domingo, 5 de junho de 2016

PNUD: pela 1ª vez, esporte será tema de relatório de desenvolvimento humano do Brasil

Documento deverá ser o primeiro RDH em todo o mundo a ter como eixo o papel das atividades físicas e esportivas na melhoria das condições de vida da população de um país. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) criou conselho assessor que vai ajudar na elaboração do relatório.

Em Brasília, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) reuniu na semana passada (25) ex-atletas, políticos e representantes do governo para discutir a importância do esporte e das atividades físicas para a melhoria das condições de vida da população brasileira.
A pauta foi escolhida como tema do próximo Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) do Brasil – que será o primeiro país do mundo a elaborar um documento do tipo que seja centrado no papel social das atividades esportivas. O documento será elaborado com o auxílio de um Conselho Assessor, implementado pelo PNUD durante o encontro.

2 mil cidades do país não
têm orçamento atrelado ao esporte,
95% dos municípios têm
menos de 5% do orçamento atrelado ao esporte.

Durante os debates, o presidente da associação brasileira dos secretários municipais de Esportes e Lazer e chefe da pasta municipal em Indaiatuba, Humberto Panzetti, alertou que “2 mil cidades do país não têm orçamento atrelado ao esporte, 95% dos municípios têm menos de 5% do orçamento atrelado ao esporte”. O secretário lamentou que “cinco estados brasileiros já desfizeram suas secretarias de esporte”.
Para o representante residente do PNUD no Brasil, Niky Fabiancic, o RDH de 2016 deixará uma agenda “positiva” para o país, ressaltando que “desenvolvimento não é só riqueza”.
O presidente do Conselho Federal de Educação Física, Jorge Steinhilber, por sua vez, destacou que a educação física vem diminuindo nas escolas e em outras instituições onde essa prática era comum. “A aula de educação física não é vista como contributo da prática cognitiva”, alertou.
Já a ex-jogadora de vôlei, medalhista olímpica e hoje secretária de Esportes do Distrito Federal, Leila Barros, afirmou que é necessário aumentar a conscientização sobre o poder do esporte. “O avanço (nessa área) depende da política”, afirmou.
Segundo ela, ainda não há suficiente percepção, por parte dos gestores públicos, dos vínculos importantes entre atividades físicas e educação. Também participaram do evento os ex-judocas e campeões Flávio Canto e João Derly.
O encontro contou ainda com a participação do professor de educação física e apresentador de TV, Márcio Atalla. Por teleconferência, ele lembrou que “por mais que as políticas políticas de saúde pública contemplem a atividade física, elas acabam atingindo um parcela pequena da população”. Atala sugeriu que se estabeleçam padrões mínimos de atividade física cotidiana.