Por Alessandra Leles Rocha
É fato: somos todos energia! Cada diminuto pedacinho de nós possui milhares de átomos carregando um bocado considerável de energia; por isso, não há erro em dizer que nossa relação com o mundo se equilibra entre boas e más energias. Quem nunca ouviu dizer sobre alguém capaz de matar uma planta com um simples olhar, hein? Ou de alguém, que pela imposição das mãos conseguiu trazer alívio e bem estar ao semelhante que sentia dor? Ou no inverno, você foi pegar um objeto metálico e levou choque por causa da energia estática?
Os chineses, há milhares de anos, já tratavam dessa questão energética através da filosofia Yin Yang, cujo princípio dessas duas forças complementares – o Yin e o Yang – compõem tudo o que existe e por meio do seu equilíbrio dinâmico surge todo o movimento e mutação1. Por isso, mesmo que não saibamos explicar com facilidade a nossa alternância de sentimentos, de comportamentos, de atitudes, está na nossa essência mais elementar a razão de tudo isso.
Além de nossa própria energia, atuamos também como “antenas” capazes de captar todo o tipo de frequência ao redor. Talvez seja absurdo pensar em uma vida repleta apenas de ondas positivas, pois seria entediante; mas, viver nos limites do extremo também não é nada salutar. O volume de informações recebidas, obrigações e afazeres diários, o trânsito tumultuado nos grandes centros urbanos, as longas distâncias percorridas diariamente, enfim... Tudo isso tem contribuído para que nosso corpo e mente ressinta a ausência das chamadas “energias positivas”. O stress tem de fato sugado nossa capacidade de buscar o equilíbrio natural do organismo e dificultado sobremaneira a reversão das nossas ideias, pensamentos e olhares sobre o mundo. Cada dia mais temos nos tornado sensível ao caos e insensíveis à vida, quando deveria ser exatamente o contrário; tal como se estivéssemos presos a uma teia hipnotizadora que não nos permite responder aos estímulos cotidianos com mais otimismo e esperança. Nossa energia anda tão em baixa que não falta vontade, às vezes, de se ligar na tomada para ver se o entusiasmo volta a pulsar!
E, diferentemente da noção básica da química em que polos diferentes se atraem, a nossa realidade energética vital opera mais e mais na junção de grupos semelhantes. Chegamos a perceber isso com facilidade, no tocante às relações afetivas e interpessoais, quando as pessoas reclamam de sempre se interessarem ou conviverem por um mesmo tipo de perfil ideológico ou comportamental; sendo que gostariam de conviver com outros perfis. O que elas esquecem é que a sua frequência energética atua de modo a trabalhar em favor daquilo que esteja mais próximo da sua própria realidade, quase um mecanismo de defesa que busca evitar o dispensar de mais energia tentando uma autotransformação abrupta. Quando nos debatemos, nos angustiamos, sofremos por alguma coisa esvaímos nossas energias e fragilizamos de forma drástica o nosso corpo; isso é tão sério, que até mesmo com relação às doenças, podemos preveni-las ou desenvolvê-las através do equilíbrio ou desequilíbrio energético. Diante de tanto consumo de energia, racional ou irracional, podem alguns desavisados pensar que em relação a esta não há tarifa; de fato, tarifa convencional, paga no banco ou em agencias lotéricas não há, mas pagamos com a aceleração de nossas perdas corpóreas, de nosso envelhecimento diário (talvez, pouco perceptível aos olhos; mas, ruidosamente bradado as células!). Por isso, dizem que a chave da mudança está na cabeça; é ela quem pode atuar com autoridade sobre essa energia que circula e predomina pelo corpo humano, é ela quem controla nossos desperdícios de energia.
Muitos são os caminhos indicados para desfrutar dessa energia, qualitativa e quantitativamente: a prática de exercícios físicos regulares, o desenvolvimento de atividades de lazer que proporcionem prazer e alegria, a busca pelo autoconhecimento através das terapias convencionais e holísticas2, o estabelecimento de um convívio familiar, afetivo e profissional equilibrado, e/ou a ingestão de alimentos específicos na composição de uma dieta mais próxima da satisfação das necessidades especificas do corpo. O que importa é não desistir de alcançar a condição de ser um individuo capaz de emanar o BEM e dessa forma, fazer cumprir a reação de recebê-lo, ou seja, permitindo que o universo conspire a seu favor positivamente. Esplendorosos, felizes, bons, maus, difíceis, complicados, tristes dias sempre farão parte da nossa jornada; mas, se conseguirmos olhar para dentro de nosso próprio “eu”, estabelecendo o equilíbrio vital, com as energias se compondo adequadamente, encontraremos sim as respostas, as soluções ou... aguardaremos até que elas possam surgir e nos acenar com o fim de nossos problemas.