasil, a
previsão é de retração de 3,5%. O país terá o segundo pior desempenho na
região, depois da Venezuela, com queda de 6,9%, de acordo com as
previsões. Por outro lado, países que terão crescimento incluem México (2,3%),
Colômbia (2,9%), Peru (3,8%).
As novas projeções
dão conta de um cenário global difícil no qual se mantém o baixo crescimento
dos países desenvolvidos, uma importante desaceleração nas economias
emergentes, particularmente na China, uma crescente volatilidade e custos nos
mercados financeiros, e baixos preços das matérias-primas, particularmente
hidrocarbonetos e minerais.
Além disso,
há maior fragilidade na demanda interna dos países da região, nos
quais a queda do investimento doméstico está sendo acompanhada por uma
desaceleração do consumo.
Assim como em 2015,
este ano a dinâmica do crescimento mostra marcadas diferenças entre países e
sub-regiões, indicou a CEPAL. As economias da América do Sul, especializadas na
produção de bens primários, em especial petróleo e minerais, e com crescente
grau de integração comercial com a China, terão uma contração de 1,9%.
No entanto, para as
economias da América Central, a expectativa é de uma taxa de crescimento de
3,9%, cifra inferior à registrada em 2015 (4,3%). No caso de América Central e
México, as projeções para 2016 são de crescimento de 2,6%, abaixo dos 2,9%
registrados em 2015. Para o Caribe de língua inglesa ou holandesa, estima-se um
avanço em torno de 0,9% em 2016.
Esse novo cenário
para as economias do norte da América Latina e do Caribe reflete uma
recuperação menor que a antecipada nos Estados Unidos e dá conta dos efeitos de
ajustes nas políticas fiscais que foram adotados em algumas economias dessa
sub-região, afirmou o órgão.
Segundo a CEPAL,
reverter a atual fase de desaceleração e dinamizar o crescimento na atual
conjuntura impõe uma série de desafios para as economias da região. De um lado,
é essencial dinamizar o investimento e incrementar a produtividade para retomar
o caminho do crescimento sustentado e sustentável no longo prazo.
Além disso, devem
ser feitos esforços para proteger os avanços sociais obtidos nos últimos anos e
impedir retrocessos diante do cenário de menor crescimento econômico. Nesse
contexto, o órgão afirmou que são necessárias políticas que sustentem o
investimento social e produtivo em meio a ajustes fiscais inteligentes.
De acordo com a
CEPAL, é necessário buscar a sustentabilidade das finanças públicas da região,
com políticas que levem em conta tanto o impacto sobre a capacidade de
crescimento no longo prazo, como sobre as condições sociais dos habitantes da região.
Fonte: https://nacoesunidas.org/economia-de-america-latina-e-caribe-tera-recuo-de-06-em-2016-preve-cepal/