Fonte: http://www.onu.org.br/degradacao-de-recursos-naturais-pode-diminuir-capacidade-de-paises-de-arcar-com-dividas-alerta-pnuma/
O Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA)
lançou publicou (19) um estudo que relaciona os riscos de degradação dos
recursos naturais e suas consequências ambientais com os principais indicadores
macroeconômicos. O relatório E-RISC: um novo ângulo sobre
risco de crédito soberano leva em conta a pegada
ecológica de um país e sua capacidade de gerar recursos para entender como isso
pode afetar a economia de um país e, portanto, a sua capacidade de pagar as suas
dívidas.
“Estamos vendo uma mudança de paradigma devido à
escassez de recursos naturais com profundas implicações para as economias e,
assim, no risco da dívida soberana no mundo todo”, disse o Diretor Executivo do
PNUMA, Achim Steiner, durante o lançamento do relatório, em Londres.
Cinco países que possuem condições bem distintas —
Brasil, França, Índia, Japão e Turquia — foram analisados como parte do
relatório, destacando os principais desafios financeiros decorrentes da
crescente distância entre as progressivas demandas por recursos como água doce,
florestas, solos, e os bens e serviços que os países podem fornecer de forma
sustentável.
O relatório mostra que a Índia agora exige quase 2
vezes mais de seus recursos ecológicos do que é capaz de gerar, enquanto a
França exige 1,4 mais recursos do que pode produzir. Por sua vez, o Japão
possuía apenas 35% dos recursos naturais renováveis necessários para seu
mercado interno em 2008, e a Turquia enfrenta grandes riscos relacionados à
escassez de água e à desertificação.
O Brasil possui posição privilegiada neste campo.
Por ter a maior quantidade de biocapacidade do mundo, é o único entre os
pesquisados que, apesar de ter triplicado sua pegada ecológica desde 1961,
ainda gera mais recursos naturais e serviços do que as demandas de sua
população. Isso faz com que o país, exportador de recursos naturais, tenha
menos risco de ter sua economia negativamente afetada pela volatilidade de
preços do setor. Entretanto, sua economia é altamente dependente da biocapacidade,
o que faz com que a degradação dos recursos coloque em risco o desenvolvimento
do país.
“Mais e mais países dependem de um nível da demanda
de recursos que ultrapassa o que os seus próprios ecossistemas podem oferecer”,
ressaltou Susan Burns, fundadora da Global Footprint Network, que
colaborou com o PNUMA na produção do relatório.
“Esta tendência está reforçando a competição global
por recursos limitados do planeta e representa riscos para os investidores de
títulos soberanos, bem como para os países que emitem tais títulos. Uma
descrição mais precisa da realidade econômica é, portanto, do interesse de
todos”, completou.
SAIBA MAIS SOBRE AS QUESTÕES DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Acredito que todo comentário é o resultado da disposição de ler um texto até o final, ou seja, de uma maneira completa e atenta, a fim de extrair algo de bom, de interessante, de reflexivo, e, até quem sabe, de útil. Sendo assim, meus sinceros agradecimentos pelo tempo dedicado ao meu texto e por suas palavras.