Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) parabenizou o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV), do Ministério da Saúde do Brasil, pela criação de um grupo de trabalho para emitir certificações sobre a eliminação ou não da transmissão de mãe para filho do HIV e da sífilis.
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) parabenizou nesta semana (9) o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV), do Ministério da Saúde do Brasil, pela criação de um grupo de trabalho para emitir certificações sobre a eliminação da transmissão vertical — de mãe para filho — do HIV e da sífilis. O organismo recém-fundado realizou seu primeiro encontro na segunda-feira (7), em Brasília.
Para a diretora nacional da agência da ONU, Georgiana Braga-Orillard, a decisão “demonstra comprometimento político e técnico (do país) para responder aos desafios ainda existentes em seu território para garantir que todas as crianças nasçam livres dessas infecções”.
A reunião do grupo de trabalho contou com representantes de diferentes organizações que atuam na resposta à epidemia de HIV/Aids e de sífilis. Especialistas discutiram o atual cenário epidemiológico do Brasil no que tange à transmissão vertical dos agentes patogênicos. Também foi debatida a composição da órgão da pasta federal, que ficará responsável por elaborar documentos para monitorar e garantir a erradicação desse tipo de contágio.
“Precisamos ouvir a opinião dos especialistas sobre a certificação dos municípios e adiantar que os convidados para a primeira reunião vão integrar o comitê, que vai avaliar o relatório dos municípios interessados em participar desse processo”, explicou a diretora do DDAHV, Adele Benzaken.
A estratégia vigente do UNAIDS prevê o fim da transmissão de mãe para filho até 2021, além de determinar que Estados-membros empreendam esforços para garantir a saúde materna.
“Ao reunir esforços locais para o que chamamos de sprint final para a eliminação da transmissão vertical do HIV e da sífilis, o Brasil terá todos os elementos para fazer parte do seleto grupo de países que já conquistaram essa certificação da OMS (Organização Mundial da Saúde), entre eles, Cuba, Tailândia e Armênia”, destacou Georgiana.
Composição do GT
Segundo o DDAHV, a composição do comitê será dividida em quatro grupos de avaliação para áreas distintas: respeito aos direitos humanos; laboratórios; serviços e programas; sistema de vigilância e monitoramento. Também ficou definido que a próxima reunião será entre meados de janeiro e início de fevereiro de 2017.
Outras propostas que deverão ser discutidas mais à frente são a formalização dos comitês estaduais; a busca por informações dos serviços públicos e privados; e a avaliação de áreas, nos municípios, com os piores indicadores.
Brasil e estratégias globais
O Plano Global do UNAIDS para a eliminar novas infecções de HIV entre crianças até 2015 e manter suas mães vivas, juntamente com a Declaração de Paris, são algumas das estratégias que buscam incentivar e apoiar países, estados e municípios a implementar a aceleração da resposta para o fim da epidemia de Aids, como ameaça de saúde pública, até 2030.
No Brasil, 23 prefeituras das cinco regiões brasileiras, ao lado do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul, já aderiram ao documento que leva o nome da capital francesa. Somadas, as cidades e estados comprometidos com a Declaração abrigam uma população de quase 35 milhões de pessoas.
Em todo o mundo, a OMS e o UNAIDS orientam países e comunidades na concepção de planos estratégicos para enfrentar o HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis.