quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

USP: Ensino de literaturas africanas precisa de melhorias




A Lei Federal 10639/03 determina que os conteúdos sobre história e cultura africana e afro-brasileira devem ser abordados em todos os níveis de ensino das redes privada e pública de todo o País. Contudo, a abordagem em sala de aula ainda depende mais da iniciativa pessoal do professor, incluindo a busca por material didático. Há também outros problemas que vão desde o preconceito de professores, pais e alunos, passando pelo desconhecimento da Lei e a deficiência na formação docente, até falhas no poder público.

“Apesar de a Lei ter sido promulgada em 2003, ainda hoje encontramos universidades que não trabalham esse conteúdo na formação docente”, aponta o professor de Língua Portuguesa e Literatura, André de Godoy Bueno, autor da dissertação de mestrado Literaturas africanas e afro-brasileira no ensino fundamental II. A pesquisa foi apresentada em agosto de 2015 na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, sob a orientação da professora Vima Lia de Rossi Martin.

De acordo com o pesquisador, há também uma falha no poder público, desde o Ministério da Educação (MEC) até as secretarias estadual e municipal de educação. “Era necessário oferecer formação contínua para esses professores, pois os formados antes de 2003 provavelmente não viram isso durante a faculdade. Se ele não se interessar em fazer cursos, não terá esse conteúdo e não vai trabalhar isso com os alunos”, diz. [...]
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