terça-feira, 25 de julho de 2017

Cresce resistência do HIV a tratamentos disponíveis e amplamente difundidos, alerta OMS

Em relatório divulgado nesta semana (20), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para a crescente resistência do HIV a medicamentos usados para mitigar as consequências da infeção. Em seis dos 11 países avaliados na África, Ásia e América Latina pela agência da ONU, mais de 10% das pessoas que iniciaram a terapia antirretroviral apresentaram uma cepa do vírus resistente a alguns dos remédios mais amplamente utilizados no tratamento.
Em relatório divulgado nesta semana (20), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para a crescente resistência do HIV a medicamentos usados para mitigar as consequências da infeção. Em seis dos 11 países avaliados na África, Ásia e América Latina pela agência da ONU, mais de 10% das pessoas que iniciaram a terapia antirretroviral apresentaram uma cepa do vírus resistente a alguns dos remédios mais amplamente utilizados no tratamento.
O patamar dos 10% é um parâmetro definido pelo organismo internacional. Uma vez atingido, esse limite indica que nações precisam avaliar urgentemente seus programas de tratamento.
Os seis países que alcançaram o patamar de risco foram Argentina, Guatemala, México, Namíbia, Nicarágua, Uganda e Zimbábue. O Brasil está entre os 11 Estado-membros analisados no relatório, mas o país não registrou o nível de resistência que preocupa a OMS.
A resistência aos medicamentos contra o HIV se desenvolve quando as pessoas não aderem a um plano de tratamento prescrito, muitas vezes por não ter acesso consistente aos remédios e outros serviços de qualidade. A terapia, então, torna-se falha e os indivíduos podem transmitir vírus resistentes para outras pessoas.
Num cenário como esse, o nível de HIV no sangue do paciente aumentará, a menos que ele mude para um regime de tratamento diferente, o que poderia ser mais caro e, em muitos países, ainda mais difícil de obter.
O aumento da resistência do vírus aos medicamentos pode levar a mais infecções e óbitos. A modelagem matemática da OMS mostra que 135 mil mortes adicionais e 105 mil novas infecções poderiam ocorrer nos próximos cinco anos se nenhuma ação for tomada. Os custos do tratamento do HIV poderiam aumentar em 650 milhões de dólares além do previsto durante esse período.
Dos 36,7 milhões de pessoas vivendo com HIV em todo o mundo, 19,5 milhões delas já têm acesso à terapia antirretroviral, segundo dados de 2016. A maioria desses indivíduos está indo bem, com registros de altas taxas de eficácia do tratamento para a supressão do vírus no organismo. No entanto, um número crescente está enfrentando as consequências da resistência viral.
“Precisamos garantir que as pessoas que iniciam o tratamento possam permanecer em um tratamento eficaz para evitar o surgimento da resistência aos medicamentos contra o HIV”, acrescentou Gottfried Hirnschall, diretor do Departamento de HIV e do Programa Global de Hepatites da OMS.
“Quando os níveis de resistência aos medicamentos contra o HIV se tornam elevados, recomendamos que os países mudem para uma terapia alternativa de primeira linha para aqueles que estão iniciando o tratamento”, explicou o especialista. A OMS recomenda que países monitorem a qualidade de seus programas de tratamento e tomem medidas assim que falhas na terapia forem detectadas.
Acesse o relatório da OMS na íntegra clicando aqui.